Na sexta-feira (29), as Forças
Armadas se uniram para estabelecer um combate ao Aedes aegypti, numa batalha
que Exército, Marinha e Aeronáutica vão enfrentar, em defesa das populações já
tão fragilizadas e preocupadas com tamanho risco a que o mosquito submete. O
trabalho começou em suas próprias bases. A partir de 13 de fevereiro, vão
começar a visitar as casas. Abram-lhes as portas!
Força-tarefa pra valer
No
domingo passado (24), escrevemos aqui, cheios de entusiasmo e esperança, sobre
a descoberta daquela planta que poderá nos ajudar, e muito, no combate e, por
que não dizer, na erradicação do mosquito Aedes aegypti. Ainda mais, um combate
que poderá substituir ou se tornar cúmplice do fumacê que, longe de ser uma
arma, é uma linda e delicada flor: a crotalária.
Não é
preciso dizer da repercussão da matéria, do interesse dos leitores, na procura
e na vontade de ter, em seus quintais e jardins, aquela que chamamos de “A flor
que salva”. Sugerimos que as administrações partam para o plantio em canteiros
centrais, que distribuam sementes e mudas para a população e que as escolas
façam o mesmo, com a participação das crianças, incumbindo-as de cuidar delas
com o maior carinho e desvelo. É uma forma de envolver toda a comunidade, de
delegar poderes e armas na tão necessária guerra contra esse mosquito
esquelético e tão malvado e perigoso.
Coincidentemente,
na quinta-feira (21) que antecedeu à veiculação de nossa matéria, na edição do
dia 24, uma verdadeira força-tarefa contra o mosquito da dengue foi deflagrada,
com vistoria em mais de mil casas no Lago Sul: no Condomínio Villages Alvorada;
nas QLs 12, 20 e 22, e na QI 09, num total de 1.020 imóveis visitados durante
cinco dias. Desses, 302 estavam fechados e em 19, infelizmente, os moradores
não permitiram a entrada dos agentes da Vigilância Ambiental, em parceria com o
Corpo de Bombeiros, que aparecem devidamente paramentados e credenciados. Em 24
imóveis, as amostras de larvas coletadas foram positivas para o mosquito Aedes
aegypti. A ação foi conjunta com a Administração do Lago Sul, sob o comando do
administrador, Aldenir Paraguassú. Segundo o Núcleo da Vigilância Ambiental do
Lago Sul, as quadras vistoriadas são as que apresentam maior circulação viral
no bairro.
Uma pena
que, mesmo vendo e ouvindo pela imprensa o caos em que se transformou esse
problema de verdadeiros criatórios de larvas e mosquitos, pessoas parecem não
se importar, não se sensibilizar ou, até mesmo, temer aquilo que, sabidamente,
na fase adulta, matará pessoas e, pior, afetará bebês em fase gestacional,
causando a microcefalia, uma tragédia anunciada. Medo, grávidas com pavor de
contrair a doença, estresse, nada disso comove essas pessoas que, acostumadas a
contemplar o próprio umbigo, cometem a ignorância de não permitir a entrada
daqueles que só querem ajudar.
A
administração nos informa que, no Lago Sul, há diversas residências fechadas e
que se encontram à venda ou para locação. Essas podem conter focos nos jardins
e nas piscinas. Para combater a proliferação no bairro, a Administração Regional
recorreu ao acordo firmado com o Creci-DF para cobrar das imobiliárias e dos
corretores que atuam no bairro providências para que sejam feitas limpezas ou
vistorias nas casas desocupadas para venda ou aluguel. “É importante
trabalharmos no combate ao mosquito em todo o Lago Sul e no Distrito Federal.
Uma das maiores dificuldades hoje são os agentes vistoriarem essas residências
fechadas para o combate ao Aedes aegypti” afirma Paraguassú.
Houve
reunião também com representantes de nove escolas privadas do Lago Sul, o que
representa mais de 5 mil alunos. No encontro, foi solicitado aos educadores
apoio dentro das instituições no combate ao mosquito no bairro. Materiais de
conscientização foram distribuídos e vídeos educativos sobre o perigo do
mosquito foram apresentados para que sejam replicados dentro das instituições
de ensino e sirvam como mais um instrumento para a conscientização dos alunos,
para que passem também agentes de combate nas suas famílias, considerando que é
da ordem de 95% a proliferação nas residências. A Administração Regional
planeja organizar, em breve, encontro também com os representantes das escolas
públicas do Lago Sul.
A
assistente administrativa do Colégio Internacional Everest, Jussara Oliveira,
destaca a iniciativa da Administração do Lago Sul. “É uma excelente ideia
aproximar as escolas neste momento tão importante. Vamos aderir à campanha e
mobilizar toda a instituição, os pais e os nossos 450 alunos”, explica.
Mesmo com
ações diárias para combater a proliferação do mosquito na região, o apoio da
população é fundamental. “Ao identificar foco do mosquito em sua residência ou
suspeitar de foco nas proximidades, o morador deve entrar imediatamente em
contato com Núcleo da Vigilância Ambiental da Região Administrativa.”
Estão
sendo adotadas providências com as instituições públicas e os empresários com
vistas à intensificação da campanha, à produção de material impresso e outras
iniciativas, como a busca de sementes e mudas da crotalária para distribuição e
plantio intenso no bairro.
Que bom
que o Lago vai se enfeitar de flores que salvam. A população precisa participar
e ajudar.
O contato
do Núcleo da Vigilância Ambiental no Lago Sul é 3248-2075.
Por:
Jane Godoy – Coluna 360 Graus – Fotos: Arquivo Pessoal – Correio Braziliense