Ex-senador Gim Argello foi preso em abril pela 28ª
fase da Operação Lava Jato (Foto: Rodolfo Buhrer/Reuters)
Gim Argello foi
acusado de cobrar propina durante a CPMI da Petrobras. Ex-senador está
preso no Complexo Médico-Penal, na Região de Curitiba.
O juiz federal
Sérgio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato na primeira instância,
aceitou nesta terça-feira (10) a denúncia contra o ex-senador Gim
Argello, preso em abril pela 28ª fase da operação, e
outras oito pessoas. Moro, porém, não aceitou a denúncia contra o ex-presidente
da Odebrecht S.A Marcelo Bahia Odebrecht, que havia sido denunciado junto com o
ex-senador.
A partir de agora, Gim e os demais viram réus, passando a responder uma ação penal na Justiça Federal por crimes como corrupção, lavagem de dinheiro e obstrução à investigação.
Veja quem são os réus e os crimes que cada um responde:
A partir de agora, Gim e os demais viram réus, passando a responder uma ação penal na Justiça Federal por crimes como corrupção, lavagem de dinheiro e obstrução à investigação.
Veja quem são os réus e os crimes que cada um responde:
*-Jorge Afonso
Argello (Gim Argello) - ex-senador pelo PTB - corrupção passiva, concussão, lavagem de capitais,
organização criminosa e obstrução à investigação
*-Jorge Afonso Argello Junior - filho do ex-senador - corrupção passiva e lavagem de capitais
*-Paulo César Roxo Ramos - assessor do ex-senador - corrupção passiva, concussão, lavagem de capitais e obstrução à investigação
*-Valério Neves Campos - ex-secretário-geral da Câmara Legislativa do Distrito Federal - corrupção passiva, concussão, lavagem de capitais e obstrução à investigação
*-José Aldemário Pinheiro Filho - ex-presidente da construtora OAS - corrupção ativa, corrupção passiva, lavagem de capitais e obstrução à investigação
*-Roberto Zardi Ferreira - diretor de Relações Institucionais da OAS - corrupção ativa, lavagem de capitais e obstrução à investigação
*-Dilson de Cerqueira Paiva Filho - executivo ligado à OAS - corrupção ativa, lavagem de capitais e obstrução à investigação
*-Ricardo Ribeiro Pessoa - dono da construtora UTC - corrupção ativa, lavagem de capitais e obstrução à investigação
*-Walmir Pinheiro Santana - ex-diretor financeiro da UTC - corrupção ativa, lavagem de capitais e obstrução à investigação
Procurado pelo G1,
o advogado de Gim Argello não atendeu à ligação da reportagem. O G1 tenta
o contato com as defesas dos outros réus.
Já a denúncia
contra Cláudio Melo Filho, ex-funcionário da Odebrecht, e Marcelo Odebrecht não
foi aceita pelo juiz "por falta de justa causa e sem prejuízo de retomada
se surgirem novas provas". A denúncia contra os dois era por corrupção
ativa, lavagem de capitais e obstrução à investigação.
As suspeitas
O nome de Gim Argello apareceu nas delações do senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS), que está em prisão domiciliar, e do dono da UTC, Ricardo Pessoa. O ex-senador está detido no Complexo Médico-Penal, na Região Metropolitana de Curitiba.
O Ministério Público Federal (MPF) denunciou o ex-senador na sexta-feira (6). Para os procuradores, há evidências de que o ex-senador pediu R$ 5 milhões em propina para a empreiteira UTC Engenharia e R$ 350 mil para a OAS.
O nome de Gim Argello apareceu nas delações do senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS), que está em prisão domiciliar, e do dono da UTC, Ricardo Pessoa. O ex-senador está detido no Complexo Médico-Penal, na Região Metropolitana de Curitiba.
O Ministério Público Federal (MPF) denunciou o ex-senador na sexta-feira (6). Para os procuradores, há evidências de que o ex-senador pediu R$ 5 milhões em propina para a empreiteira UTC Engenharia e R$ 350 mil para a OAS.
Em troca, ele
barraria a convocação de executivos das empreiteiras para a Comissão
Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), no Congresso Nacional, que investigou o
esquema de corrupção na Petrobras - as duas empresas são investigadas na Lava
Jato.
Os recursos,
ainda conforme divulgado pelo MPF, foram enviados a partidos indicados por Gim
– DEM, PR, PMN e PRTB – na forma de doações de campanha.
Ainda conforme os procuradores, as investigações apontaram acerto de vantagem indevida realizado por, pelo menos, quatro empreiteiras: UTC Engenharia, OAS, Toyo Setal e Odebrecht.
Ainda conforme os procuradores, as investigações apontaram acerto de vantagem indevida realizado por, pelo menos, quatro empreiteiras: UTC Engenharia, OAS, Toyo Setal e Odebrecht.
Segundo o MPF, o
ex-senador solicitou propina para as empresas Andrade Gutierrez, Engevix e
Camargo Corrêa. Essas, afirmam os procuradores, não aceitaram.
Quanto à Odebrecht, a denúncia indica pagamento de R$ 200 mil para que diretores não precisassem comparecer à CPMI. Até antes da denúncia, o nome da Odebrecht não figurava entre os investigados no caso.
Quanto à Odebrecht, a denúncia indica pagamento de R$ 200 mil para que diretores não precisassem comparecer à CPMI. Até antes da denúncia, o nome da Odebrecht não figurava entre os investigados no caso.
Por: Bibiana Dionísio e Thais Kaniak - Do
G1 PR