Leonardo Bessa e Selma Sauerbronn, nascidos e formados na capital federal, assumiram como procurador-geral e vice, respectivamente, do Ministério Público do DF. O tema diálogo esteve presente em todos os momentos do discurso
Por: Arthur Paganini - Correio Braziliense
Publicação: 06/12/2014
Da esquerda para a direita, no discurso de posse: Rodrigo Janot, Leonardo Bessa e Eunice Carvalhido |
Promotor há 23 anos e titular da 2ª Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor há uma década, Leonardo Roscoe Bessa, tomou posse ontem como procurador-geral de Justiça do Distrito Federal para os próximos dois anos. Nomeado pela presidente Dilma Rousseff, ele substitui a procuradora Eunice Amorim Carvalhido, que esteve à frente do cargo mais importante do MPDFT nos últimos quatro anos. Bessa vai comandar o órgão e terá como vice a procuradora Selma Sauerbronn. Ele destacou que pretende “zelar pelo diálogo com todos os segmentos sociais” e “fortalecer as relações com órgãos públicos, com o parlamento e com o governo local”. Bessa e Selma são os primeiros promotores nascidos e formados em direito em Brasília a alcançarem os postos mais altos do órgão.
Bessa ingressou no MPDFT em 1991 e destacou-se na promotoria de Defesa do Consumidor, na qual atua há quase 20 anos. Entre as causas que propôs, estão ações contra o cartel dos postos de combustíveis, em 2008, e contra empresas de transporte público que mantinham veículos deteriorados em circulação, em 2012. No discurso de posse, Bessa destacou a necessidade de fortalecer o diálogo com a sociedade. “Há exatos 23 anos, ingressei no MPDFT não por acaso, mas por idealismo e forte convicção. Desde os tempos da Universidade de Brasília, quando cresceu a vontade de mudar o mundo, percebi o MPDFT como importante agente transformador da sociedade”, disse.
Emocionado ao se lembrar da trajetória de vida na cidade, Bessa afirmou que pretende ampliar os canais de comunicação e aproximar a comunidade do MPDFT. “Sou brasiliense. Aqui cresci com minha família e tantos amigos. A população do DF requer atenção em diversas áreas e, por compreender o papel do Ministério Público, tenho buscado cada vez mais o apoio desta Casa”, afirmou, com a voz embargada. Ao falar da trajetória na promotoria de Defesa do Consumidor, ele prometeu buscar o diálogo na resolução das questões que passam pelo órgão. “Aprendi a importância do diálogo e a sempre considerar as diversas óticas de um conflito. A prática do diálogo não inviabiliza nem afasta o dever de cumprir nossa missão”, destacou.
Elogios
O novo procurador-geral também destacou o trabalho da antecessora, Eunice Carvalhido. “Após período conturbado, esta Casa experimentou paz e harmonia graças à habilidade de integrar o órgão e, paralelamente, também vimos uma gestão empreendedora, tornando o MPDFT mais ágil, eficaz e eficiente”, disse. Presente à posse, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, se colocou à disposição de Bessa para a cooperação institucional entre MPDFT e MPF.
“É grande a importância do trabalho em conjunto, especialmente em questões que repercutem em Brasília e ganham contornos de alcance nacional”, afirmou. Bessa foi escolhido pela presidente da República, Dilma Rousseff, em novembro, para ocupar o cargo em uma lista tríplice que também contava com os nomes do procurador Diaulas Ribeiro e do promotor Carlos Cantarutti. O governador Agnelo Queiroz (PT) e o governador eleito, Rodrigo Rollemberg (PSB) também participaram da solenidade.
Há exatos 23 anos, ingressei no MPDFT não por acaso, mas por idealismo e forte convicção. Desde os tempos da Universidade de Brasília, quando cresceu a vontade de mudar o mundo, percebi o MPDFT como importante agente transformador da sociedade”
Leonardo Roscoe Bessa, novo procurador-geral de Justiça do DF
Perfil
Jogo de cintura.
Por: ANA MARIA CAMPOS
O dia 5 de dezembro é uma marca especial para Leonardo Roscoe Bessa. No dia em que completou 47 anos, o brasiliense assumiu o cargo máximo da carreira que ocupa há exatos 23 anos. Foi neste dia também que ele tomou posse como promotor de Justiça do Distrito Federal, aos 24 anos, ainda recém- formado em direito pela Universidade de Brasília (UnB). Nascido na capital, Bessa é filho de médico e viveu a infância e a adolescência no Lago Sul. Gosta de praticar esportes e sua paixão é a capoeira, que pratica desde os anos 1980. Assim como o governador eleito, o novo procurador-geral de Justiça é da geração Brasília, com origem numa das famílias pioneiras do Plano Piloto. No MP, destacou-se na área de defesa do consumidor. Em duas décadas de atuação, nunca se envolveu nas disputas internas entre os grupos rivais.Tem tudo para manter a pacifificação na classe que a antecessora, Eunice Carvalhido, iniciou depois da crise com o ex-procurador-geral Leonardo Bandarra, nas denúncias da Caixa de Pandora.
Para saber mais
Trabalho para o cidadão
No Brasil, o Ministério Público da União (MPU) é um órgão apartidário e independente dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) faz parte do MPU. Além de ter autonomia na estrutura do Estado, não pode ser extinto ou ter as funções passadas para outras instituição. São quatro atribuições principais: fiscalizar que as leis que defendem o patrimônio público e os interesses socais e individuais; promover o controle externo do trabalho policial, fazer ação penal pública e recomendar sugestões para melhorar os serviços públicos. No caso do MPDFT, especificamente, as promotorias de Justiça fazem o trabalho, servindo de acesso aos cidadãos, com o objetivo de solucionar obstáculos da população na parte jurídica de áreas como infância, consumidor, educação, saúde, drogas, família e meio ambiente, entre outros. As promotorias atuam com os juízes de primeira instância, enquanto as procuradorias, que também fazem parte do MPDFT, trabalham com a segunda instância e fiscalizam as leis em casos de natureza cível e criminal.
Trabalho para o cidadão
No Brasil, o Ministério Público da União (MPU) é um órgão apartidário e independente dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) faz parte do MPU. Além de ter autonomia na estrutura do Estado, não pode ser extinto ou ter as funções passadas para outras instituição. São quatro atribuições principais: fiscalizar que as leis que defendem o patrimônio público e os interesses socais e individuais; promover o controle externo do trabalho policial, fazer ação penal pública e recomendar sugestões para melhorar os serviços públicos. No caso do MPDFT, especificamente, as promotorias de Justiça fazem o trabalho, servindo de acesso aos cidadãos, com o objetivo de solucionar obstáculos da população na parte jurídica de áreas como infância, consumidor, educação, saúde, drogas, família e meio ambiente, entre outros. As promotorias atuam com os juízes de primeira instância, enquanto as procuradorias, que também fazem parte do MPDFT, trabalham com a segunda instância e fiscalizam as leis em casos de natureza cível e criminal.