Batalha de break no Centro Cultural do Taguaparque:
disputas e palestras atraíram muita gente de Brasília e de outras unidades da
Federação
Praticantes e fãs de modalidades como hip-hop e
house dance se reuniram no Taguaparque, durante uma semana, para assistir e
participar de disputas entre dançarinos. Evento também teve palestras e
workshops gratuitos com professores de todo o país
Fãs da cultura de rua de todo o Distrito Federal e
de outras partes do país se reuniram no Centro Cultural do Taguaparque no fim
de semana para assistir às últimas apresentações do evento, que durou uma
semana. Na programação da 15ª edição do Projeto Rota Brasil Convida, houve
palestras e workshops gratuitos com professores de vários estados e do DF, além
de batalhas de hip-hop, waacking, house dance e break.
O encontro é uma iniciativa da escola de dança Rota
Brasil, em parceria com a Secretaria de Cultura do DF e patrocínio do Fundo de
Apoio à Cultura (FAC). Ele atraiu muita gente de fora do DF, como Amanda
Marques, 18 anos. A menina saiu de Goianésia (GO) para participar das disputas
nas modalidades hip-hop e house. Já Misuel do Santos, 25, veio de Goiânia com a
namorada. Com o nome artístico Allmax, ele dançou break e ficou impressionado
com a qualidade dos outros competidores. O vencedor da modalidade na edição
passada do projeto, Paulo Henrique Mourão, 26, conhecido como Palmares, também
percebeu uma melhora significativa do ano passado pra cá.
Um dos jurados das disputas, Thiago Vianna, 29
anos, é de Brasília, mas mora em São Paulo há 10 anos. Quase sempre, ele volta
à capital para participar do projeto. Thiago diz perceber um aumento no espaço
que esse tipo de dança tem ocupado na capital e no país. “Hoje, talvez, eu não
precisasse ter me mudado”, observa.
Segundo Thiago, hoje é possível sobreviver da dança
sem outros empregos. Ele destaca que as vias de acesso para aprender a dançar
são maiores e a mídia ajuda muito com informação, fazendo com que essa cultura
deixe de ser marginalizada. “Atualmente, reconhece-se nossa dança como arte,
com requinte e com seriedade”, conclui.
Fábrica de talentos
O Rota Brasil Convida foi idealizado em 1999 devido
à necessidade que o grupo tinha de apresentar um espetáculo ao público. “Após
três anos de fundação, decidimos criar o campeonato e acrescentar o Convida
para chamarmos outros dançarinos a participar do evento”, conta a Segundo a
coreógrafa e bailarina Noara Beltrami, 42 anos. “Quase sempre a divulgação e o
crescimento desses grupos ocorrem fora do DF, no eixo Rio-São Paulo. Por isso,
na maioria das vezes, perdemos bons bailarinos e coreógrafos, que procuram
lugares onde a oferta de trabalho é maior. O objetivo do festival é mostrar que
temos bons profissionais na capital, que podem crescer sem precisar sair da
cidade”, completa.
Fundado por Noara, o Rota Brasil é um dos diversos
grupos de dança de rua da capital que participam de competições, dentro e fora
do país. Há 18 anos, Noara decidiu criar o primeiro grupo de hip-hop de
Taguatinga. A gaúcha mora na cidade desde que chegou ao DF, aos 4 anos. Em
Taguatinga, ela colocou pela primeira vez sapatilhas nos pés e nunca mais
parou. Formou-se em balé clássico aos 17 anos. Há 11, mantém a escola de dança
que leva o seu nome.
As diferenças
Break
Era usado como manifestação
popular e alternativa de jovens para não entrar nas gangues de rua que tomavam
Nova Yorque em meados da década de 1970. O principal artista da época era
Mister Dynamite, James Brown, conhecido não só por sua voz ou canções, mas também
por toda sua performance estética, que deu origem a pop-stars como Michael
Jackson, Prince. A dança é muito focada no chão, com diversos passos em que
mãos e pés ficam no chão ao mesmo tempo.
House
Surgiu nos anos 1980, quando os djs de Chicago (EUA)
começaram a mixar músicas da disco em programas de bateria eletrônica. Na
dança, o jacking é importante, pois marca o ritmo e dá a essência dessa dança.
Os passos são executados no contra tempo, na batida típica do house e sempre
usam o chimbal como guia rítmico.
Waacking
É uma das diversas ramificações do street dance.
Baseia-se em movimentos rápidos e distintos de braço e não combinados com
movimentos relaxados de quadris e pernas, frequentemente rítmico e
sincronizados com a música.
Fonte: Renata Rusky – Foto: Gustavo
Moreno/CB/D.A.Press – Correio Braziliense