Sete anos do Hospital da Criança - O governador Rodrigo Rollemberg garante que, até março, os 202
leitos da nova unidade de internação estarão prontos para receber os pacientes.
Instituição registrou mais de 3 milhões de atendimentos - Rollemberg, durante visita ao hospital: o mais novo voluntário em 2019
*Por » Mariana Machado
Os sete anos desde a criação do Hospital da Criança de Brasília José
Alencar (HCB) foram comemorados com festa na manhã de ontem, celebrando os mais
de 3 milhões de atendimentos já feitos. Desde outubro, o governo começou a
entregar os leitos da nova unidade de internação, no bloco 2 do edifício. Até
agora, 70 estão ativados, sendo 10 destinados à Unidade de Terapia Intensiva
(UTI), 30 à oncohematologia e 30 para as demais especialidades pediátricas.
A expectativa é de que, até março do ano que vem, 202 leitos sejam
entregues. Os primeiros pacientes do novo bloco serão crianças e adolescentes
transferidos do Hospital de Base após terem alta da UTI.
O governador Rodrigo Rollemberg (PSB) esteve presente na comemoração do
aniversário e garantiu que a gestão já está alinhada com o novo governo em um
contrato já feito com o Icipe para os próximos anos. Ele disse ainda que, a
partir do ano que vem, fora do mandato, pretende trabalhar como voluntário do
HCB. “Foram muitos desafios, muitas dificuldades, mas tudo vale a pena quando a
gente vê a alegria das crianças, pais e servidores de prestar um atendimento de
qualidade”. O governador foi aplaudido de pé por pacientes e servidores do
hospital durante a cerimônia comemorativa.
O hospital gerido pelo Instituto do Câncer Infantil e Pediatria
Especializada (Icipe) contabiliza mais de 487 mil consultas para diversas
patologias e mais de 45 mil sessões de quimioterapia. Em tratamento há cerca de
três anos, a pequena Heloísa Moraes, hoje com 6 anos de idade, é uma das
pacientes. Quando tinha 2 anos, ela foi diagnosticada com pancreatite, uma
inflamação do pâncreas que desenvolveu nela tumores.
A mãe, a dona de casa Daiana Gonçalves, 31, conta que a menina passou
por duas cirurgias e cerca de 10 internações. “No começo, ela tinha dor
abdominal e vômitos, então achávamos que era apenas uma infecção intestinal.
Foi um choque quando recebemos o diagnóstico, e os médicos disseram que é um
caso raro”, relembra Daiana.
Apesar de a família morar em uma fazenda no município de Padre Bernardo
(GO), na região do Entorno, o acompanhamento médico começou no Hospital de
Base, mas os especialistas indicaram que ela fosse para o HCB. “Não é fácil
chegar aqui, mas o importante é que agora ela está bem. De vez em quando, sente
algum desconforto, mas nada de internar”, comemora.
Incertezas
Ao longo do ano, o HCB passou por momentos de indefinição, após uma
decisão da 7ª Vara da Fazenda Pública que impedia o Instituto do Câncer
Infantil e Pediatria Especializada (Icipe), responsável pela gestão do
hospital, de participar de contratos públicos. A medida inviabilizaria o atual
modelo e provocou uma mobilização de pacientes e funcionários contra mudanças
na administração.
Em junho, a 6ª Turma Cível do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e
Territórios (TJDFT) suspendeu, em decisão do desembargador Alfeu Machado, até
julgamento em segunda instância, a determinação. Com isso, o instituto pôde
participar do chamamento público para gerência do HCB entre 2019 e 2023.
A dona de casa Dalgilene Alves, 40, esteve com a filha no HCB por cinco
anos, quando médicos do lugar identificaram na menina, então com cinco anos,
diabetes. “Ela passou a fazer dietas, foi acompanhada por psicólogos,
nutricionistas e pediatras e, graças a eles, tudo correu bem. A doença foi
controlada de tal modo que ela não precisa nem tomar insulina”, sorriu a mãe.
“É difícil achar um hospital como esse, ainda mais público”, afirmou Dalgilene.
(*) Mariana Machado – Foto: Ana rayssa/CB/DB.`Press
Correio Braziliense