A tropa de choque de Rollemberg -Até 7 de abril, 15
integrantes do alto escalão poderão desembarcar do GDF para concorrer no
próximo pleito. Todos devem disputar votos com a bandeira do governador, que
contará com uma linha de defesa contra os ataques da oposição
*Por Ana
Viriato
Um olho na conclusão de projetos e outro na corrida
eleitoral: a um mês para a data-limite de desincompatibilização de cargos, pelo
menos 15 integrantes do alto escalão do Executivo local estudam deixar os
postos e dar largada às campanhas por cargos eletivos — desses, sete definiram
que se afastarão das funções até 7 de abril (leia quadro). Cada um pretende
priorizar bandeiras ligadas às áreas as quais se dedicaram durante a gestão.
Contudo, terão um lema em comum: a defesa do legado do governador Rodrigo Rollemberg
(PSB).
Dos 15, seis são filiados ao PSB-DF. Eles fazem
parte do projeto do partido de construir uma boa nominata para as eleições
proporcionais. A ideia da sigla é reverter o revés de 2014, quando, por
priorizar a chapa majoritária, não emplacou deputados distritais ou federais. A
legenda conseguiu representação na Câmara Legislativa apenas na janela
partidária de março de 2016, com as filiações de Luzia de Paula e Juarezão.
Ex-presidente regional do PSB e secretário de
Cidades, Marcos Dantas deixa claro, desde o ano passado, o interesse pelo
mandato de deputado federal. O socialista prepara-se para encarar as urnas pela
primeira vez. “Bati o martelo e virei o prego para não ter chance de dar
errado. Há uma grande demanda do PSB, que precisa aumentar a representação. E é
um desejo pessoal. Estou preparado. Quero defender a trajetória do governo do
qual participo desde o primeiro dia”, disse o ex-titular das pastas de
Articulação Política e Mobilidade.
Secretário de Meio Ambiente, Igor Tokarski concorrerá
a uma cadeira na Câmara Legislativa. Integrante do governo desde o início da
gestão, ele avalia que o trabalho realizado no Executivo local possa ser
potencializado com um mandato parlamentar; por isso, estará na linha de defesa
de Rollemberg. “Apostaremos em uma pauta com a garantia de maiores
investimentos. Passamos três anos limitados pela Lei de Responsabilidade
Fiscal, mas equilibramos as contas e podemos apresentar um novo quadro”,
resumiu.
Integram a lista dos socialistas que confirmaram o
afastamento das funções o subsecretário de Mobiliário Urbano e Participação
Social, Marlon Costa; a assessora especial de gabinete da Governadoria e
ex-secretária de Segurança Pública, Márcia de Alencar; e o subsecretário de
Direitos Humanos, Rodrigo Dias.
O secretário adjunto de Ciência, Tecnologia e
Inovação, Thiago Jarjour (sem partido), ainda não definiu a qual sigla se
filiará para disputar o cargo de deputado distrital. Há, porém, uma exigência:
a futura legenda precisa integrar o grupo de aliados a Rollemberg. Isso porque,
em outubro passado, Jarjour saiu do PDT após o partido deixar a base
governista. “Estarei no governo até o último dia. Não faz sentido entrar em um
barco de oposição no fim das contas”, lembrou.
Titular da pasta de Esporte, Turismo e Lazer, Leila
Barros também participará da corrida eleitoral — resta saber se pelo PRB ou por
outro partido. A ex-jogadora de vôlei e medalhista olímpica teve uma reunião
ontem com o presidente regional da sigla, Wanderley Tavares, para avaliar as
possibilidades. Ela deve definir se permanece na legenda na segunda-feira, em
uma nova reunião. É cotada como um nome forte para disputar o Senado na chapa
de Rollemberg.
Indecisos
Na lista dos oito indecisos quanto à possibilidade
de encarar as urnas está a secretária de Planejamento, Orçamento e Gestão,
Leany Lemos. Fiel escudeira de Rollemberg e servidora de carreira do Senado,
ela é encorajada a concorrer ao próprio Senado. Aliados a enxergam como a
melhor opção para encarar, com argumentos técnicos e objetivos, debates
espinhosos que abordem, por exemplo, a decisão do Buriti de não pagar o
reajuste do funcionalismo local e da Polícia Civil.
Nome cotado para a Vice-Governadoria por causa de
prestígio no setor produtivo, o secretário de Economia, Desenvolvimento,
Inovação e Tecnologia, Valdir Oliveira, despista ao falar sobre uma composição
ao lado do governador no pleito. “Conjectura sempre tem, mas nunca conversei
profundamente sobre a questão com alguém”, afirmou o irmão do pré-candidato ao
Senado Chico Leite (Rede).
Com habilidade técnica e envolvimento em grandes
projetos, como a Lei de Uso e Ocupação do Solo (Luos) e o Plano Diretor de
Ordenamento Territorial (Pdot), o secretário de Gestão do Território e
Habitação, Thiago de Andrade, ainda não confirmou candidatura a um cargo
proporcional. “Gosto de executar; portanto, preferia continuar no meu cargo.
Mas há um apelo dos setores ao qual sou ligado. Além disso, faço parte de um
projeto político. Tomarei a decisão nos próximos dias”, garantiu.
No ano passado, Maria de Lourdes Abadia passou a
integrar o governo, numa investida de Rollemberg pela aproximação com o PSDB. A
tucana é cotada para o cargo de vice-governadora, função exercida ao lado de
Joaquim Roriz, mas aguarda a decisão nacional do partido para se posicionar
sobre as possibilidades relativas ao pleito. O secretário de Cultura, Guilherme
Reis; o de Educação, Júlio Gregório; e o de Turismo, Jaime Recena, não
definiram se entrarão no páreo. Assim como a presidente da Agefis, Bruna
Pinheiro.
(*) Ana Viriato – Fotos: Breno Fortes/CB/D.A.Press
– Rodrigo Nunes-Esp/CB/D.A.Press- Google – Correio Braziliense