Pobre Mané Garrincha
*Por Circe Cunha
Agnelão, Arrudão, Filippelão ou qualquer outro
nome, sugerido pelo povo, caberia bem melhor ao Estádio Nacional Mané
Garrincha, construído, segundo apurou a Operação Panatenaico, unicamente para
drenar propinas para esse e outros grupos de políticos que há décadas vem
usando de posições privilegiadas e de mando no Distrito Federal para saquear os
cofres públicos da capital. Relatório elaborado pela Polícia Federal, dentro
das investigações em curso, revelou um superfaturamento de mais de R$ 600
milhões, apenas na construção da arena mais cara da famigerada Copa do Mundo de
2014. No torneio, a Seleção Brasileira levou uma goleada histórica e humilhante
da Alemanha, o que, de certa forma, marcaria o prenúncio da hecatombe, que
levaria de roldão boa parte do governo petista e de seus aliados. O uso
chauvinista do futebol, como álibi para esconder todo o tipo de desastre
interno de governos, havia dado certo em 1970, quando o Brasil ganhou o
tricampeonato de futebol no México.
Naquela ocasião, o país vivia seu mais intenso
momento de fechamento político e a repressão às oposições era cerrada e
cruenta. Mas, ainda assim, o regime na ocasião chegou a faturar com a vitória
espetacular obtida com a melhor seleção de jogadores de todos os tempos. Lula e
sua turma armaram todo o circo para, mais uma vez, usar o futebol e a Seleção
para desviar a atenção da população para o naufrágio da gestão petista que já
se anunciava fortemente no horizonte. Para tanto, mandaram construir, em tempo
recorde, grandiosos templos do futebol, inclusive em lugares sem times ou
tradição no esporte. Brasília, infelizmente, foi um desses locais escolhidos
para receber o circo da Fifa, com todos os seus cartolas arrogantes e que,
hoje, se encontram ou banidos do futebol ou presos, e tendo que ajustar contas
com a Justiça.
O que começou como uma grande tapeação, desde a
escolha do país-sede daquele ano, só poderia acabar de forma ruim. O legado da
Copa de 2014 que, em vão, tentamos apagar da memória, somente poderá ser
definitivamente esquecido se, algum dia, por algum motivo, for demolido o
famigerado Estádio Nacional, construído com o dinheiro suado de uma população
carente em tudo e que sequer foi consultada para a necessidade de se erguer
tamanho monumento ao desperdício. Por essa razão e por mil outras, não cabe
usar em vão o nome de Mané Garrincha, o anjo das pernas tortas, que morreu
pobre e esquecido, para batizar um estádio em que ele jamais pôs os pés e que,
de certa forma, não dignifica o grande jogador. Ainda para piorar, a obra não tem
nenhuma relação com a arrojada arquitetura da cidade. Não bastassem esses
motivos, o gigante de concreto só tem dado prejuízos seguidos aos cofres
públicos. Pobre Mané Garrincha, nem depois de morto deixou de ser explorado por
espertalhões de todo o tipo.
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A frase que foi pronunciada
“Por causa da rosa, a erva daninha acaba sendo
regada.”
(Provérbio Árabe)
Educação
»Muito interessante o portal >>> https://www.institutonetclaroembratel.org.br/, principalmente na aba educação. Pode ser de
grande ajuda a grupos escolares, escolas municipais ou qualquer instituição
educacional que queira desbravar novos horizontes didáticos. Estão disponíveis
planos de aula, matérias e vídeos explicativos que amplificam a experiência
educativa. Há também as abas de projetos e novidades que vale conhecer.
Boa notícia.
»A Escola de Música de Brasília abriu inscrições
para vagas na sexta-feira. São oferecidos cursos de educação profissional em
nível médio e de formação inicial e continuada. As inscrições podem ser feitas
na página da Secretaria de Educação. Agora só falta o tradicional Curso
Internacional de Verão.
Menos classes?
»Por falar em educação pública, estão acabando com
o 9º ano na escola classe do Riacho Fundo. Vamos tentar contato com o professor
Júlio para saber sobre essa história.
Vergonha
»As empresas que prestaram serviços ao GDF para
recapear asfalto precisam ser multadas. Atravessar a Barragem do Paranoá à
noite é a mesma coisa que uma roleta russa. Os donos do Lince, aparelho criado
na UnB,podem ganhar um dinheirão usando o GPS
Honra ao mérito
»Por iniciativa do deputado Agaciel Maia, receberam
o título de cidadãos honorários de Brasília o amigo Arthur Pereira de Castilho
Neto e a professora Sara Walker. Uma curiosidade em relação à professora Sara.
As turmas de inglês têm alunos há mais de 20 anos. É que a didática é parecida
com a dos clubes do livro. Lendo e discutindo em inglês. Como ela é uma
simpatia em pessoa, ninguém se importa com a conclusão do curso. O
desenvolvimento é o que interessa.
(*) Circe Cunha – Coluna “Visto, lido e ouvido” –
Ari Cunha – Correio Braziliense – Foto/Ilustração: Blog - Google