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MARACA PRIVATIZADO: "ÓTIMO NEGÓCIO PARA BRASÍLIA"

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Time de maior torcida do Rio, e do Brasil, Flamengo abre mão de mandar jogos do Campeonato Brasileiro no estádio privatizado do Maracanã; "A parceria com Brasília está consolidada", diz presidente do clube, Eduardo Bandeira, confirmando adoção do Mané Garrincha, na capital federal, como local dos próximos seis jogos do clube; "Ideia é ampliar"; clássicos contra Botafogo e Vasco serão disputados na capital federal; pacote de benefícios oferecido por governo de Agnelo Queiroz se contrapôs à falta de interesse do governador Sergio Cabral e do consórcio Eike Batista-Odebrecht, que ficou com o estádio carioca; Resultado: "o mais querido" fez do DF sua segunda casa

Alguma coisa não parece certa num processo de privatização que foi feito, em tese, para dinamizar o uso do estádio de futebol mais famoso do mundo. O primeiro resultado objetivo da transferência do Maracanã para a parceria Eike Batista-Grupo Odebrecht surgiu agora, mas não no Rio de Janeiro, e sim em Brasília, onde fica o estádio Mané Garrincha, considerado o mais moderno e sustentável do Brasil. O Flamengo está indo, definitivamente, para lá.

Apesar de ficar com o Maracanã por 35 anos, ao custo de 34 parcelas anuais de R$ 5,5 milhões – o estádio foi reformado com recursos públicos por cerca de R$ 1 bilhão --, os novos administradores do estádio não foram tão ágeis quanto o governo de Brasília, que conseguiu firmar uma parceria sólida para o clube mais popular do Rio, e do País, mandar seu jogos no estádio Mané Garrincha. Em suas duas primeiras partidas no estádio brasiliense, o Flamengo conseguiu um lucro superior a R$ 1 milhão, depois de todas as despesas pagas. O resultado levou a diretoria a fechar um pacote de mais seis jogos, que inclui os clássicos com o Botafogo e o Vasco, garantia de casa cheia.
"A parceria com Brasília está consolidada. Mesmo após a reabertura do Maracanã, não deixaremos o Distrito Federal. Pretendemos realizar jogos regularmente aqui", declarou o presidente do clube em coletiva à imprensa após a reunião.
FUGA DE CLÁSSICOS - A primeira das seis partidas na capital será no próximo fim de semana, contra o Vasco, um dos grandes clássicos do futebol brasileiro. No próximo dia 28, está confirmado o retorno do time à cidade, novamente com um duelo importante, desta vez frente ao Botafogo.
"Para as outras quatro partidas – número que pode ser ampliado –, ainda estamos definindo quais serão os jogos. Nesse momento cogitamos os jogos contra o Atlético Mineiro, São Paulo, Grêmio e novamente contra o Vasco, no segundo turno do brasileirão", completou Eduardo Bandeira.
Segundo o governador do DF, Agnelo Queiroz, os eventos no estádio são bons para a cidade e para o futebol brasileiro. "Cada evento como este ajuda na economia de Brasília e permite que a população tenha acesso a clássicos nacionais para a nossa população, demonstrando o potencial da nossa arena multiuso. Queremos uma agenda cada vez mais variada no estádio", destacou o governador.
Enquanto isso, no Rio de Janeiro, em lugar de uma agenda positiva, o governador Sergio Cabral tem de se preocupar em explicar o inexplicável: o uso dos helicópteros do governo estadual
para o transporte das babás de seus filhos e do cãozinho Juquinha.
SUCESSO – Um dos aspectos fundamentais para a presença do time no novo Estádio Nacional foi o clima dos dois primeiros jogos na cidade, contra o Santos e o Coritiba.
"É uma imagem que perdemos um pouco no Rio, das famílias indo juntas para o Estádio. A presença de muitas mulheres e crianças", comentou o presidente do Flamengo.
A tranquilidade e o sucesso dos últimos jogos, na visão do governador Agnelo Queiroz, contribuem para a transmissão de uma boa imagem da cidade no país.
"A imagem da capital é promovida como um lugar de paz, de tranquilidade. Além disso, todo o futebol ganha", declarou o chefe do Executivo local.
Abaixo, notícia sobre a privatização do estádio do Maracanã:
O governo do Rio de Janeiro já assinou o contrato para concessão do Maracanã ao grupo de empresas do qual participam a Odebrecht e o empresário Eike Batista. O acordo com o Consórcio Maracanã SA foi fechado na terça-feira e seu extrato foi publicado no Diário Oficial do Estado do Rio de Janeiro nesta quarta.
O grupo venceu a licitação pelo controle do estádio no último dia 9. Vai pagar ao governo 34 parcelas anuais de R$ 5,5 milhões para administrar o estádio por 35 anos.
Esse prazo, porém, só começa a contar a partir do momento que o consórcio apresentar ao governo ao menos dois contratos com clubes cariocas acertando a utilização do Maracanã por eles. Caso isso não ocorra em 90 dias, o Consórcio Maracanã SA pode perder a concessão.
O Consórcio Maracanã SA reúne três empresas: Odebrecht, AEG e IMX, de Eike Batista. Juntos, eles entraram como favoritos na polêmica licitação de concessão do Maracanã. Enfrentaram como único concorrente o Consórcio Complexo Esportivo e Cultural do Rio de Janeiro, formado pela OAS SA, Stadion Amsterdam e Lagardere Unlimited (leia mais sobre os dois consórcios abaixo).
No dia 16 de abril, o consórcio de Eike e Odebrecht apresentou a melhor proposta financeira para controlar o Maracanã por 35 anos. Já no final daquele mês, o governo do Rio divulgou as notas das propostas técnicas dos dois concorrentes. Eike e Odebrecht novamente apresentaram o melhor plano de administração garantira a vitória na concorrência.
Privatização
A privatização do Maracanã foi anunciada pelo governo do Rio de Janeiro no ano passado. Em outubro, foi apresentada a minuta do edital de licitação. Essa minuta foi elaborada com base em um estudo de viabilidade econômica elaborado pela IMX, de Eike, que se uniu a Odebrecht na concorrência pelo complexo esportivo.
Naquela época, o governo do Estado estimava receber cerca de R$ 7 milhões por ano da empresa que assumisse o Maracanã. Esse valor, assim como todo o processo de privatização já era contestado por políticos e manifestantes, tanto é que a audiência pública para debate da proposta de privatização realizada em novembro teve muita em confusão e protesto.
Isso não abalou os planos do governo, que deu andamento a licitação. Em fevereiro, foi publicado o edital da concorrência. O documento foi contestado duas vezes pelo Ministério Público Federal (MPF) e Ministério Público Estadual (MP-RJ), os quais apontaram favorecimento da IMX, entre outros problemas na concorrência.
O UOL Esporte já noticiou, inclusive, que o presidente da IMX, Alan Adler, negociou a administração de áreas do Maracanã antes mesmo da licitação ser oficialmente lançada. IMX e governo do Rio, no entanto, negaram qualquer acordo prévio.
Administração
O Consórcio Maracanã SA, além de manter e explorar o complexo esportivo, ele terá de fazer obras necessárias para adequar o espaço para a Copa do Mundo de 2014 e Olimpíada de 2016. É estimado um investimento de R$ 594 milhões no complexo.
Parte desse dinheiro será usado na demolição do Parque Aquático Julio Delamare, Estádio de Atletismo Célio de Barros e Escola Municipal Friedenreich. Todas essas demolição também são contestadas por atletas, treinadores, federações esportivas, políticos e pais de alunos da escola.

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