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Lago Norte: População exposta ao perigo

População exposta ao perigo

*Por Circe Cunha

Volta e meia, a imprensa tem noticiado casos de atropelamentos fatais no Lago Norte. O mais recente caso vitimou o casal Evaldo Augusto, 75 anos,  e Dulcineia Rosalino, 72, que havia comemorado, recentemente, 50 anos de união. Colhidos por um carro que seguia a mais de 120km/h, os dois não tiveram chance. Situações trágicas, como essa, ocorrem há alguns anos no bairro. A imprensa noticia, passam-se os dias e, com exceção da família e dos amigos mais próximos, o caso cai no esquecimento até que nova tragédia volta  acontecer, no mesmo lugar, nas mesmas condições, deixando famílias inteiras enlutadas.

Essa triste repetição de acidentes fatais tem como causa principal, que muitos até suspeitam da existência, mas por comodismo, má-fé ou descaso com a vida alheia, preferem fechar os olhos, na crença de que isso é problema dos outros. A sequência de tragédias no bairro tem como fator principal a falta de calçadas de dimensões adequadas, não só na via principal que corta todo o bairro, mas, principalmente, nas quadras internas. Os desníveis, os postes tomados pelas invasões da área pública, os buracos tornam qualquer caminhada perigosa. É devido à falta de calçadas dignas desse nome que os pedestres acabam sendo empurrados para o asfalto e para as ciclovias, onde invariavelmente encontram um fim trágico para suas caminhadas.

As calçadas para esse tipo de bairro, de onde o governo arrecada os mais altos impostos de toda da capital, mereciam um tratamento, no mínimo, equivalente. Calçadas não são um luxo desnecessário, mas necessidade para a locomoção, para o passeio, para o lazer, para a saúde e para dar vida comunitária ao bairro. Para tanto, necessitam ser projetadas com as melhores técnicas de engenharia de trânsito, espaçosas e confortáveis, ajustadas para todo tipo de pedestre, do mais novo ao mais idoso, sem concorrência com bicicletas, sem o perigo do asfalto próximo, sem postes de iluminação no meio do caminho ou de sinalizações fincadas no meio do trajeto e confeccionadas com o melhor e mais duradouro material.

Portanto, uma obra que requer urgência, para evitar novas tragédias. A situação chegou a tal ponto de carência que é comum observar cadeirantes seguindo com dificuldades pelo asfalto, por falta de espaço. Se ao governo cabe providenciar essas calçadas, aos moradores cabe também contribuir. Primeiro recuando o cercamento dos lotes para as áreas de sua efetiva propriedade, respeitando os espaços públicos.

A questão das invasões de áreas públicas por moradores do Lago Norte é antiga, foi reclamada por outras autoridades, mas até hoje nada foi feito. O desrespeito de alguns à legislação urbana impede, em muitos trechos, que calçadas adequadas sejam construídas. O preço desse desrespeito à norma tem sido alto, e custado a vida de muitos pedestres que escolheram o bairro, justamente, para viver de forma mais digna. 

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A frase que não foi pronunciada
“Eu sinto muito, jacaré, mas tá na minha essência, na minha natureza, e por mais que eu tenha tentado, não pude evitar.”
(Escorpião para o jacaré, depois de picá-lo)

Release
»Recebemos da Secretaria das Cidades, de e-mail não institucional, as seguintes estatísticas: Em 29 edições, o projeto Cidades Limpas envolveu 4.613 trabalhadores de 19 órgãos do governo de Brasília. Até o começo de dezembro de 2017, haviam sido removidas 86,3 toneladas de entulho, desobstruídas 2,9 mil bocas de lobo e recolhidas 250 carcaças. Outras ações da iniciativa foram a emissão de 747 carteiras de identidade, a manutenção, a troca e o reparo de 2,4 mil unidades na rede elétrica e a poda de 15,7 mil árvores.

Mato alto
»O pessoal das quadras 15 e 17 do ParkWay está reclamando do mato alto. Na verdade, o mato foi cortado de qualquer jeito e deixado por lá. Os moradores advertem que, com o mato alto, até jacaré está aparecendo.

Jacaré
»Por falar em jacaré no ParkWay, nossa leitora esclareceu que um jardineiro viu o animal saindo da área comum na Quadra 17, Conjunto 11,  Lote 1, por volta das 19h. Os moradores indagam como um jacaré foi parar por ali, porque o local é longe do lago. Talvez seja o abandono da área, acreditam.

Mais um
»Depois da onça no estacionamento do tribunal, um bicho preguiça também mobilizou a polícia ambiental. Resolveu atravessar o Eixão. Esse e outros tantos exemplos são o retrato da degradação do ambiente em torno do Plano sem piloto.


(*) Circe Cunha – Coluna  “Visto, lido e ouvido” – Ari Cunha – Correio Braziliense – Foto/Ilustração: Blog - Google

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