A advogada Rosângela Moro e seu marido, o juiz
Sérgio Moro -
Marcos
Ramos/Agência O Globo
Ramos/Agência O Globo
Rosângela Moro foi indicada pelo juiz para representá-lo em queixa-crime proposta por ex-presidente
O juiz Sérgio Moro, alvo de uma ação movida pelo
ex-presidente Lula por abuso de autoridade em dezembro, não saiu de casa para
contratar sua defensora no processo: é sua mulher, Rosângela Maria Wolff de
Quadros Moro, quem consta como advogada na queixa-crime proposta pelo
ex-presidente e seus familiares no Tribunal Regional Federal.
Rosângela tem um escritório próprio e é especializada na defesa de entidades sociais, como a Apae. Além da atuação reconhecida como advogada, nas redes sociais divulga a atuação do marido na Lava-Jato: ela é administradora de uma página no Facebook intitulada "Eu Moro com ele", onde compartilha notícias sobre o marido, nega boatos e publica imagens e vídeos do dia-a-dia do juiz.
Em novembro, Rosangela publicou uma imagem com o juiz vestindo uma
camiseta com os dizeres "In Moro We Trust" (Em Moro Nós Confiamos).
Na imagem, no entanto, Moro cobriu algumas das letras para transformar a frase
em "In Ro I Trust" (Na Rô Eu Confio).
Caso a ação seja aceita pelo desembargador Sebastião Ogê Muniz, do
Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), Moro será réu e Rosângela
tentará evitar a condenação do marido. Os advogados de Lula pediram condenação
do juiz a uma pena de dez dias a seis meses de detenção.
Rosângela terá que defender o marido por medidas tomadas na Lava-Jato.
Os advogados de Lula citaram a condução coercitiva do ex-presidente, a busca e
apreensão de bens e documentos de Lula e de seus familiares e a interceptação
de ligações telefônicas realizadas pelo ex-presidente Lula, além da divulgação
do conteúdo dos diálogos.
Na Lava-Jato, Lula é réu em três processos e o juiz Sérgio Moro é
responsável por um, que apura a propriedade de um tríplex no Guarujá, atribuída
a Lula, bem como melhorias feitas no imóvel e pagas pela empreiteira OAS. O
processo também investiga o pagamento, pela OAS, do armazenamento de parte do
acervo presidencial de Lula.
Por *Dimitrius Dantas - *Estagiário, sob supervisão de Flávio Frei – “O
Globo”