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COPA DO BRASIL » Mané Garrincha "Um projeto para o elefante branco"

Recordista de títulos ao do Grêmio, o Cruzeiro entrará a partir das oitavas de final em busca do hexacampeonato -

Entenda por que Brasília desperdiça um bom argumento para lançar candidatura à sede fixa da final do torneio. Correio lista 10 razões para não perder a 30ª edição do mata-mata nacional, que começa hoje

O Governo do Distrito Federal (GDF) tem um bom argumento para revolucionar a Copa do Brasil, atrair patrocinadores e transformar o Estádio Nacional Mané Garrincha em sede fixa da final do segundo torneio mais importante do país, mas, até hoje, não percebeu a oportunidade — e muito foi incapaz de apresentar um projeto minimamente convincente à Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

Das sete principais copas europeias, ou seja, torneios disputados no mesmo formato da Copa do Brasil, cinco têm as suas decisões disputadas em jogo único, na capital do país. As exceções são a Copa do Rei da Espanha, cuja cidade sede da final varia a cada temporada, e a da Holanda, realizada em Roterdã nas últimas oito temporadas. Na Alemanha, França, Itália, Portugal e Inglaterra, a decisão é, respectivamente, em Berlim, Saint-Denis (na grande Paris), Roma, Lisboa e Londres.

Duas fontes ouvidas pelo Correio indicam que Brasília jamais se movimentou pela ideia. Uma delas, da CBF, admite que a ideia de transformar a final da Copa do Brasil em jogo único volta e meia é discutida. A intenção que mais agrada é realizá-la sem sede fixa. As decisões movimentariam, principalmente, as arenas construídas para o Mundial de 2014. Tudo não passa de um projeto. Em 2018, a decisão do título continuará disputada no sistema em vigor desde 1989, ou seja, em ida e volta nas respectivas casas dos finalistas.

Uma fonte do GDF conta que, logo após o investimento de R$ 1,7 bilhão na construção do estádio mais caro do Mundial de 2014, houve o rascunho de uma espécie de Supercopa do Brasil. O torneio traria, ao Mané Garrincha, os campeões do Brasileirão e da Copa do Brasil em um jogo único, abrindo a temporada nacional. O projeto jamais foi sequer para o papel. Muito menos chegou à sede da CBF, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio.

A realização de finais de copas em jogo único, com sedes fixas ou rotativas, é uma tendência mundial. A Libertadores, por exemplo, estuda adotar o mesmo procedimento da Liga dos Campeões da Europa. Nesta temporada, por exemplo, a decisão será em Kiev, na Ucrânia. No ano passado, passou por Cardiff, no País de Gales.

Da inauguração, em 2013, até hoje, o Mané Garrincha só recebeu um jogo da Copa do Brasil. Em 2014, o Brasília foi eliminado pelo Sport por 3 x 1. A segunda partida do torneio no Mané será no próximo dia 6, às 19h15, entre Brasiliense e Oeste-SP. A estreia do Ceilândia, em 7 de fevereiro, deverá ter portões fechados no Abadião. O estádio segue sem laudos. Não houve torcedores na eliminação da Copa Verde contra o Corumbaense.

1ª fase - Hoje
20h - Vitória da Conquista-BA x Boa-MG
21h30 - Caxias-RS x Atlético-PR

Amanhã
16h - Nova Iguaçu-RJ x Bragantino-SP
19h30 - Caldense-MG x Fluminense
Boavista-RJ x Internacional
20h - Aimoré-RS x Cuiabá-MT
Tubarão-SC x América-RN
20h30 - Uberlândia-MG x Ituano
21h30 - Interporto-TO x Juventude-RS
Floresta-CE x Botafogo-PR
Cordino-MA x Náutico-PE
Independente-PA x Sampaio Correa-MA
Novo-MS x Salgueiro-PE
Treze-PB x Figueirense-SC
Itabaiana-SE x Joinville-SC
21h45 - Madureira-RJ x São Paulo
22h - Real Desportivo-RO x Londrina-PR
22h30 - Fluminense-BA x Santa Cruz-PE

Quinta-feira
19h15 - URT-MG x Paraná
21h30 - Novo Hamburgo-RS x Paysandu-PA

1 - Tabu
»De 1989 a 2017 foram disputadas 29 edições da Copa do Brasil. Jamais um clube conquistou o título em dois anos consecutivos. Campeão em 2016, por exemplo, o Grêmio chegou a sonhar com o feito inédito em 2017, mas foi eliminado pelo Cruzeiro nas semifinais.

