Deputado Agaciel Maia (PR)
Líder do governo na Câmara Legislativa
Você acredita que o governador Rollemberg vai
realmente apresentar uma proposta de reajuste para a Polícia Civil do DF?
Acredito. O governador fez um gesto de que está se
empenhando pessoalmente ao participar de audiência no Ministério do Orçamento
para tratar do assunto. Ninguém marca uma audiência com técnicos e o ministro
se não tiver essa intenção.
O que o governador pediu no Ministério do
Planejamento?
A liberação do que o DF deixa de utilizar no Fundo
Constitucional. Temos uma interpretação contábil de que esses recursos são do
DF. Essa sobra hoje está em R$ 240 milhões. O pedido é de que seja repassado em
duodécimos. Então, é perfeitamente exequível.
O reajuste em discussão é de 14% mesmo?
A intenção é essa. Nossa expectativa é de um sinal
verde do governo federal para encaminhar a mensagem (com o reajuste) ainda
neste ano. Mas se não houver tempo para votar ainda neste ano, podemos aprovar
o aumento retroativo a primeiro de janeiro.
A bola agora está com o governo federal?
Exatamente. Sempre houve uma discussão de que o
governo federal não era o empecilho, mas o governo do DF não encaminhava a
mensagem. Mas agora há um sentimento de que as coisas vão caminhar. Apresentei
a sugestão (de reajuste de 14% e aumento da jornada de sete para oito horas),
fiz uma exposição da proposta e o governador disse: 'nessa linha eu concordo'.
Acha que a disputa política poderá interferir
no sucesso dessa proposta?
Não acredito. Não tenho nenhuma expectativa de que
esse meu empenho vai se reverter em votos da categoria. Acho apenas que a
proposta é boa para todo mundo. A população poderá ter um atendimento melhor
com o aumento da carga horária nas delegacias, para o governo é bom porque
distensionam as relações do governador com a categoria e para os policiais
civis é uma partida para chegar à paridade que eles pleiteiam. Meu trabalho tem
sido a arquitetura orçamentária para atingir esse objetivo.
De orçamento, você entende bem...
É a única coisa que eu sei fazer na vida.
Importante também ressaltar os avanços do governo nessa questão. Em três anos,
o GDF saiu da zona de rebaixamento e hoje estamos na Libertadores. Foi um
grande avanço.
Você é líder do governo, mas está num partido de
oposição, onde estará nas próximas eleições?
Sou do PR e não vou mudar. Mas sempre deixei claro
para o meu partido que trabalho com uma política de Estado e não de governo.
Meu foco é controlar as finanças. Esse trabalho vale para o governo Rollemberg
e vai valer para qualquer um no futuro.
Então se Jofran Frejat for candidato, o que
acontece?
Sou do PR. Não vou mudar.
Dizem que seu sonho é voltar ao Senado
como senador. É isso mesmo?
Tenho esse sonho mesmo. Vivo em função disso. Esse
projeto é o que me alimenta, meu combustível.
Ana Maria Campos – Coluna “Eixo Capital” – Foto: Ed
Alves/CB/D.A.Press – Correio Braziliense