test banner

Deputado Distrital Julio Cesar (PRB) querendo vender o terreno da ARUC

A Associação Recreativa Cultural Unidos do Cruzeiro (ARUC), agremiação cultural, desportiva e social com 54 anos de história vitoriosa no carnaval e diversas modalidades desportivas e Patrimônio Cultural Imaterial do Distrito Federal vem por meio desta esclarecer os seguintes fatos.
1-    A ARUC ocupa desde 1974 a Área Especial nº08 do Cruzeiro Velho onde desenvolve suas atividades, transformando aquele espaço em referência para todo o Distrito Federal no que se refere ao carnaval, ao samba de raiz; ao futebol, handebol, futsal e beach soccer; a memória e a construção de uma forte identidade cultural para a comunidade do Cruzeiro.
2-    Esta área, destinada a Clube de Unidade de Vizinhança no projeto de Lúcio Costa, foi regularizada pelo GDF em 1983 com a assinatura de Contrato de Cessão de Uso, o qual reconheceu a atuação da ARUC em diversas áreas, não só no carnaval mas em atividades sociais diversificadas, caracterizando-se efetivamente como um clube social a partir dos anos 90.
3-    A não renovação do Contrato de Cessão de Uso por parte do GDF há uns vinte anos é a única razão para a não manutenção da área de forma adequada uma vez que a ARUC está impedida de celebrar parcerias que promovam novos investimentos no espaço. Desde o término a ARUC se manifesta pela renovação, apresentando documentos que comprovam sua atuação e o que construiu neste espaço que se transformou em referência para Brasília por meio de sua atuação.
4-    Nos últimos anos, a ARUC sofreu fortes ataques, pois além do fato de as últimas gestões do GDF não tomarem as providências para renovar o contrato; tivemos a retirada de parte da cerca que delimita o terreno em uma interpretação equivocada da Administração Regional do Cruzeiro e mais recentemente a Secretaria de Esportes reconheceu o equívoco em emitir uma notificação para desocupar o espaço. Tais fatos mostram a fragilidade que a não regularização vem trazendo para uma entidade que é Patrimônio Cultural e cuja história se confunde com a própria formação do Cruzeiro.
5-    Em legislaturas passadas houve lei aprovada pela Câmara Legislativa que regularizava a manutenção da ARUC na área, mas a mesma foi declarada inconstitucional por vício de iniciativa, uma vez que tal lei deve ser de competência do Poder Executivo.
6-    Já se passaram duas décadas e a solução efetiva ainda não foi tomada: uma Lei do Poder Executivo que autorize a ARUC a gerir a área e a renovação do Contrato de Cessão de Uso celebrado em 1983.
7-    Em 2009 a ARUC foi reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial do Distrito Federal, estando inscrita no Livro dos Lugares. Apenas duas manifestações, A Via Sacra de Planaltina e a própria ARUC estão inscritas neste livro que reconhece o vínculo das práticas culturais com o seu lugar de realização. O Estado já reconheceu que o lugar da ARUC não é nenhum outro senão na área onde está, no coração do Cruzeiro Velho. A ARUC sair de onde está é tão absurdo quanto tirar a Via Sacra do Morro da Capelinha.



Áudio acima, com a fala do deputado Julio Cesar (PRB), quando numa sessão sobre questão fundiária, ele faz um aparte para se referir ao terreno da ARUC e distorce os fatos como dizer que foi a Procuradoria quem mandou desocupar, lembrando que a Secretária Leila é sua correligionária o que torna muito difícil ele não estar a par da questão. Esta sessão ocorreu no dia 4 de novembro. O texto acima é uma resposta ao absurdo proferido por este deputado que chegou a Brasília há poucos anos e demonstra não conhecer nada de nossa história.

Por: Rafael Fernandes


Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem