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À QUEIMA-ROUPA: João Antônio Fleury, secretário de Fazenda do DF

João Antônio Fleury, secretário de Fazenda


O senhor é o terceiro secretário de Fazenda em um ano. Essa troca constante de titulares atrapalha o andamento dos trabalhos?
No nosso caso, em particular, não atrapalha, porque trabalhamos juntos há muito tempo. O Colombini, o Meneguetti e eu nos conhecemos há mais de 30 anos e atuamos juntos em diversos órgãos na área de finanças. Eu estava como adjunto desde setembro. Vamos dar continuidade ao trabalho, sempre buscando melhorar os processos.

Quais serão as prioridades da Receita em 2016?
Vamos estabelecer projetos estratégicos e prioridades, sempre com o objetivo principal de aprimorar a arrecadação do Distrito Federal. Na semana que vem, haverá uma reunião com os subsecretários para definir as prioridades. Não adianta ter 200 projetos, tem que focar naqueles que podem fazer a diferença.

Haverá mais aumento de impostos este ano?
Não há nenhuma perspectiva de aumento de impostos este ano. O que tinha que ser feito já foi analisado pela Câmara Legislativa no ano passado.

A pressão da folha de pagamento continuará grande? Há risco de ovos atrasos de salários?
A gente quer arrecadar não só para pagar salários, mas para fazer obras de infraestrutura e os investimentos necessários para a cidade. Nosso planejamento foi feito de modo a não termos problemas com relação a isso. Mas é claro que dependemos de como a economia vai funcionar. Fazer ajuste em impostos não significa necessariamente aumentar a arrecadação. Ter uma economia com crescimento negativo e inflação alta é o maior mal para quem administra finanças públicas.

Os projetos aprovados na Câmara no ano passado vão resolver a crise financeira?
Só a partir de 15 de fevereiro é que teremos os primeiros reflexos na arrecadação em função desses ajustes decorrentes de projetos aprovados no ano passado. Houve aumento do ICMS dos combustíveis, mas, se a população reduzir o consumo, isso pode não ter o efeito esperado. É fundamental que a economia volte a funcionar no Brasil. Felizmente, Brasília tem características diferentes e a reação aqui costuma ser mais rápida. O DF tem a maior renda per capita do país.

Há muitas reclamações com relação ao Nota Legal, como a queda dos repasses aos contribuintes cadastrados. Que avaliação o senhor faz do projeto?
O projeto tem um forte aspecto educativo; ele procura incentivar que a sociedade seja fiscal do Estado, ajudando a arrecadar impostos que se revertam em benefícios para a população. Brasília é certamente o lugar onde mais se pergunta se o comprador quer o CPF na nota fiscal. Quando o programa começou, havia uma base pequena de clientes e isso permitia uma distribuição maior de valores. Hoje, chegamos a 1 milhão de pessoas registradas e o valor repassado tende a cair. Mas, só em 2015, R$ 83 milhões foram repassados à sociedade.

Haverá mudanças no Nota Legal?
Para 2017, estamos discutindo algumas mudanças, sim. Uma das ideias é fazer sorteios durante o ano para distribuir prêmios para os cadastrados, com o sorteio de um grande valor no fim do ano. Isso é feito em outros Estados.


Por: Helena Mader – Coluna “Eixo Capital” – Correio Braziliense – Foto/Ilustração: Blog - Google

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