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O patrimônio milionário dos operadores de Gim Argello e o Padre

O relatório da Receita Federal que revelou o patrimônio milionário do padre Moacir Anastácio, ligado ao ex-senador Gim Argello, mostrou ainda detalhes da fortuna de outros envolvidos no escândalo. O documento, elaborado a pedido de investigadores da Lava-Jato, traz informações de declarações de Imposto de Renda e da evolução patrimonial de Valério Neves, ex-secretário-geral da Câmara Legislativa, e do empresário Paulo Roxo — ambos operadores de Gim. Segundo o levantamento, Valério recebe receita do aluguel de quase 10 imóveis no Plano Piloto, Lago Sul, além de salas comerciais na área central. É ainda dono de fazendas que somam 11,8 mil hectares e tem um patrimônio total de R$ 6,6 milhões. “Chamou a atenção Valério Neves Campos, um grande proprietário rural, ter sido empregado da CEB”, diz um trecho do documento da Receita.

Bens não declarados
Os auditores fiscais destacaram ainda a compra de uma nova fazenda de 968 hectares, por valor declarado de R$ 82 mil. O negócio foi fechado no ano passado. “Pesquisa por fazendas no estado de Goiás apontou que esse valor pode não ser compatível com o tamanho da propriedade”, afirmam. A fazenda custaria pelo menos R$ 3 milhões. A Receita também apontou que Valério teria comprado um imóvel em Águas Claras sem declará-lo no Imposto de Renda. No caso de Paulo Roxo, o levantamento em poder dos investigadores da Lava-Jato aponta indícios da propriedade de veículos não declarados, como um Honda Civic EXS e uma caminhonete S10. Outro dado chama a atenção nas informações fiscais de Paulo Roxo: uma de suas empresas recebeu R$ 57,6 mil da Câmara Legislativa e R$ 13,6 mil do Detran, pela prestação de serviços.

Voto de riqueza
A divulgação do patrimônio do padre Moacir Anastácio repercutiu muito mal na Igreja Católica e entre fiéis. O pároco e a Paróquia São Pedro, em Taguatinga, entraram no radar da Lava-Jato por conta de depósitos de empreiteiras investigadas. O levantamento da Receita Federal apontou que o padre tem patrimônio de R$ 3,3 milhões e que teria deixado de declarar no Imposto de Renda propriedades como uma fazenda e dois carros de luxo. A Arquidiocese de Brasília informou que o assunto deve ser tratado diretamente com o padre Moacir e seus advogados. O pároco ficou reunido com a equipe ontem à tarde e publicaria nota, mas o comunicado não foi divulgado. Nas redes sociais, ele começa a ser bombardeado por críticas. “Renascidos na lavagem de dinheiro público”, brincou um internauta, fazendo menção ao movimento liderado pelo pároco.


Fonte: Helena Mader – Coluna “Eixo Capital” – Correio Braziliense – Foto/Ilustração Blog - Google

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