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#URBANISMO » #SCS em transformação

A exposição Imagine um novo SCS está instalada na Praça Central da localidade, onde ficará até esta quinta-feira: chance para a qualidade de vida

Uma das áreas de maior circulação, o Setor Comercial Sul passa por revitalização, com pintura de meio-fio, iluminação e cerco a camelôs e usuários de drogas. Mostra de alunos da UnB provoca as pessoas a repensarem o local

Mais de 150 mil pessoas circulam todos os dias pelas calçadas que estão entre as mais antigas da capital federal. É gente de todo tipo, classe social e credo, que circula pelo Setor Comercial Sul (SCS). O movimento no comércio começa antes das 6h e só acalma depois das 18h. Conhecido como um espaço degradado, atualmente o local recebe uma nova cara. Meios-fios pintados, iluminação trocada e camelôs retirados dos espaços entre as marquises dos prédios e de passagens para pedestres são algumas mudanças facilmente percebidas por quem passa pela região desde o início do ano.

Além disso, há espaço para iniciativa de estudantes da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília (UnB). Projetos de revitalização dos espaços públicos da localidade desenvolvidos pelos alunos de Projeto Paisagístico II compõem a exposição Imagine um novo SCS, montada desde ontem na Praça Central. A mostra segue até amanhã e oferece diversas alternativas para a região.

A professora da disciplina, Giuliana Freitas, explica que a ideia principal da exposição é divulgar o trabalho desenvolvido no universo acadêmico. “Queremos trazer os alunos para perto das reais demandas da cidade e de sua população e mostrar à sociedade que o tratamento da paisagem urbana é uma atribuição profissional dos arquitetos e urbanistas. Pretendemos mostrar que um espaço degradado e inseguro pode, por meio de um projeto de requalificação, ofertar qualidade de vida aos frequentadores tanto no dia a dia como com a prática de atividades diversificadas, em horários diferentes dos comerciais”, afirmou.

Acrescenta-se a isso projeto de revitalização elaborado pelo Governo do Distrito Federal (GDF) com o apoio de diversos órgãos para a reformulação completa do setor. O administrador do Plano Piloto, Marcos Pacco, reconhece que ainda é preciso fazer muito para mudar o local, mas ele lembra que há algumas melhorias, principalmente no que se refere à presença de camelôs e ao combate ao uso e tráfico de drogas.

Iniciativas ligadas à cultura e ao lazer também ocorrem todas as semanas. “Estamos trabalhando em diversas situações que precisam de mudanças e elas já estão ocorrendo. Coibimos a presença do comércio ilegal, mas estamos realizando eventuais feiras com os ambulantes que estão na legalidade”, disse Pacco. “Tivemos uma audiência pública recentemente e os resultados são bastante animadores. A Polícia Militar registrou a redução de 40% da criminalidade no Setor Comercial Sul, após a implementação da nova iluminação. Além disso, podemos destacar a alteração no trânsito e as obras da ciclofaixa na Via S3, como grandes conquistas”, acrescentou.

Ainda segundo o administrador do Plano Piloto, o objetivo da ação é dar uma cara nova para o SCS em um prazo de 18 meses. “O próximo passo é a licitação das obras de recuperação das calçadas e melhorias relacionadas aos estacionamentos. Uma das questões que mais incomodam a população no local”, afirmou.

“Muvuca”
Dona de comércio no local há mais de 35 anos, Maria Helena Tavares, 65, conta que o SCS era considerado o maior centro de movimentação em Brasília. “Os anos se passaram e, hoje, as coisas mudaram muito. Com a crise, a situação do comércio ficou complicada. A gente percebe grande diferença de movimento. Esperamos que essas obras de infraestrutura transformem as coisas por aqui para que todos nós possamos sair vencedores com a revitalização do Setor Comercial Sul.”

Mesmo avaliando as intervenções como conquistas, o motorista aposentado Antônio Firmino da Silva, 74, que frequenta o Setor Comercial Sul desde 1971, sente falta dos tempos em que ele conseguia estacionar o carro e tomar cerveja com os amigos depois do serviço. “No início, era vazio. Depois, virou uma muvuca só, e agora as coisas estão mais calmas. Entre as questões mais difíceis estão o trânsito complicado e a falta de vagas para deixar o veículo e resolver uma demanda rápida”, reclamou Firmino. “Na minha opinião, ainda há muito para ser feito, mas estamos no caminho certo”, complementou.

“Pretendemos mostrar que um espaço degradado e inseguro pode, por meio de um projeto de requalificação, ofertar qualidade de vida aos frequentadores tanto no dia a dia como com a prática de atividades diversificadas, em horários diferentes dos comerciais”
(Giuliana Freitas, professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UnB)



Fonte: Nathália Cardim – Foto: Carlos Vieira/CB/D.A.Press – Correio Braziliense

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