Cem pessoas tiveram a
oportunidade de ficar na cabeceira de uma das pistas do terminal, a apenas 50
metros dos aviões em operação
"Evento permitiu a fotógrafos
profissionais e amadores acesso a uma área restrita e privilegiada do Aeroporto
Internacional de Brasília para fazerem imagens de aeronaves bem próximas"
O barulho das turbinas das
aeronaves se misturou com os de cliques das máquinas fotográficas profissionais
e compactas, no Aeroporto Internacional de Brasília, no fim da tarde de ontem.
Cem pessoas tiveram o privilégio de participar da terceira edição do Spotter
Day. Eles puderam ficar na cabeceira de uma pista de pouso e decolagem, a cerca
de 50 metros dos aviões, para praticar o hobby da fotografia de uma maneira
única. O grupo passou quatro horas acompanhando as chegadas e partidas de
táxis-aéreos, aviões comerciais, de cargas e militares da Força Aérea
Brasileira (FAB).
Organizado pela Inframérica, concessionária responsável pelo terminal, o
evento durou a tarde toda e, no fim do dia, o pôr do sol disputou a atenção das
lentes com o movimento intenso da pista, típico do horário. O estudante Gabriel
Melo, 19 anos, esteve no evento no ano passado e fez questão de repetir o
programa ontem. Ele faz parte do grupo Spotters Bsb, criado há dois anos e com
70 integrantes. “Nós começamos brincando. Com o grupo, foi ficando sério.
Trocamos informações sobre foto e também sobre aviação”, comentou. Em breve,
ele pretende se tornar comissário de bordo.
Comissária de bordo, Thaís Cordeiro, 22, participou do evento pela
primeira vez, mas, por causa da profissão, já tinha o costume de fotografar
aviões. Acabou entrando no grupo Spotters Bsb a convite de Gabriel. “Eu tirava
algumas fotos quando ia trabalhar, no aeroporto. A administração compartilhava
algumas fotos minhas. Aí, eles me chamaram para esse evento”, contou. Com
familiares na FAB, o amor pela aviação é antigo. O pela fotografia é mais
recente. Por isso, ela pretende aprender muito ainda.
Segurança
Toda a ação de ontem foi planejada seguindo as
normas de segurança do aeroporto. Desde a inscrição, o cuidado foi grande.
Foram exigidos nada consta da Polícia Federal, da Polícia Civil e da Justiça
Federal. No sábado, como pré-requisito para participar, os spotters
tiveram uma reunião com a equipe organizadora, na qual foram apresentadas as
regras básicas de acesso à área restrita. Apesar da burocracia, houve 482
inscritos e todos os 100 selecionados estiveram presentes.
Pedro Genêci, 16, estudante, era a pessoa mais nova
do Spotter Day. Essa era a idade mínima para participar. Com os colegas, a
diversão era adivinhar os modelos das aeronaves quando elas ainda estavam
distantes. Na maioria das vezes, ele acertava. Estava apenas com a câmera do
celular, o que não influenciava em nada na empolgação. Às vezes, até pegava uma
ou outra máquina profissional emprestada dos companheiros. Ele é jovem aprendiz
em uma companhia aérea e pretende ser piloto, e sonha em pilotar um 737-800.
Enquanto isso, simula aviação em casa, em um jogo chamado Flight Simulator. “Eu
gosto de avião desde que me entendo por gente!”, ressaltou.
Frank Jonas, 18, mecânico aeronáutico, tem a mesma aspiração, mas está
dando um passo de cada vez: fará o curso para comissário de bordo primeiro.
Para ele, morar perto do aeroporto fez toda diferença. “Eu via os aviões
passarem e corria pra fora de casa. Até hoje, faço isso de vez em quando”.
Quando desocupado, vai para o aeroporto só observar e fotografar.
Por: » Renata Rusky – Foto: Ed
Alves/CB/D.A.Press – Correio Braziliense