test banner
test banner

À Queima Roupa: Coronel Márcio Pereira da Silva, Chefe da Casa Militar do DF - - Arthur Trindade: Ideia de criar GSI foi apresentada a Rollemberg


Ideia de criar GSI foi apresentada a Rollemberg - Não é primeira vez que a ideia de extinguir a Casa Militar do DF, como anunciado pelo governador eleito Ibaneis Rocha (MDB), surge como uma proposta de reestruturação da máquina pública. O assunto chegou a ser tratado na transição para o atual governo, em 2014. Escolhido secretário de Segurança Pública e Paz Social, o sociólogo Arthur Trindade (foto), especialista em combate à criminalidade, sugeriu criar o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) como forma de ampliar a atuação do órgão e equilibrar os poderes das forças de segurança. Mas o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) não topou. Como agora, a reação de policiais militares foi grande. Então chefe da segurança da campanha de Rollemberg, o coronel Cláudio Ribas, hoje na reserva, advertiu sobre o risco de uma reação entre oficiais. 

Grande poder - 
Arthur Trindade admite que as estruturas de GSI, em geral, são comandadas por coronéis ou generais, mas avalia que essa não é uma atribuição exclusiva de militares. O ex-secretário está escrevendo um livro sobre governança, redes e segurança e dedica um capítulo sobre o poder no DF. Ele narra que a Casa Militar exerce uma grande influência na PM por meio da promoção de oficiais. Muitas vezes, o chefe da Casa Militar manda mais que o comandante-geral da corporação, avalia. Trindade, aliás, pediu exoneração em 2016 justamente numa crise com policiais militares.

À Queima Roupa: Coronel Márcio Pereira da Silva, Chefe da Casa Militar do DF
Por que extinguir a Casa Militar causa tanta controvérsia?
A Casa Militar existe há quase 50 anos. Foi criada em 28 de setembro de 1970 e, desde então, sempre foi chefiada por policiais militares. É uma atividade muito peculiar, que muito afeta à PM e ao Corpo de Bombeiros. Temos incumbências como demissões de policiais, conselhos de disciplina para praças e de justificação para oficiais. Também avaliamos promoções, redução de interstícios, fazemos a interlocução com o governador. 

E por que essa atribuição não poderia ser realizada diretamente pela Polícia Militar? 
São incumbências intrínsecas à atividade do governador, que, por delegação, entrega à Casa Militar. Alguns atos são de atribuição direta do governador. Sem contar as atividades de segurança do governador e de seus familiares e de outros governadores em visita ao Distrito Federal. Essa estrutura de Casa Militar existe em quase todos os estados do país. 

Um dos argumentos para extinguir a Casa Militar é o efetivo que seria exagerado... 
Há um equívoco nesse argumento. Meu efetivo é de 178 policiais militares e 52 bombeiros. 

É um espaço de poder pela proximidade com o governador?
Não é poder. É um órgão de assessoramento. Se alguém usou algum dia de forma desvirtuada, não se pode levar isso em conta agora.

Muito se diz que a Casa Militar faz espionagem, escutas e interceptações telefônicas ilegais. Existe isso?
Isso tudo é mentira. É fofoca. A Casa Militar faz inteligência de Estado. Fazemos levantamentos para a segurança do governador. Existe uma mística de que a Casa Militar tem superequipamentos para interceptações. Desafio que venham aqui e vejam se realmente existe.

Nem no passado?
Se houve, desconheço.

Acredita que oficiais realmente vão cruzar os braços em reação à extinção da Casa Militar, como afirma o deputado Alberto Fraga?
A PM é muito ordeira. Nunca fizemos isso. Com todo respeito e admiração ao deputado Alberto Fraga, mas não concordo com esse posicionamento. Defendemos, na verdade, o diálogo com o futuro governador, para mostrar o quadro verdadeiro. 

Há uma crise com a Polícia Civil?
Desconheço crise. Historicamente sempre houve algumas rusgas, mas eu particularmente sou contrário a qualquer desavença. Fui secretário-adjunto de Segurança e sempre trabalhei pela integração.

Então, por que essa reação ao nome do ex-diretor da Polícia Civil Laerte Bessa no comando do GSI?
Porque a Casa Militar é um órgão clássico de gerenciamento por militares. E o Bessa é emblemático em relação ao enfrentamento à Casa Militar. Em 2016, ele achincalhou o então chefe da Casa Militar (Cláudio Ribas) e o chamou de filho da puta. Como uma pessoa com esse perfil pode chefiar um órgão que vai se transformar em outro, mas na essência será a Casa Militar?

A Casa Militar atuou na campanha contra adversários de Rollemberg? Há informações de que um coronel trabalhou contra o governador eleito, Ibaneis Rocha...
Não. Você está se referindo ao Coronel (Anderson) Ferrari… Ele deixou a Casa Militar em maio e estava à disposição da candidata Eliana Pedrosa. Esse cidadão não tem nenhum vínculo com a Casa Militar.

Ele fez algo irregular?
Até onde sei, o caso foi apurado pela Corregedoria da PM, a pedido do Ministério Público, e nada foi encontrado.

Qual é a sua avaliação sobre a escolha da coronel Sheyla Sampaio para o comando da PM?
Desejo toda a sorte do universo para ela. Vai encontrar um período difícil, mas torço por sucesso. Ela é muito competente.

Presente de fim de ano
Antes de deixar o governo, Rodrigo Rollemberg (PSB) vai promover policiais e bombeiros militares. Uma comissão estuda quem será agraciado. No segundo turno da campanha, enquanto policiais civis declararam apoio explícito a Ibaneis Rocha, grande parte da PM e do Corpo de Bombeiros votou em Rollemberg, segundo a avaliação de aliados do governador.


Ana Maria Campos – Coluna “Eixo Capital” – Foto: Minervino Junior/CB/D.A.Press – Ana Rayssa/CB/D.A.Press – Correio Braziliense


Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem