Sem agenda enviada pelo Buriti,
distritais devem se dedicar a temas políticos, como a troca de partidos
Os trabalhos legislativos devem
engrenar apenas a partir da próxima terça-feira, mas as especulações nos
bastidores dão conta de que a chapa vai esquentar, especialmente no tratamento
de assuntos internos da Casa. Aprovada em primeiro turno com o voto de 16
distritais, a emenda que permite a reeleição da Mesa pode voltar ao centro do
debate parlamentar muito antes do que se espera.
Polêmica desde o início, a proposta de
renovação do mandato do chefe do Legislativo concentrará a atenção dos
distritais já no primeiro semestre de 2016 —até porque projetos do Executivo
considerados prioritários, como o Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico
de Brasília e a Lei de Uso e Ocupação do Solo, estão em compasso de espera e
devem pousar no Legislativo só na segunda metade do ano.
Contrário ao princípio da reeleição, o
deputado Reginaldo Veras (PDT), correligionário da presidente da Câmara,
Celina Leão, acredita na possibilidade de antecipação do debate sobre o
tema. “A presidente é muito habilidosa, inteligente e articulada, condições que
a habilitam a suscitar essa discussão”, avalia Veras. “Acho difícil emplacar,
mas hoje é uma possibilidade viável”, considera o distrital.
Para o peemedebista Wellington Luiz é
preciso muita cautela ao tratar desse assunto. “É um tema duro, polêmico e deve
ser discutido passo a passo”, afirma Wellington, que já deixou claro, ao votar
com a presidente Celina, sua posição quanto à recondução do presidente da
Câmara a mais um mandato.
Mesmo contrário ao instituto da
reeleição, o pedetista Veras não teria dificuldade em esticar o mandato de
Celina por mais dois anos. “Se a emenda passar, e ela for candidata, existe a
possibilidade dela conquistar meu voto”, diz Veras.
No DF, Reguffe abre ciranda partidária
A saída do senador Reguffe do PDT após
o Carnaval, decisão comunicada ao presidente do partido no Distrito Federal,
George Michel, será o pontapé inicial da ciranda de troca de siglas partidárias
em Brasília. O também senador Cristóvam Buarque pode seguir o mesmo caminho — e
é possível que leve com ele a presidente da Câmara Legislativa, Celina
Leão.
A abertura de uma janela de
transferência partidária sem prejuízo dos mandatos parlamentares, a partir do
próximo dia 18, vai embaralhar ainda mais o complicado xadrez político na
Câmara Legislativa. A mudança de partido afetará a recomposição das comissões
temáticas da Casa, assunto que divide o parlamento em três correntes.
Uma parcela dos deputados defende que a
constituição das comissões permaneça como está. Outra parte admite a realização
de mudanças pontuais, enquanto um terceiro grupo considera que deve haver uma
reformulação total.
"O Regimento da Câmara determina que a
composição das comissões seja revista anualmente, salvo de houver acordo em
contrário."
Troca-troca de legendas se desenha
1 -À exceção do deputado Robério
Negreiros, que já deixou clara sua disposição em deixar o PMDB, as demais
mudanças de partido no âmbito da Câmara ainda dependem de muita negociação.
Robério estuda convite de quatro siglas, entre elas o PP, seu mais provável
destino, o DEM e o PSDB, aproveitando a nova “janela”.
2 -dores dão conta de que o PMDB pode
ficar sem representação na Câmara Legislativa devido à insatisfação dos
deputados peemedebistas com a forma de condução da sigla no DF.
3 -A lista de parlamentares em busca de
novo ninho inclui a deputada Liliane Roriz, que iria para o PTB, acompanhada do
distrital Juarezão. Os dois estão no PRTB. Também se cogita da saída de
Raimundo Ribeiro do PSDB.
Fonte: Isaac Marra - Jornal de Brasília – Foto: Luís Nova -
Cedoc