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À QUEIMA-ROUPA: Eric Seba, Diretor-geral da Polícia Civil do DF

Eric Seba, Diretor-geral da Polícia Civil do DF

Há uma cobrança direta dos delegados a você sobre benefícios e o reajuste salarial. Qual é a sua postura, entre a sua categoria e o governador Rodrigo Rollemberg?
É uma situação bem complicada. Sou um policial, servidor de carreira, dependo do meu salário, dependo da manutenção do meu poder aquisitivo em benefício da minha família. Sou responsável pelos servidores e, ao mesmo tempo, tenho um comprometimento de gestão da instituição, de responsabilidade com o governador. Então, é preciso equilibrar todas as situações.

Pelo visto, não é fácil...
Não é muito fácil. Principalmente porque acabo sofrendo pelos dois lados. O governo passa por uma situação de crise muito grave, local e federal. Neste ano, estamos sofrendo uma redução do Fundo Constitucional. Mas, em momento algum, deixo de defender o direito dos nosso servidores. Nós já fomos o maior salário do Brasil em termos de Polícia Civil. Hoje estamos em nono lugar e o DF tem o maior custo de vida do país.

Joaquim Roriz sempre foi apontado como um governador que fez muito pela Polícia Civil. Como os policiais enxergam Rollemberg?
A passagem com o governador Roriz foi extremamente próspera na Polícia, em investimento de salários e condições de trabalho. A gente vinha de uma depressão salarial. Mas hoje os policiais civis, de forma geral, acreditam no governador Rodrigo Rollemberg, pelas promessas que ele fez. Ele é uma pessoa do bem. Não tenho nenhuma dúvida disso. Ele é uma pessoa que quer fazer as coisas por todos os segmentos de Estado e pela Polícia Civil. 

O Sinpol está exibindo um vídeo que mostra um compromisso de Rollemberg com os policiais civis de manter a equiparação dos reajustes da Polícia Federal. Como fica se não der para cumprir?
Os dois sindicatos estão em movimento salarial reivindicando a paridade com a Polícia Federal. A quebra dessa paridade é preocupante porque gera uma instabilidade de um movimento paredista. Por enquanto, tem sido levado de uma forma serena. Um pouco mais contundente em determinados momentos, mas sem prejuízo para a população. O que tenho levado para o governador é que essa manutenção é histórica, justa e necessária. A. Polícia Civil precisa ser olhada com carinho.

O que o governador diz?
O governador fez um compromisso de campanha. Ele se preocupa e acha que a manutenção dessa paridade deve acontecer. Só que ele também entende que o momento financeiro da cidade exige que se conduza de forma cautelosa. Porque há impacto financeiro. Hoje a gente tem problema de não conseguir fechar a folha de novembro e de dezembro. Existem os argumentos técnicos e o que trazem é uma dificuldade, mas não foi descartado. 

Precisa de mais delegados?
Muito. Na verdade, todas as categorias estão defasadas. Talvez hoje os agentes de Polícia sofram um pouco mais, principalmente por causa dos plantões. Brasília tem uma característica. São 34 delegacias que trabalham 24 horas por dia, atendendo a população. O que nós precisamos é de um planejamento para resgatar um êxodo de servidores que houve por aposentadoria e por terem passado em outros cargos. Uma grande parte das nossas delegacias trabalha de forma subdimensionada. Isso acaba comprometendo um pouco as investigações e o atendimento ao público, apesar de a Polícia Civil estar produzindo cada vez mais. Isso é um recado claro para a sociedade: não estamos vinculando a nossa produtividade a nosso salário.


Fonte: Ana Maria Campos – Coluna “Eixo Capital” – Correio Braziliense – Foto: Google

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