As regiões
administrativas abastecidas pela Barragem do Descoberto passarão por
rodízio no fornecimento de água a partir de segunda-feira (16). As primeiras
serão Ceilândia, Recanto das Emas e Riacho Fundo II. O nível do reservatório
abaixo de 20% e o índice pluviométrico menor do que o esperado em dezembro e
janeiro levaram a Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico
do Distrito Federal (Adasa-DF) e a Companhia de Saneamento Ambiental
(Caesb) a adotar a medida para assegurar capacidade hídrica para o próximo
período de seca na cidade.
O rodízio
ocorrerá em um ciclo de um dia sem abastecimento, dois dias para religar e
estabilizar o sistema e três de situação normalizada. As áreas afetadas são
Águas Claras, Candangolândia, Ceilândia, Gama, Guará, Núcleo Bandeirante, Park
Way, Recanto das Emas, Riacho Fundo, Riacho Fundo II, Santa Maria, Samambaia,
Taguatinga e Vicente Pires (veja lista abaixo).
Não é de
agora que se estuda a alternância no fornecimento de água. A possibilidade já havia sido ventilada em novembro de
2016, quando o nível da água do Descoberto esteve abaixo dos 20%
pela primeira vez e a Adasa publicou a Resolução nº 20, para estabelecer o regime
de racionamento. Foi uma das oito publicadas pela agência reguladora desde a
percepção da escassez hídrica.
Na
ocasião, optou-se por esperar as chuvas, mas não foi suficiente. Na manhã desta
quinta-feira (12), o volume na Bacia do Descoberto estava em 18,94%. Segundo o
Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a média histórica do índice
pluviométrico no DF em janeiro é de 225 milímetros (mm).
Em 2017,
a marca dos dez primeiros dias do ano é de 19 mm, ou seja, menos de 10% do
registrado ao longo dos anos. Em visita ao Inmet na quarta-feira (11), o
governador de Brasília, Rodrigo Rollemberg, ouviu a explicação sobre o bloqueio
atmosférico que impede que as precipitações cheguem ao DF.
Regiões abastecidas pelo Santa Maria terão pressão da água
reduzida - Assim como ocorreu com as regiões abastecidas pelo
Descoberto em novembro, as que têm abastecimento hídrico pelo reservatório
de Santa Maria terão a pressão da água reduzida. A medida começa em 30 de
janeiro. Como o reservatório está em torno de 40% (41,22% na manhã de hoje),
ainda não será feito rodízio de fornecimento de água.
As
medidas seguem um conjunto de ações para amenizar a crise hídrica, a exemplo da
cobrança de tarifa de contingência sobre a conta
de consumo, a restrição no horário para captação por caminhões-pipa e
a orientação para estabelecimentos como lava a jato.
Construções de outros sistemas captadores de água - Em
novembro, o governo de Brasília deu início às obras da represa do Bananal. A novidade vai
custar aos cofres públicos cerca de R$ 20 milhões e deve ficar pronta em um
ano. O Bananal levará água para moradores do Plano Piloto,
do Cruzeiro e do Lago Norte — 170 mil ao todo. Com
capacidade de vazão de 726 litros por segundo, a bacia desafogará
o reservatório de Santa Maria, responsável pelo abastecimento dessas três
regiões administrativas. É a primeira grande obra para melhorar o abastecimento
no DF em 16 anos.
Além
do subsistema do Bananal, outra obra em curso para dar mais tranquilidade
ao abastecimento de Brasília é a construção de sistema de captação e
distribuição de água na barragem de Corumbá IV, próximo a
Luziânia (GO), que conta com investimentos do DF, de Goiás e do governo
federal. A previsão é que o aquífero fique pronto em 2018. A água captada nele
servirá a brasilienses e goianos.
A Caesb ainda tem um projeto para captar,
armazenar, tratar e distribuir água do Lago Paranoá, que está licitado,
mas aguarda a liberação de recursos da União para o início das obras. Quando
ficar pronto, o Sistema Paranoá atenderá cerca de 600 mil moradores
do Paranoá, de São Sebastião, do Lago Norte, de Sobradinho,
de Sobradinho II, dos condomínios do Grande Colorado e
de Planaltina.
Primeiro ciclo do rodízio no fornecimento de água
16 de janeiro (segunda-feira) - Interrupção: Ceilândia
Oeste, Recanto das Emas e Riacho Fundo II
17 de janeiro (terça-feira) - Interrupção: Vicente
Pires, Colônia Agrícola Samambaia, Vila São José, Jóquei, Santa Maria, DVO,
Sítio do Gama, Polo JK e Residencial Santa Maria
Religação e estabilização: Ceilândia Oeste, Recanto das
Emas e Riacho Fundo II
18 de janeiro (quarta-feira) - Interrupção: Gama
Religação e estabilização: Vicente Pires, Colônia Agrícola
Samambaia, Vila São José, Jóquei, Santa Maria, DVO, Sítio do Gama, Polo JK,
Residencial Santa Maria, Ceilândia Oeste, Recanto das Emas e Riacho Fundo II
19 de janeiro (quinta-feira) - Interrupção: Águas
Claras (zona baixa), Park Way, Núcleo Bandeirante, C.A. IAPI, Candangolândia,
Setor de Postos e Motéis e Metropolitana, Vila Cauhy, Vargem Bonita, Ceilândia
Leste e Samambaia
Religação e estabilização: Gama, Vicente Pires, Colônia
Agrícola Samambaia, Vila São José, Jóquei, Santa Maria, DVO, Sítio do Gama,
Polo JK e Residencial Santa Maria
20 de janeiro (sexta-feira) - Interrupção: Guará I e
II, Polo de Modas, CABS, Lúcio Costa, SQB, CAAC, Taguatinga Sul, Arniqueiras,
Areal e Riacho Fundo I
Religação e estabilização: Águas Claras (zona baixa), Park
Way, Núcleo Bandeirante, C.A. IAPI, Candangolândia, Setor de Postos e Motéis e
Metropolitana, Vila Cauhy, Vargem Bonita, Ceilândia Leste, Samambaia e Gama
21 de janeiro (sábado) - Interrupção: Águas Claras
(zona alta), Concessionárias e Taguatinga Norte
Religação e estabilização: Guará I e II, Polo de Modas,
CABS, Lúcio Costa, SQB, CAAC, Taguatinga Sul, Arniqueiras, Areal, Riacho Fundo
I, Águas Claras (zona baixa), Park Way, Núcleo Bandeirante, C.A. IAPI,
Candangolândia, Setor de Postos e Motéis e Metropolitana, Vila Cauhy, Vargem
Bonita, Ceilândia Leste e Samambaia
22 de janeiro (domingo) - Interrupção: Ceilândia
Oeste, Recanto das Emas e Riacho Fundo II
Religação e estabilização: Águas Claras (zona alta),
Concessionárias, Taguatinga Norte, Guará I e II, Polo de Modas, CABS, Lúcio
Costa, SQB, CAAC, Taguatinga Sul, Arniqueiras, Areal e Riacho Fundo I.
Guilherme
Pera - da Agência Brasília -