"Venho para encontrar muitos amigos e sou apaixonado desde menino
por motos" Adir Magalhães, mecânico
Passeio mobilístico reuniu 35 mil motocicletas no penúltimo dia de
evento em Brasília. Os participantes vieram de todas as unidades da Federação e
de vários países da América do Sul
ara os apaixonados, o ronco dos motores parece
música. Há quem viaje centenas de quilômetros para encontrar amigos com o mesmo
amor pelas motocicletas e ver milhares de motos vibrando pelas ruas da cidade.
O Brasília Capital Moto Week chega ao último dia hoje e reúne, desde 22 de
julho, os amantes das duas rodas no Parque de Exposições da Granja do Torto.
Segundo a organização, ao todo, 620 mil pessoas haviam passado pelo espaço até
as 13h de ontem. A estimativa é de que o número final chegue a 650 mil.
Na tarde de ontem, 35 mil motos se reuniram para o
tradicional passeio mobilísticoo, segundo a Polícia Militar, um dos principais
momentos do Festival. Ao longo do trajeto de 53km, estavam os principais pontos
turísticos de Brasília, como a Catedral Metropolitana e a Ponte JK. De acordo
com os organizadores do evento, os 10 dias do festival geraram 7 mil empregos
temporários e movimentaram R$ 52 milhões na economia da cidade. Participaram do
Capital Moto 1,5 mil motoclubes e 300 expositores. Todas as unidades da
Federação estavam representadas no evento e, dos países da América do Sul,
apenas Peru e Venezuela não tinham motociclistas em Brasília nesta semana.
O mecânico Adir Magalhães, 72 anos, saiu de
Britânia (GO), a mais de 500km de Brasília, para participar do evento. O
motociclista, que se orgulha de ter 55 anos de habilitação, já perdeu a conta
de quantas vezes veio à capital federal para o encontro. “Venho para encontrar
muitos amigos e sou apaixonado desde menino por motos”, conta Magalhães. Ele exibia
com um orgulho uma moto vermelha de 600 cilindradas, que o acompanha há 20
anos.
O casal João Paulo Falquete, 53, e Maria Rosa
Falquete, 50, também saiu de longe para participar do evento. De Botafogo (SP),
eles viajaram 750km para chegar a Brasília. “É um dos melhores eventos do tipo.
Se tiver que escolher só um para ir no ano todo, seria este”, conta João Paulo.
Ele e a mulher já rodaram muito pelo país. Foz do Iguaçu (PR) e Pontaporã (MS)
são alguns dos destinos mais distantes que o casal já conheceu.
Já o médico e professor Carlos Mendes, 64, veio de
Anápolis (GO) com a família, em um grupo de cinco pessoas. Ele conta que
foi sua segunda participação no festival. “É um momento muito gostoso. Eu vim
há dois anos e deu para perceber que aumentou muito”, conta o médico.
Apaixonado por moto desde jovem, ele ficou 25 anos longe, mas voltou há seis
anos. “Comprei uma moto nova e voltei. Viajo sempre que posso, é uma terapia,
um momento de relaxar”, conta.
Há anos o motoboy Emerson Araújo, 31, é apaixonado
pelas motocicletas. “Andei pela primeira vez aos 15 anos e foi paixão à
primeira vista, acho incrível”, relata. Ele elogia a organização do festival e
diz que esse tipo de evento é uma oportunidade de encontrar amigos com a mesma
paixão. “É uma chance de rever muita gente de longe, de lugares distantes”,
explica.
Segundo a organização do
Brasília Capital Moto Week, 1,5 mil motoclubes e 300 expositores marcaram
presença nos 10 dias de festival
Volta ao mundo
À frente do comboio que cruzou a capital ontem,
estavam os brasilienses Raphael Deeter, 28 anos, e Geraldo Helcius, 35. Os dois
largaram tudo e vão embarcar, em 3 de agosto, numa jornada sobre duas rodas por
todos os países da América do Sul, com a única regra de nunca pagar para
dormir. “A nossa estimativa é de que serão mais de 60 mil quilômetros, passando
pelas capitais de todos os estados brasileiros e de todos os países da América
do sul”, explica Deeter.
A volta para Brasília está marcada para ocorrer
daqui a um ano, no próximo Brasília Capital Moto Week. “Nós queremos ir até
além da cultura da moto, falar sobre as pessoas decidirem fazer o que querem,
largar tudo e ir atrás do que gostam. Deixar aquele emprego chato, a namorada
chata, nem precisa ser para rodar o mundo em cima de uma moto”, conta, animado,
Deeter.
620 mil
Público que passou pelo parque até as 13h ontem
Fonte: Alexandre
de Paula - Especial para o Correio - Foto: Edy Amaro -Esp/CB/D.A.Press –
Correio Braziliense