Quem vai viajar para o Rio em meio a uma epidemia de zika? Não mulheres
jovens, que podem ficar grávidas e dar à luz criança com deficiência. Não
homens sexualmente ativos que correrão o risco de transmitir o problema à
parceira. A afirmação, feita pela dupla de pesquisadores norte-americanos Lee
Igel e Arthur Caplan, do Centro Médico de Langone, na Universidade de Nova
York, está no último número da revista Forbes.
No
artigo, de grande repercussão internacional, os cientistas pedem, simplesmente,
o cancelamento dos próximos Jogos Olímpicos, a serem realizados no Rio de
Janeiro. Para Igel e Caplan, reconhecidos como autoridades em ética médica e
medicina do esporte, a realização dos jogos, em ambiente em que a própria
Organização Mundial da Saúde (OMS) declara como de emergência sanitária
internacional constitui grande irresponsabilidade e deve ser evitada a todo
custo.
Eles
reconhecem, no documento, que o alerta da OMS vai afugentar os turistas que
pretendiam viajar ao país para assistir aos jogos. O presidente do Comitê
Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, discorda e garante que, em agosto,
as condições de segurança para os atletas e espectadores serão asseguradas de
modo satisfatório.
O governo
brasileiro, sempre vacilante, diante de um fiasco global, recomenda,
timidamente, que apenas as grávidas reavaliem a possibilidade de não viajarem
ao Brasil para não correrem riscos com os repetidos casos de microcefalia em
bebês.
Se, na
Copa do Mundo de Futebol de 2014, o problema maior ficou por conta da corrupção
e dos gastos astronômicos com arenas superdimensionadas, nas Olimpíadas do Rio,
além dos altos gastos e da construção de futuros novos elefantes brancos, vêm
se juntar questões de saúde pública (como epidemias severas), poluição e
contaminação das águas onde será disputada parte dos jogos.
A
profunda recessão econômica, a pior em décadas, também é um dos grandes
obstáculos. Em comum, a realização da Copa do Mundo e das Olimpíadas tem, por
trás, o mesmo governo ufanista e populista que buscou nesses eventos esportivos
vitrine interna e externa para o partido. Apesar disso, até aqui, o mosquito
Aedes está vencendo as disputas com vantagem.
****
A frase que foi pronunciada
“Atenção. Cuidado. Novo golpe na praça. Quando for viajar durante o
carnaval, verifique bem se as portas estão trancadas. A Odebrecht está
invadindo apartamentos para fazer reformas caríssimas sem que os proprietários
sejam informados. No fim, você pode ser incriminado sem saber sobre o
ocorrido.” (Mensagem circulando na internet)
Por: Circe Cunha –
Coluna “Visto, lido e ouvido” – Ari Cunha – Correio Braziliense –
Foto/Ilustração: Blog - Google