O eleitor brasiliense terá hoje, a partir das 22h30, a oportunidade de reunir mais subsídios para decidir o que fará do voto na eleição para governador do Distrito Federal. O debate promovido pelo Correio Braziliense e pela TV Brasília reafirma o compromisso dos Diários Associados em aprofundar as discussões acerca das necessidades e dos desafios desta região onde vivem 2,8 milhões de brasileiros.
Desde a conquista da autonomia política, com a eleição da primeira bancada brasiliense em 1986, a capital federal procura construir uma história própria. Em quase três décadas, houve avanços notáveis, como a ação permanente pela paz no trânsito, que culminou com o respeito à faixa de pedestres. Foi também uma iniciativa local que aboliu o pagamento do 14º e do 15º salários aos deputados distritais, medida largamente seguida por outras assembleias até ser igualmente adotada pelo Congresso Nacional.
Naturalmente aconteceram também muitos flagelos. A irresponsabilidade na questão fundiária causou danos imensuráveis ao Distrito Federal. Políticas populistas e ação criminosa de grupos organizados provocaram uma desordem profunda na organização urbanística, com impactos no meio ambiente, na segurança, na saúde, na infraestrutura, no trânsito e no transporte. O futuro governador enfrentará o impasse fundiário de meio milhão de cidadãos a ocupar imóveis sem escritura. Terá também a árdua tarefa de oferecer condições dignas a favelas como o Sol Nascente, que já passam dos 70 mil habitantes em condições miseráveis. Em uma típica perversidade brasileira, os governantes da vez precisam reparar a omissão dos antecessores. Em vez de construir o futuro, perde-se um tempo precioso em corrigir o passado.
A política brasiliense não é pior nem melhor do que a existente em outras unidades da Federação. Como o Correio apontou no último sábado, existe uma vontade latente entre os eleitores por mudança na maioria dos estados. Esse sentimento expressa tão-somente a insatisfação generalizada com a inépcia do poder público, incapaz de responder aos anseios da sociedade. A indignação dos brasileiros, de resto, já havia se manifestado claramente nos protestos de junho de 2013.
O debate do Correio e da TV Brasília ajudará o eleitor a identificar o político que corresponde a essas expectativas. O candidato deverá mostrar-se capaz de servir ao Distrito Federal sem recorrer à política que usualmente tem como lastro a ineficiência, a troca de favores, o interesse mesquinho, o delito. A ver.
Por: Carlos Alexandre - Correio Braziliense - 02/09/2014
Desde a conquista da autonomia política, com a eleição da primeira bancada brasiliense em 1986, a capital federal procura construir uma história própria. Em quase três décadas, houve avanços notáveis, como a ação permanente pela paz no trânsito, que culminou com o respeito à faixa de pedestres. Foi também uma iniciativa local que aboliu o pagamento do 14º e do 15º salários aos deputados distritais, medida largamente seguida por outras assembleias até ser igualmente adotada pelo Congresso Nacional.
Naturalmente aconteceram também muitos flagelos. A irresponsabilidade na questão fundiária causou danos imensuráveis ao Distrito Federal. Políticas populistas e ação criminosa de grupos organizados provocaram uma desordem profunda na organização urbanística, com impactos no meio ambiente, na segurança, na saúde, na infraestrutura, no trânsito e no transporte. O futuro governador enfrentará o impasse fundiário de meio milhão de cidadãos a ocupar imóveis sem escritura. Terá também a árdua tarefa de oferecer condições dignas a favelas como o Sol Nascente, que já passam dos 70 mil habitantes em condições miseráveis. Em uma típica perversidade brasileira, os governantes da vez precisam reparar a omissão dos antecessores. Em vez de construir o futuro, perde-se um tempo precioso em corrigir o passado.
A política brasiliense não é pior nem melhor do que a existente em outras unidades da Federação. Como o Correio apontou no último sábado, existe uma vontade latente entre os eleitores por mudança na maioria dos estados. Esse sentimento expressa tão-somente a insatisfação generalizada com a inépcia do poder público, incapaz de responder aos anseios da sociedade. A indignação dos brasileiros, de resto, já havia se manifestado claramente nos protestos de junho de 2013.
O debate do Correio e da TV Brasília ajudará o eleitor a identificar o político que corresponde a essas expectativas. O candidato deverá mostrar-se capaz de servir ao Distrito Federal sem recorrer à política que usualmente tem como lastro a ineficiência, a troca de favores, o interesse mesquinho, o delito. A ver.
Por: Carlos Alexandre - Correio Braziliense - 02/09/2014