2 - Zebras
»Elas andam desaparecidas desde 2005, quando o Paulista, de Jundiaí, conquistou o título em cima do Fluminense, mas volta e meia aparecem. Criciúma (1991), Juventude (1999) e Santo André (2004) superaram, respectivamente, Grêmio, Botafogo e Flamengo na decisão.

3 - Democracia
»A Copa do Brasil é igual coração de mãe: sempre cabe mais um estreante. Dos 91 candidatos ao título, 11 são 11 marinheiros de primeira viagem: Atlético Itapemirim-ES, Real Ariquemes-RO, Cordino-MA, Inter-SP, Corumbaense-MS, Aimoré-RS, Manaus-AM, Novoperário-MS, Tubarão-SC, Nova Iguaçu-RJ e Floresta-CE.

4 - Premiação
»A Copa do Brasil pagará em 2018 a maior premiação de todas as competições nacionais e sul-americanas. De acordo com a CBF, o campeão terá direito a R$ 68,7 milhões. Para se ter uma ideia, o Cruzeiro faturou R$ 13,3 milhões na conquista de 2017. O Grêmio embolsou R$ 24,7 milhões com a conquista da Libertadores.

5 - Inovação
»O fim do gol qualificado em todas as fases é uma das novidades na edição de 2018, ou seja, os gols marcados na casa do adversário não valerão mais como critério de desempate. Outra mudança é o aumento do prazo de inscrição. No ano passado, foi até 24 de abril. Neste ano, o período termina em 30 de julho.

6 - Ineditismo
»Dos 12 gigantes do futebol brasileiro, dois ainda não conquistaram o título do mata-mata nacional. O Botafogo perdeu a finalíssima de 1999 para o Juventude, no Maracanã; e o São Paulo amargou o vice-campeonato em 2000 diante do Cruzeiro, no Mineirão.

7 - Hegemonia
»Recordistas de títulos com cinco taças cada, Cruzeiro e Grêmio disputam a soberania do torneio nesta edição. Atual campeão, o time mineiro faturou o troféu em 1993, 1996, 2000, 2003 e 2017). A equipe gaúcha deu a volta olímpica em 1989, 1994, 1997, 2001 e 2016. As duas equipes entrarão no torneio a partir das das oitavas.

8 - Fred x Romário
»No ano passado, Fred alcançou o Baixinho e ambos dividem o recorde de maiores artilheiros da Copa do Brasil. Cada um deles contabiliza 36 gols. Portanto, se o centroavante do Cruzeiro balançar a rede pelo menos uma vez nesta edição, deixará Romário para trás. Na média de gols por partida, Fred já é melhor: 0,9 x 0,8.

9 - Dois candangos
»Protagonista da melhor campanha do Distrito Federal no torneio, o Brasiliense foi vice-campeão em 2002 diante do Corinthians e chegou às semifinais em 2007, quando foi eliminado pelo Fluminense. O outro representante da capital do país será o Ceilândia. A estreia de ambos está marcada para a próxima semana.

10 - Itinerantes
»O regulamento da Copa do Brasil permite a realização de partidas fora do estado — a chama venda do mando de campo — nas três primeira fases do torneio. O Boavista, do Rio, por exemplo, receberá o Internacional em Cascavel (PR). O Madureira levou a partida contra o São Paulo para o Estádio do Café, em Londrina (PR).


(*) Marcos Paulo Lima - - Foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A.Press – Correio Braziliense

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