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Administrações regionais entre GDF e CLDF


Administrações regionais entre GDF e CLDF

*Por Circe Cunha 

Indicar gestores para as 31 Administrações Regionais espalhadas pelo Distrito Federal tem sido, desde a sua criação, um trunfo para os políticos. Tanto para aqueles que têm assento na Câmara Legislativa quanto para os governadores eleitos. Abrir mão dessa trincheira avançada, que tem contato direto com as demandas das populações locais, significa, na prática, uma perda de poder político e irreparável igualmente para aqueles que estão no Legislativo ou no Executivo. Há muito, as administrações regionais, com toda a sua estrutura, vêm sendo usadas meramente como bases eleitorais dos políticos de plantão.

Com uma estrutura administrativa desse tipo, desenhada com tintas político-partidárias, qualquer iniciativa, por mais urgente e necessária que seja para a população, tem que ser submetida à aprovação prévia dos padrinhos do administrador, fazendo das RAs  meras executoras das vontades de pessoas ou grupos ligados diretamente aos partidos.

Em suma, o que se tem, até aqui, são administrações regionais que, em grande parte, se limitam a executar o trabalho de base das legendas, sem ligação direta com a população. Com isso, não surpreende que essas estruturas, que saem muito caro para o contribuinte, sejam ainda amplamente utilizadas como palanques políticos, onde até os funcionários lotados nessas unidades são usados, ostensiva e desavergonhadamente, como cabos eleitorais dos políticos com influência nessas áreas.

A emancipação política da capital, um erro sob todos pontos de vista, diversas vezes apontado por esta coluna, não se espraiou para as regiões administrativas, que continuaram orbitando e dependendo do Plano Piloto e, o que é pior, fazendo das antigas cidades-satélites zonas de influência de determinados grupos políticos, à semelhança dos antigos currais eleitorais. Com isso, as reais demandas da população acabaram misturadas no balaio do toma lá dá cá, transformando reivindicações sociais legítimas em trocas de favores políticos.

A criação e formação de bairros, sem obedecer critério urbanístico e feitos a toque de caixa, é um exemplo desse tipo de relação construída na base de trocas de favores que tantos prejuízos trouxe para Brasília. O que as administrações regionais necessitam nenhuma liderança ou partido político pode ou quer oferecer de fato: é a independência de ação com base nas necessidades das populações locais.

Mais que loteá-las com cabos eleitorais comissionados, o que as RAs requerem é a criação de assessorias comunitárias, formadas por verdadeiras lideranças locais que tenham não só autonomia, mas poder de empreender, sem entraves políticos e burocráticos, alocando os impostos dessa população em benefício dessa mesma população, sem a intermediação interesseira de padrinhos e de outros grupos políticos.

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A frase que foi pronunciada
"Eu não quero viver noutro país. Eu quero viver noutro Brasil."
(Frase disseminada nas redes sociais.)

Inoperantes
»Um verdadeiro absurdo no fim da QL2, Conjunto 7, do Lago Norte: restos de obra espalhados, propiciando a reprodução em massa de todos os tipos de pragas, desde mosquitos a ratazanas. Agefiz já sabe e a Administração do Lago Norte, também. Talvez o Ministério Público resolvesse a questão, já que coloca em risco a vida dos moradores da região. Veja as fotos no Blog do Ari Cunha. A entrada é livre.

Boa ação
»Em compensação, a Barragem do Paranoá recebeu maquiagem nova. Asfalto bem remendado e alambrado devidamente reposto.

Involução
»Uma dúvida na fila dos idosos no Shopping Iguatemi. Qual é a razão de não permitirem a gratuidade de estacionamento para idosos se há lugar especial nos ônibus, metrôs, instituições e estacionamentos? A questão que era humana se transformou em financeira.

Reciclagem
»Hospital Brasília está bastante diferente em relação ao atendimento. Com apenas dois meses de casa, um funcionário já fez quatro cursos de excelência no atendimento em caso de parada cardíaca. Muito bom.

Allegro
»Volta com toda energia o Coral Italiano da Universidade de Brasília, sob a batuta do maestro Felipe Ayala. Os interessados que adoram a boa música terão as próximas terças-feiras para a classificação vocal a partir das 18h. Os ensaios são também às terças, a partir das 19h, no Minhocão, Ala Sul, Sala BT 240.


(*) Circe Cunha – Coluna “Visto, lido e ouvido” – Ari Cunha – Correio Braziliense – Foto/Ilustração: Blog - Google


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