Barbosa não se decide, fica sempre em cima do muro
Em mais uma crítica ao momento de perda da
credibilidade na política, o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF)
Joaquim Barbosa afirmou que “não sabe como os três maiores partidos do Brasil
ainda terão coragem de lançar candidatos” para as próximas eleições. “Acredito
que haverá um repúdio enorme aos candidatos desses três maiores partidos –
PMDB, PSDB e PT”, disse, em entrevista à rádio CBN.
Sem confirmar e nem negar a possibilidade de ser
candidato à Presidência, Barbosa admitiu que vem sendo sondado por partidos
políticos, movimentos e “muitas pessoas nas ruas, por onde vai”. “Mas eu não
tenho resposta ainda”, afirmou, sem citar as siglas que o procuraram.
IGUAL A 1989 – Para o ex-ministro, as
eleições de 2018 serão muito parecidas com as de 1989, que sucederam a ditadura
militar no Brasil. “Pela pulverização de candidatos, esfacelamento das
instituições, decadência moral e perda de credibilidade”, explicou. Apesar de não
admitir qualquer tipo de candidatura até o momento, Barbosa fez questão de
ressaltar que fez parte de um momento que talvez tenha sido o “apogeu do STF em
sua história”.
“O Supremo soube estar à frente de seu tempo, à
frente da sociedade brasileira, que é conservadora em muitos aspectos”,
ressaltou, citando decisões da Corte como o reconhecimento da união
homoafetiva, a lei da Ficha Limpa, o aborto em caso de fetos anencéfalos e o
fim do financiamento de campanhas políticas por empresas – que passa a valer
nas próximas eleições.
MENSALÃO – Questionado sobre o julgamento do
escândalo do mensalão, disse que prefere ser lembrado pelo conjunto das
decisões tomadas pelo tribunal durante sua presidência. “É um clichê criado
pela imprensa, que tem importância para vocês – para mim, não.”
Entrevistado no Dia da Consciência Negra, ele ainda
destacou acreditar em alguns avanços no combate ao racismo no País. “Me
regozijo em perceber que, finalmente, o Brasil começa a reconhecer o peso
histórico da escravidão e da discriminação racial que sempre foi a marca da
sociedade. Há um avanço ao aceitar o debate, aceitar a existência do problema.
Falta enfrentá-lo de maneira efetiva.”
Joaquim Barbosa deixou o STF em agosto de 2014 e
vem atuando em escritório de advocacia com sedes no Rio, São Paulo e Brasília.
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NOTA
DA REDAÇÃO DO BLOG – Joaquim Barbosa fica fazendo o doce, como se dizia
antigamente, e acaba perdendo o bonde da História. Deveria tomar coragem e se
candidatar logo. Tem muita chance e já está na hora de o Brasil ter um
presidente negro de verdade, porque FHC só tinha um pé na senzala. Mas parece
que Barbosa é do tipo tucano e fica em cima do muro. (C.N.)
Deu em O Tempo - (Agência Estado)- Tribuna da
Internet