Publicação feita pelo governo do Distrito Federal em redes sociais
contra uso de expressões racistas (Foto: Facebook/Reprodução)
Entre exemplos estão 'a coisa tá preta', 'lista negra' e 'cabelo ruim. Foram 289 casos de injúria racial entre janeiro e outubro deste ano.
O governo do Distrito Federal lançou campanha nas redes sociais para conscientizar a população a
repensar sobre o uso de “frases [que] parecem engraçadinhas e inofensivas”, mas
têm origem racista. Entre os exemplos dados pelo Executivo estão “a coisa tá
preta”, “lista negra”, “não sou tuas negas”, “beleza exótica”, “humor negro” e
“cabelo ruim”.
"Vamos
mudar de atitude e trocar o racismo do vocabulário (e da vida) por respeito ao
próximo?. Mesmo após 127 anos do fim da escravatura, o racismo ainda persiste e
precisamos refletir sobre as consequências dele, espalhar consciência e lutar
por mudança"
(Governo do
Distrito Federal)
A publicação ocorreu em lembra ao
Dia da Consciência Negra, celebrado nesta sexta-feira (20). “Vamos mudar de
atitude e trocar o racismo do vocabulário (e da vida) por respeito ao
próximo?”, diz o GDF. “Mesmo após 127 anos do fim da escravatura, o racismo ainda
persiste e precisamos refletir sobre as consequências dele, espalhar
consciência e lutar por mudança.”
Dados da Secretaria de Segurança
Pública e Paz Social apontam que houve, entre janeiro e outubro, 289 registros
de injúria racial no DF – quase uma por dia. As denúncias podem ser feitas pelo
Disque Racismo, por meio do telefone 156, opção 7.
Em julho, a dona de um pequeno
restaurante Carmem Célia dos Santos, de 46 anos, conta ter sido vítima de
injúria racial. Um homem entrou no estabelecimento pedindo orçamento para um
almoço "chique" para 60 pessoas. Ao ouvir que a microempresária não
fazia esse tipo de serviço, ele quebrou pratos, copos, uma garrafa térmica e
compartimentos de marmita, além de espalhar sal, azeite e palitos pelo chão.
Depois, "falou que negro não podia mesmo ter restaurante [e disse] 'eu não gosto
de negro, não gosto da raça negra, negro não pode ter restaurante'."
Dias antes, flagrada usando
drogas, uma mulher acabou presa em Santa Maria por ofensas raciais ao policial
negro que a abordou. "Você tem que se desfazer desse cigarro de maconha na
minha frente, porque senão você vai levar para casa e vai fumar. A sua cor já diz tudo", teria dito ao PM.
No início do mesmo mês, a
estudante Gilvanete Costa, de 25 anos, denunciou à polícia um cobrador de
ônibus que questionou a aparência dela pouco depois que ela subiu no coletivo: “Moça, o que tu fez no cabelo? Tomou um choque? Tá estranho (sic)”. Em depoimento na delegacia, o rodoviário afirmou que
houve um mal-entendido.
Por meio do Núcleo de
Enfrentamento à Discriminação, o Ministério Público moveu 43 denúncias de
injúria racial no primeiro semestre de 2015. O primeiro caso aconteceu em
fevereiro, entre dois servidores do Hospital Regional da Asa Norte.
Outras ações
O GDF também já usou redes sociais para falar sobre aleitamento materno, assédio sexual no transporte público, doações de sangue, medula e cabelo, economia de água, lixo jogado nas ruas, tráfico de pessoas, valorização dos espaços públicos, uso de bicicleta, saúde do homem e da mulher e campanha de doação de água para Governador Valadares. Segundo o Executivo, estão previstas para as próximas semanas postagens sobre o Novembro Azul.
O GDF também já usou redes sociais para falar sobre aleitamento materno, assédio sexual no transporte público, doações de sangue, medula e cabelo, economia de água, lixo jogado nas ruas, tráfico de pessoas, valorização dos espaços públicos, uso de bicicleta, saúde do homem e da mulher e campanha de doação de água para Governador Valadares. Segundo o Executivo, estão previstas para as próximas semanas postagens sobre o Novembro Azul.
Raquel Morais
Do G1 DF