Se tudo ocorrer conforme o planejado, a
PEC nº 113/2015, já aprovada pelo Congresso Nacional em dezembro passado, será
promulgada hoje, em sessão conjunta. A partir daí será aberta janela de 30 dias
para que os políticos filiados às dezenas de legendas existentes, possam mudar
de partido.
Pela
redação do texto da emenda, “é facultado ao detentor de mandato eletivo
desligar-se do partido pelo qual foi eleito nos 30 dias seguintes à promulgação
desta Emenda Constitucional, sem prejuízo do mandato, não sendo essa
desfiliação considerada para fins de distribuição dos recursos do Fundo
Partidário e de acesso gratuito ao tempo de rádio e televisão”.
O que os
analistas políticos antecipavam, os eleitores sempre souberam: eleições,
exercício de cidadania por meio do voto, seriedade e propósitos dos partidos,
programas e perfil ideológico das legendas, promessas e outras características
ligadas ao mundo político, nada valem no Brasil. Na verdade, não existe nenhum
partido político sério no país. O que existe, e os eleitores há muito
suspeitam, são agremiações que reúnem pessoas com ambições parecidas, de olho,
sempre, nas inúmeras oportunidades materiais oferecidas pela atividade
político-partidária, principalmente para os membros da cúpula.
No
liberou geral propiciado pela dança das cadeiras e que, obviamente, contou com
a aprovação da maioria dos parlamentares, os partidos perderão ainda mais, se é
possível, o pouco de identidade que tinham. O eleitor é também, nesse caso,
detalhe incômodo, chatice que deve ser obrigatoriamente lembrada apenas nos
dias indicados pelo calendário eleitoral.
Essa
situação vexaminosa com nossa estrutura política só persiste ainda porque os
parlamentares impedem, a todo custo, uma verdadeira reforma política que ponha
fim ao número excessivo de legendas, à filiação de candidatos enrolados com a
Justiça, à imunidade parlamentar, ao lançamento de candidaturas avulsas e fora
da órbita partidária. É necessária a obrigação do cumprimento do estatuto e do
programa partidário, o recall de políticos reprovados, o fim das mordomias,
entre diversas outras mudanças do agrado geral da população.
Por
enquanto, na queda de braço entre a sociedade que anseia por políticos que
possam verdadeiramente representá-la e o Executivo que deseja partidos
subservientes, a balança ainda é favorável a esse último. Até quando?
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A
frase que foi pronunciada
“Não tenha medo de enfrentar um galho difícil. É lá que se
encontra o fruto.”
(H.
Brown)
Por: Circe Cunha – Coluna “Visto, lido
e ouvido” – Ari Cunha – Correio Braziliense- Foto/Ilustração: Blog - Google
Justo o que eu procurava sobre porta de aluminio e janelas de aluminio. Muito obrigada!
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