A equipe de transição da Saúde conta com 14 nomes, entre
eles o do ex-secretário da pasta Jofran Frejat
Complexidade da Saúde impõe desafio a Ibaneis - Equipe
criada para discutir e aprofundar problemas e soluções da única área
prioritária do governo sem lideranças definidas reuniu-se ontem pela primeira
vez. Por enquanto, três nomes se firmam como favoritos para chefiar a pasta
Por Ana Viriato - Pedro Grigori
A solução dos problemas da saúde pública mostra-se,
ainda na transição, como um dos principais desafios do governador eleito do DF,
Ibaneis Rocha (MDB). Entre as secretarias que cuidam das áreas mais sensíveis
do Distrito Federal, como segurança e educação, apenas a pasta responsável pela
assistência médica segue sem comando e estrutura definidos. O núcleo da equipe
designada para a realização de uma radiografia do setor, que conta com o
ex-secretário de Saúde Jofran Frejat (PR), reuniu-se oficialmente, ontem, pela
primeira vez, no Centro Internacional de Convenções do Brasil (CICB) — o nome
que coordenará o grupo, entretanto, também permanece indefinido.
Vice-governador eleito, Paco Britto (Avante)
afirmou que o encontro se destinou à apresentação dos 14 representantes de
diferentes áreas da Saúde e da metodologia de trabalho. Entre eles o secretário
executivo do Ministério da Saúde, Adeilson Loureiro Cavalcante; a
superintendente do Instituto de Cardiologia do DF (ICDF), Núbia Welerson
Vieira; e o distrital eleito Jorge Vianna (Podemos). “Eles, agora, vão fazer a
integração dos subgrupos para chegarmos ao diagnóstico e, posteriormente,
traçarmos as metas e adequarmos o nosso plano de governo”, explicou. Britto
acrescentou que a equipe aguarda informações requisitadas à Secretaria de Saúde
para identificar as ações prioritárias. “Toda sexta-feira, será entregue um
relatório para sabermos o que será tratado na semana subsequente”,
complementou.
O futuro vice-governador frisou que a equipe não
está fechada e deve receber novos especialistas, dada a complexidade do setor.
Adiantou, ainda, que o nome do futuro secretário de Saúde pode sair desse
grupo. Integram a lista dos cotados para o cargo o médico do Hospital Regional
da Asa Norte (Hran) Adriano Guimarães Ibiapina; o vice-presidente do Sindicato
dos Médicos do DF (SindMédico), Carlos Fernando da Silva; e Adeilson Loureiro.
Titular da pasta por quatro vezes, Frejat disse não
ter a pretensão de participar da gestão emedebista. O ex-deputado federal
alegou que somente integrará o núcleo de saúde da transição, como “uma
memória”. “O papel será de ajudar no sentido de mostrar o que a gente fez, como
fizemos, como criamos os centros de saúde, os hospitais regionais,
laboratório”, detalhou. E complementou: “Vemos que grande parte dos exames
estão sendo feitos por empresas particulares. Nada contra a terceirização, mas
o servidor público tem uma capacidade enorme de fazer. É preciso apenas dar
condições para que ele o faça”.
Futuro presidente da Caesb, Fernando Leite passou pelo
comando da empresa em outras sete gestões do Governo do Distrito Federal
Hospital de Base
Nome forte do grupo, Frejat mostrou-se contrário ao
recém-implementado modelo de gestão do Instituto Hospital de Base, que passou a
ter a natureza jurídica de serviço social autônomo em 2017. “Quando você coloca
estatutário e celetista, um com uma carga horária, e um com outra, um com um
salário, e um com outro, não pode dar certo. Isso aconteceu com o Saúde em Casa,
quando colocaram o pessoal com salário e horário diferentes: deu problema”,
lembrou. Para o médico, outros formatos viabilizariam contratações pelo regime
CLT e compras com dispensa à licitação, a exemplo do que vigora hoje. “Há
tantos outros mecanismos para fazer isso. Conversa com o Tribunal, com outros
setores, que dá para fazer. Já se fez no passado”, pontuou.
O ex-secretário de Saúde ainda comentou a
possibilidade de dividir a Secretaria de Saúde em duas pastas, levantada por
Ibaneis Rocha. “Disse ao governador eleito: esse equívoco se cometeu no
passado, quando havia o secretário de Saúde e o presidente da Fundação
Hospitalar. Não há problema em um secretário colocar quantos adjuntos quiser em
qualquer área”, pontuou.
De acordo com Frejat, a equipe de transição deve
dar enfoque a três pontos a fim de melhorar o atendimento na rede pública de
Brasília: intensificação da atenção primária, fortalecimento dos hospitais para
a otimização dos atendimentos secundário e terciário, além das policlínicas,
que, conforme destacou o médico, são as intermediárias entre centros de saúde e
hospitais”. “A rede não cresceu mais. Quantos hospitais e centros de saúde
foram feitos desde que saí da secretaria? Parou no tempo”, frisou.
Na campanha, Ibaneis elencou como prioridades para
o setor a ampliação da cobertura de saúde da família e o aumento do horário de
atendimento nas unidades básicas, além de parcerias com a iniciativa privada
para atender à demanda reprimida.
Definidos nomes para Caesb e DER
Dois novos nomes foram confirmados ontem para
compor a gestão do governador eleito do DF, Ibaneis Rocha (MDB). Um deles é o
engenheiro Fauzi Nacfur Júnior, que voltará ao comando do Departamento de
Estradas de Rodagem (DER) em 2019. O segundo estava cotado desde a campanha do
emedebista. Trata-se do engenheiro elétrico Fernando Leite, que assumirá a
Presidência da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb).
Responsável pela chefia da Caesb nas gestões de
Joaquim Roriz, Maria de Lourdes Abadia, José Roberto Arruda, Wilson Lima e
Rogério Rosso, Fernando atuou na criação da barragem de Corumbá IV, com
inauguração prevista para dezembro. Entre as ações prioritárias para a gestão
dele estão a execução de Corumbá IV, a viabilização da retirada permanente de
água do Lago Paranoá, a busca por uma nova via para o abastecimento da região
norte do DF e obras para acesso universal a esgoto tratado.
Casa Civil
Ainda ontem, o futuro secretário da Casa Civil,
Eumar Roberto Novacki, concedeu entrevista coletiva, na qual comentou sobre as
propostas em discussão para a próxima gestão. O paranaense deixará a Secretaria
Executiva do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para
encabeçar o órgão responsável pela gestão técnica e articulação política do
governo distrital.
Coronel da
PM de Mato Grosso, ele foi incisivo em relação à atuação dos órgãos de
segurança pública: “O que está claro é que bandido será tratado como bandido.
Não vamos retroceder em nenhum momento, faremos um combate muito forte e duro
contra aqueles que quiserem trazer o caos para o DF”, afirmou Eumar.
(*) Ana Viriato - Pedro Grigori - Jéssica Eufrásio - Fotos: Ana Rayssa/CB/D.A.Press - Daniel Ferreira/CB/D.A.Press - Correio Braziliense
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