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Medidas necessárias e esperadas - "Sérgio Moro, pretende desenvolver uma “forte” agenda anticorrupção, o que implicará integração entre Executivo, Judiciário e Legislativo"


Medidas necessárias e esperadas

O combate à corrupção e ao crime organizado é tema que une todos os brasileiros. A Lava-Jato, a maior operação realizada na história do país, levou à condenação grandes empresários e políticos — entre eles o ex-presidente Lula — obteve apoio unânime da sociedade. O anúncio do juiz Sérgio Moro, futuro titular do superministério da Justiça, antecipou que planeja implantar o mesmo sistema no novo governo. Ele pretende desenvolver uma “forte” agenda anticorrupção, o que implicará integração entre Executivo, Judiciário e Legislativo.

A sociedade assistiu à rejeição do Congresso Nacional às medidas apresentadas pelos procuradores e promotores da Operação Lava-Jato — grupo conhecido como República de Curitiba — voltadas à repressão da corrupção no país. A reação dos legisladores era prevista, pois a maioria dos parlamentares estava atolada em atos ilícitos, como revelaram as muitas fases da força-tarefa. Em 2019, com o Legislativo renovado, a expectativa é de que tais medidas sejam reconsideradas pela Câmara e pelo Senado.

Mas não só isso. É preciso demolir a estrutura burocrática arcaica e viciada com dutos que facilitam a evasão do dinheiro público para o enriquecimento ilícito dos que, sem qualquer decência, ocupam cargos relevantes na estrutura de Estado. Esse repugnável comportamento existe em todos os níveis da administração dos Três Poderes. Ou seja: no Executivo, no Legislativo e no Judiciário, com profundos prejuízos aos cidadãos. As muitas fases da Lava-Jato trouxeram à tona a nefasta conexão em todos os âmbitos de governo.

O crime organizado no país torna cidades inteiras reféns. É o caso do Rio de Janeiro. A capital cartão-postal do país, hoje, é ambiente temido por turistas nacionais e estrangeiros. As penitenciárias, superlotadas, submetem os internos aos caprichos das facções criminosas. O desmonte desse estado paralelo é medida que exige ação rigorosa e inteligente do poder público. Não faltam meios nem tecnologia para que o governo possa asfixiar, financeiramente, as facções criminosas.

No ano passado, o crime organizado e a insegurança foram responsáveis por 63.880 homicídios. Uma tragédia que supera a de países em conflito bélico, como a Síria. O Fórum Brasileiro de Segurança Pública reconhece que as forças policiais têm participação nessa tragédia, seja durante o confronto com os bandidos, seja com elementos infiltrados nos órgãos públicos para sabotar investigações e operações coercitivas. A cooptação de policiais se dá não só pela má índole do agente, mas também pela incapacidade do poder público de construir e implementar um plano nacional de segurança que consiga expurgar os vícios que contaminam a eficiência governamental. Integrar as polícias e explorar os serviços de inteligência são medidas que se impõem para que o Brasil alcance um patamar civilizatório digno do século 21, no que tange à segurança e ao combate à corrupção.

Visão do Correio Braziliense – Foto/Ilustação: Blog - Google



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