Quando se fala da Operação
Lava-Jato, os números são superlativos e rondam a casa dos bilhões de reais,
surpreendendo até mesmo os investigadores do rumoroso caso. E os valores se
referem apenas ao que foi surrupiado de uma única estatal, a Petrobras. Em palestra
realizada no Colégio Brasileiro de Cirurgiões em Curitiba, no segundo semestre
deste ano, o procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da
força-tarefa da operação, ao fazer um breve balanço do que foi levantado até
então, comparou os casos de corrupção que têm vindo à tona com um iceberg, no
qual a parte mais volumosa desta enorme montanha flutuante ainda não é visível
e permanece escondida e desafiadora abaixo do fio d’água.
Sobre a parte submersa ainda resta uma série de interrogações que só o tempo e as investigações poderão esclarecer. Apenas em relação às propinas pagas, o que se apurou até aqui supera R$ 6,2 bilhões. Segundo dados da própria Organização das Nações Unidas (ONU), anualmente, são desviados do Brasil, por meio da corrupção, cerca de R$ 200 bilhões. O problema é que, com valores tão formidáveis, os serviços públicos que deveriam ser prestados à população são reduzidos ao mínimo possível.
Pior do que a quantidade de serviços que deixam de se oferecidos aos brasileiros a cada ano, é a qualidade dos poucos que são prestados. “A corrupção nos afeta de modo pessoal”, disse o procurador, para quem é preciso que a sociedade conheça melhor esse que é hoje nosso maior e mais perigoso inimigo.
Especialistas são unânimes em afirmar que será preciso, no mínimo, uma década para que os níveis satisfatórios de desenvolvimento voltem à normalidade e o país possa experimentar um crescimento satisfatório. Sem isso, toda uma geração de brasileiros será seriamente afetada. Os estragos provocados pela corrupção sistemática vão muito além de números e cifras. Essa nossa antiga mazela nos afeta muito mais do que as doenças endêmicas e a desnutrição. Seus efeitos são deletérios e perpassam de alto a baixo toda a população, fazendo estragos de tal monta, que são impossíveis de serem quantificados. Em termos da própria organização do Estado, é possível dizer que a corrupção detectada até agora tem minado a credibilidade e mesmo a legitimidade dos Poderes da República. E isso é seriíssimo. As consequências podem ser catastróficas para o próprio país. Apenas com as sequências de delações que estão vindo a público, por gente que ocupou os mais altos cargos na direção do país e pelos empresários das maiores companhias brasileiras, já nos permitem afirmar que fomos e continuamos a ser governados por uma classe de corruptos dos mais variados matizes, alojada nos mais diversos postos de comando da nação, e ainda com capacidade de provocar estragos de grande monta, inclusive, com poder de lançar água fria sobre a fervura das operações do Ministério Público e da Polícia Federal.
A frase que não foi pronunciada
“O meu sonho é dormir!”
(A todos os trabalhadores da madrugada)
****
Enrascada
R$100 bilhões às teles. Parece que Papai Noel vai ter que pegar o presente de volta. Isso, se depender do senador Roberto Requião. Ele está aassediando cada colega do plenário para divulgar o voto.
Sobre a parte submersa ainda resta uma série de interrogações que só o tempo e as investigações poderão esclarecer. Apenas em relação às propinas pagas, o que se apurou até aqui supera R$ 6,2 bilhões. Segundo dados da própria Organização das Nações Unidas (ONU), anualmente, são desviados do Brasil, por meio da corrupção, cerca de R$ 200 bilhões. O problema é que, com valores tão formidáveis, os serviços públicos que deveriam ser prestados à população são reduzidos ao mínimo possível.
Pior do que a quantidade de serviços que deixam de se oferecidos aos brasileiros a cada ano, é a qualidade dos poucos que são prestados. “A corrupção nos afeta de modo pessoal”, disse o procurador, para quem é preciso que a sociedade conheça melhor esse que é hoje nosso maior e mais perigoso inimigo.
Especialistas são unânimes em afirmar que será preciso, no mínimo, uma década para que os níveis satisfatórios de desenvolvimento voltem à normalidade e o país possa experimentar um crescimento satisfatório. Sem isso, toda uma geração de brasileiros será seriamente afetada. Os estragos provocados pela corrupção sistemática vão muito além de números e cifras. Essa nossa antiga mazela nos afeta muito mais do que as doenças endêmicas e a desnutrição. Seus efeitos são deletérios e perpassam de alto a baixo toda a população, fazendo estragos de tal monta, que são impossíveis de serem quantificados. Em termos da própria organização do Estado, é possível dizer que a corrupção detectada até agora tem minado a credibilidade e mesmo a legitimidade dos Poderes da República. E isso é seriíssimo. As consequências podem ser catastróficas para o próprio país. Apenas com as sequências de delações que estão vindo a público, por gente que ocupou os mais altos cargos na direção do país e pelos empresários das maiores companhias brasileiras, já nos permitem afirmar que fomos e continuamos a ser governados por uma classe de corruptos dos mais variados matizes, alojada nos mais diversos postos de comando da nação, e ainda com capacidade de provocar estragos de grande monta, inclusive, com poder de lançar água fria sobre a fervura das operações do Ministério Público e da Polícia Federal.
A frase que não foi pronunciada
“O meu sonho é dormir!”
(A todos os trabalhadores da madrugada)
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Enrascada
R$100 bilhões às teles. Parece que Papai Noel vai ter que pegar o presente de volta. Isso, se depender do senador Roberto Requião. Ele está aassediando cada colega do plenário para divulgar o voto.
Por Circe Cunha – Coluna “Visto,
lido e ouvido” – Ari Cunha – Correio Braziliense – Foto/Ilustração: Blog -
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