A bancada do PT fechou com o deputado Agaciel Maia
(PR). São 3 votos. Acha que ainda dá para a sua candidatura à Presidência da
Câmara Legislativa sair vitoriosa?
Continuo conversando com meus pares e buscando apoio. A candidatura do
bloco é uma construção política, com compromisso de ética e de transparência. O
apoio do PT é importante, pois estivemos juntos nas lutas nacionais. A migração
dos votos do PT para o candidato do governador é uma surpresa, já que o PT se
coloca como partido de oposição, mas vota no candidato do Rollemberg. Com o
apoio do PT, seria possível chegar à Presidência.
Há alguma possibilidade de acordo em que você retire a sua candidatura?
Acordos se constroem com propostas que sejam acolhidas não apenas pelos
deputados e o governo, mas pela cidade. Tenho convicção de que sou portador
dessa mensagem. Não tenho interesse em outra posição na Mesa, pois temos um
projeto para a Câmara de ressignificação com organização, transparência e
credibilidade. Nosso projeto visa à melhoria da Câmara a partir da participação
das pessoas. Esse trabalho só faz sentido se for coletivo e para o coletivo. A
Presidência a qualquer custo não vale a pena para Brasília.
Acredita que o seu bloco, com 5 deputados, permanecerá a seu lado até o
fim desse processo?
Meus companheiros são leais às nossas ideias e convicções. Somos
comprometidos com Brasília. Tenho grande gratidão ao nosso bloco pela postura
firme em relação à minha candidatura à Presidência que só foi possível com
adesão de todos os membros. Nossa candidatura é programática e com propostas
importantes.
Por que, na sua opinião, o governador Rodrigo Rollemberg apoia a
candidatura de Agaciel?
Penso que o governador estabelecerá seus próprios limites republicanos e
não criará situações de ingerência do Poder Executivo no Legislativo, inclusive
pelo exemplo que estamos assistindo no plano nacional de guerra entre os
Poderes.
Com Agaciel, a Câmara será subordinada ao Executivo?
Posso responder por mim. O Legislativo subordinado a outro poder é um
desserviço à democracia e à cidadania. Meu nome está colocado para os deputados
que quiserem um Legislativo independente, soberano e harmônico. Continuarei priorizando
o melhor para o DF.
A sua relação com Rollemberg fica abalada pela postura dele contra sua
candidatura?
Não. Jamais subordinaria meu mandato a caprichos pessoais. Minha
história é de quem convive com as diferenças sem perder a oportunidade de
aprender com elas. A vida é feita de escolhas e estas têm ônus e bônus. Caso a
escolha do governador seja concretizada, torço para que ela ajude a cidade.
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Fonte: Ana Maria Campos – Coluna
“Eixo Capital” – Correio Braziliense – Foto/Ilustração: Blog - Google