Investigações da Lava-Jato embaralham
eleições
A Lava-Jato pode alterar o jogo
político no Distrito Federal. Além dos ex-governadores Agnelo Queiroz (PT) e
José Roberto Arruda (PR), o ex-vice-governador Tadeu Filippelli (PMDB) e o
ex-deputado Geraldo Magela (PT) também foram incluídos nos pedidos de
investigação do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, com base em
depoimentos de executivos da Odebrecht. Estão ainda na lista o ex-senador Gim
Argello e o deputado Robério Negreiros (PSDB), como a coluna revelou ontem. Em
questão, as obras do Centro Administrativo do DF e o projeto Jardim Mangueiral.
A abertura de investigação não significa condenação, mas representa um
desgaste, principalmente para quem tem disposição de concorrer ao governo ou ao
Senado. Nas petições enviadas aos estados e ao DF, Janot incluiu os trechos que
mencionam os políticos e as gravações dos depoimentos.
No caminho de 2018
A deputada Liliane Roriz (PTB)
participou ontem, ao lado de Tadeu Filippelli (PMDB), do evento no Palácio do
Planalto, para assinatura do acordo para liberação de recursos destinados à
captação de água no Lago Paranoá. Ela está afinada com
o ex-vice-governador e pode representar o sobrenome Roriz na provável
candidatura de Filippelli ao Palácio do Buriti, com as bençãos do presidente
Michel Temer. Se a Lava-Jato permitir…
Justiça do DF nega liberação de
gravações
Relator da denúncia da Operação Drácon,
o desembargador José Divino, do Tribunal de Justiça do DF, negou por ora a
liberação das gravações feitas com escuta ambiental nos gabinetes dos deputados
Celina Leão (PPS), Júlio César (PRB) e Cristiano Araújo (PSD). O pedido foi
feito pelo presidente da Câmara Legislativa, Joe Valle (PDT), na semana
passada. “Os áudios de captação ambiental se encontram na Polícia Civil para
degravação, daí porque ainda não se tratam de elemento incorporado nos autos”,
justificou o magistrado.
As joias da Drácon
Não chega a ser uma coleção como a da
advogada Adriana Ancelmo, mulher do ex-governador do Rio, Sérgio Cabral. Mas
policiais civis e promotores da Operação Drácon apreenderam muitas joias nas
buscas realizadas nas casas dos deputados distritais sob investigação. São mais
de 30 anéis, 67 brincos, 26 colares, vários pendentes, dois piercings, sete alianças,
três escapulários e três medalhas. As peças passaram por avaliação da Caixa
Econômica Federal e, segundo laudo, valem, no total, R$ 113,3 mil. Entre as
preciosidades, há anéis de diamantes e um colar com fio de pérolas barrocas. As
peças estão divididas em 13 caixas. O porta-joias mais precioso foi avaliado em
R$ 59.720, com sete alianças, 23 anéis, 32 brincos, 16 colares e uma pulseira
de ouro. Nada comparado com as compras de Adriana Ancelmo na joalheria Antônio
Bernardo, ou o anel de ouro branco e brilhantes de R$ 880 mil que o empresário
Fernando Cavendish, dono da Delta Construções, presenteou a ex-primeira-dama
nos tempos áureos.
Por Ana Maria Campos – Coluna “Eixo Capital” –
Correio Braziliense