Piada do Dia: Temer não pensa em ser presidente
Por: Carlos Chagas
Desnecessário
se torna traduzir ou interpretar o diagnostico do vice-presidente Michel Temer
transmitido a um grupo de empresários paulistas, quinta-feira, quando sustentou
que a presidente Dilma não resistirá até o final do mandato com a popularidade
tão baixa como se encontra hoje. Acrescentou que não moverá uma palha para
assumir a presidência da República.
Nem é
preciso. Já moveu o conteúdo do imenso paiol de frustrações onde se reúnem
empresários, trabalhadores, profissionais liberais, funcionários públicos,
partidos políticos e a torcida do Flamengo. Não que o país clame por sua
ascensão ao poder ou acredite ser ele o personagem unificador. A maioria da
população o desconhece, apesar de sua condição de substituto ou sucessor
constitucional.
Por
enquanto, a realidade está no extremo oposto: a sociedade rejeita a presidente
Dilma, incluindo-se na rejeição até o PT, sem falar no PMDB e demais
siglas com assento no Congresso.
POPULARIDADE
Admitir
que a popularidade possa ser recuperada em tempo útil para Madame
preservar seu mandato soa como golpe de graça desferido pelo vice sobre a
titular. É impossível. Aguarda-se apenas um fato novo capaz de
desencadear o desenlace: uma decisão do Tribunal Superior Eleitoral ou do
Tribunal de Contas da União, uma evidência a mais de ter o governo
participado do escândalo da Petrobras, a queda do ministro da Fazenda, a
invasão de supermercados ou demais manifestações violentas da
população diante do desemprego, do aumento de impostos ou da alta do custo de
vida. Qualquer desses fatores, se não levarem Dilma à renúncia,
certamente conduzirão ao seu impeachment.
Michel
Temer transpôs o Rubicão, mesmo com legiões esfarrapadas e enfraquecidas. Terá
tido motivos para molhar os pés, humilhado e ofendido pelo que restou da
exangue guarnição do palácio do Planalto. Bem como pelas trapalhadas da
confusa, inoperante e perdida comandante dessa resistência inútil.
Imaginando-se
a preservação dos princípios constitucionais e a permanência das instituições
democráticas, mesmo postas em frangalhos, a pergunta refere-se ao papel que
Michel Temer poderá exercer após chegar à presidência da República.
Melhor seria indagar sobre seu prazo de permanência no trono. Conseguirá
unificar a nação, como sugeriu que alguém precisaria tentar?
Transposto
o Rubicão, Cesar virou ditador, até que punhais de alguns senadores o
abatessem.
CHARGE DO ALPINO
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