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Eleições - DF: Entrevista Paula Belmonte - Deputada Federal eleita pelo PPS - ("Minha prioridade será a infância")


"Minha prioridade será a infância" Eleita pelo Distrito Federal com mais de 46 mil votos, a deputada federal Paula Belmonte (PPS) garantiu que fará um mandato voltado às políticas sociais a partir de 2019. 

A entrevista com a parlamentar eleita foi a primeira da bancada federal que serão feitas pelo CB.Poder, programa em parceria do Correio com a TV Brasília. Paula afirmou ser contra a redução da maioridade penal e contra o fundo eleitoral. A deputada gastou cerca de R$ 1,9 milhão do próprio bolso para pagar a campanha deste ano.

Na Câmara dos Deputados, a deputada eleita disse que focará também na questão dos direitos da criança e do adolescente. Colocando-se como outsider do mundo político, e pela primeira vez candidata,  enfatizou que sua vitória reflete o desejo da população de “não aguentar mais os mesmos”. Ela também defendeu a educação primária como componente de combate à violência, e se disse favorável a uma reforma previdenciária e tributária. Confira trecho das entrevista.
Como deputada eleita, a senhora tem ideia em que área pretende atuar? 
São muitas. Me apresentei com a pauta infância. Mas essa criança tem um irmão adolescente, pai e mãe desempregados, uma família que está sem dignidade. Essa é minha pauta, ligada à infância e ao adolescente. E quando falamos de dignidade, oportunidade, não tem como eu não deixar de tocar no empreendedorismo, que é o setor produtivo. Eu sou empresária e sei o quanto precisamos valorizar empresários para gerar empregos.

A senhora colocou quase R$ 2 milhões na própria campanha. Veio da onde? Do seu trabalho?
Meu e também do meu trabalho. Isso, para mim, já me traz uma liberdade de independência. Não usei recursos do contribuinte (fundo partidário), do qual vários candidatos usaram e eu sou contra.

Mas, a senhora não acha que isso desequilibra o jogo — uma empresária que tem R$ 2 milhões de recursos em relação a outros políticos que não têm esse dinheiro? 
Foram retirados R$ 1,7 bilhão do nosso dinheiro (público) sem autorização (do contribuinte). Mas tivemos candidatos que possuíam os mesmos recursos, porém não tiveram êxito. Hoje, eu acho que o reflexo da minha vitória é um reflexo de uma sociedade que não aguenta mais os mesmos. Não tive dificuldade em chegar nas pessoas, porque eu vim apresentando a ideia do combate à corrupção.

O Congresso deve retomar seus trabalhos com a pauta econômica, principalmente as reformas. Como a senhora vai se posicionar? 
Precisamos de uma reforma tributária, com certeza. Nosso sistema tributário é todo voltado ao consumo. Acho importante nós termos essa reforma para incentivar as empresas a crescerem, para gerar emprego. E defendo, sim, uma reforma previdenciária, que a gente mantenha os direitos adquiridos e que se retirem as superaposentadorias, que hoje existem no funcionalismo público.

Qual a avaliação que a senhora faz do governo de Rodrigo Rollemberg? 
Como empresária, eu posso dizer que hoje é um governo mais honesto. Digo e sinto isso em vários meios empresariais. É um governo que não tem que se submeter a certas negociações, mas é um governo que faltou gestão.

O que você pensa sobre essa onda de conservadorismo?
Vejo como uma tendência mundial. O pêndulo foi muito para um lado, e agora para outro. O equilíbrio vai chegar ao longo dos anos. Mas vejo que nós, brasileiros, somos muito permissivos com a corrupção. Em um país sério, uma pessoa corrupta teria vergonha de sair na rua.

O Brasil não é um país sério? 
Eu não digo que o Brasil não é um país sério, mas hoje um ladrão de carro prejudica muito menos a sociedade do que um corrupto. A corrupção hoje é um absurdo.

Na Câmara, você vai conviver com pessoas que estão sendo investigadas e que foram reeleitas, como vai ser esse relacionamento? 
Na realidade vai ser um grande aprendizado para mim, porque vou ter que conviver (com esses parlamentares). A política tem de ser feita de alianças, mas na base da ética. Meu gabinete será aberto, estarei à disposição da sociedade para que a gente possa construir uma política com ética, acho que é possível.

Seu marido (Luís Felipe Belmonte), também entrou na política e tem uma denúncia no Ministério Público. Não há um constrangimento? 
Existe uma denúncia, mas ela não foi recebida. Essa denúncia foi feita em 2017 e não foi recebida ainda. Não me sinto constrangida, porque sei da verdade dos fatos.

E quanto à redução da maioridade penal? A senhora é a favor? 
Se você me perguntasse isso sete meses atrás, eu diria que concordo. Hoje, tenho convicção que não concordo. Os meninos, nos centros sociais, ficam enjaulados. Cadê a ressocialização?


Fonte: CB.Poder - Foto: Arthur Menescal/CB/D.A.Press - Correio Braziliense


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