Segundo Bispo Renato, o projeto surgiu de queixas
de usuários de ônibus
O projeto de lei aprovado na Comissão de Orçamento da Câmara Legislativa, que proíbe a presença de passageiros em pé em ônibus do transporte público do Distrito Federal, se tornou alvo de críticas e piadas tanto na internet quanto entre os usuários do transporte.
A proposta, do deputado distrital Bispo Renato (PR), prevê multa para a
empresa concessionária que for flagrada com algum passageiro em pé dentro dos
ônibus e vale para todas as linhas do transporte urbano que circulam no DF. No
mesmo momento em que a notícia foi publicada no site do Correio Braziliense, os
internautas dispararam comentários alegando que, caso aprovada, a lei
inviabilizaria o transporte no Distrito Federal. “Duvido ter ônibus suficiente
para a população, especialmente nos horários de pico”, comentou um leitor nas
redes sociais do jornal. “Já não tem ônibus suficiente. Agora, vamos ficar, em
vez de espremidos, abandonados nas paradas… Salve-se quem puder”, desabafou
outro.
Nas paradas de ônibus, a reação não foi muito diferente. Para Matheus
Ferreira, 27 anos, a proibição seria negativa para a população. “Seria
conveniente ir sentado sempre, mas eu precisaria esperar outra condução,
enquanto posso ir mais cedo e em pé tranquilamente”, argumenta o rapaz, que
mora em Valparaíso e trabalha no SIA. Por causa dos poucos ônibus que circulam,
e muitas vezes lotados, Matheus relata que voltar para casa sentado é um
desafio, e chega a pegar um ônibus extra para o SIG só para conseguir voltar
para casa sentado.
Da mesma forma, Sheila Oliveira, 34 anos, sofre com os ônibus lotados.
Ela concorda que a mudança necessitaria de ônibus extras circulando, pois a
frota atual não contempla a demanda de pessoas. Sheila mora no Guará e vai
todos os dias para o Plano Piloto fazer faculdade de administração.
De acordo com o deputado Bispo Renato, o projeto surgiu de sugestões e
reclamações das pessoas insatisfeitas com os veículos lotados. Ele conta que,
na Comissão de Orçamento, foi discutido apenas o impacto financeiro e diz que
ainda há tempo para fazer adequações. Ele adiantou ainda que convocará uma
audiência pública antes de levar o projeto a plenário. A proposta do deputado é
que a proibição passe a valer a partir de 2019.
Fonte:
Correio Braziliense – Foto: Ed Alves/CB/D.A.Press