Problemas de uma cidade quase idosa
*Por Circe Cunha
Um tema que, no mínimo, poderá regular toda a vida urbana da capital do
país com reflexos óbvios no futuro da cidade e de seus habitantes. Dessa vez,
coube aos deputados distritais em fim de mandato dar uma espécie de grand
finale político e relâmpago à questão que já se arrasta por longos nove anos.
Com a aprovação da Lei de Uso e Ocupação do Solo (Luos) pela Câmara
Legislativa, mais um capítulo na conturbada história envolvendo as terras do
Distrito Federal é escrito.
O fator que explica os muitos anos decorridos entre a apresentação dessa
proposta e sua aprovação é que desde que surgiu, há exatos nove anos, a Luos
jamais conseguiu reunir num documento os reais anseios da população de
Brasília. Urbanistas , arquitetos e outros técnicos que entendem da dinâmica de
uma cidade têm um pensamento distante do que sempre pretenderam os políticos,
os grileiros, os empreendedores e demais empresários ligados ao milionário
mercado da especulação imobiliária que se criou por essas bandas com a
maioridade política da capital.
Com isso, o futuro da cidade, mais uma vez, fica em suspenso, à mercê
dos humores do mercado e dos múltiplos interesses que se escondem por trás
dessa medida. Um fato que demonstra bem essa dicotomia, entre o que querem os
brasilienses e o que pretendem os que apoiam esse documento, foram as
manifestações contra e favor da aprovação da proposta.
Por um lado e como fizeram desde o princípio, estão as mais de duas
dezenas de entidades da sociedade civil do Distrito Federal que, em Carta
Aberta ao GDF, chamaram a atenção para os graves problemas que ameaçam o futuro
da capital e que vai, pouco a pouco, minando a qualidade de vida de todos. A
Luos, na opinião das entidades que congregam professores de arquitetura e
urbanismo, técnicos em meio ambiente, em gestão pública e outras
especialidades, foca seu intento nas áreas passíveis de alterações e
alienações, principalmente nos mais de 365 mil terrenos do Distrito Federal
onde poderão ser erguidos novos empreendimentos.
Com isso, deixa de lado aspectos fundamentais, como o inchaço da cidade,
a crise de abastecimento, o aumento da criminalidade, dos engarrafamentos, a
questão da destruição das áreas de preservação da capital e outros aspectos
importante na vida das metrópoles. Para essas entidades há questões a serem
resolvidas nas áreas com deficiência em políticas públicas, ineficiência na
gestão hídrica, falta de visão integrada do DF, perda de áreas rurais,
ineficiência da mobilidade urbana, falta de rotina de restauração, conservação
e manutenção do patrimônio cultural, falta de um plano diretor de arborização
urbana e plano distrital de adaptação às mudanças climáticas, entre outros
assuntos de suma importância.
De outro lado, há aqueles que se dizem satisfeitos, além dos distritais,
com a aprovação do Luos, como é o caso de vários sindicatos e associações, além
de grileiros e de todos que têm se beneficiado com a transformação de terras em
capital político e econômico.
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A frase que foi pronunciada
“Nada
mais fácil do que fazer planejamento de um país sem incluir gente.”
(Jaime Lerner – Política)
Estudar: CESAS,
da 602 Sul, é um colégio público da capital do país que não tem número
suficiente de alunos matriculados para 2019. Jovens e adultos que queiram
completar o ensino médio e fundamental terão também a oportunidade de
participar de cursos profissionalizantes. Telefone para contato: 3901-7592.
Casa do
Ceará: Por falar em cursos, a Casa do Ceará começará as férias com
animação total. Vários cursos à disposição da comunidade. Cabeleireiro, corte e
costura, manicure, culinária, depilação, bordado em pedraria, yoga e pintura em
tela. Ligue para: 3533-3800.
Novidade: Certidão eleitoral, diversas consultas, processos, variedade de nada consta… aos poucos a internet vai ocupando o lugar de burocratas. Vale ver, Gabriel Senra no TedMauá trazendo o assunto à tona. (Vídeo)
Fotovoltaica
»É dever dos líderes públicos atender aos anseios da sociedade
brasileira. O crescimento sustentável do Brasil será potencializado pelo uso da
energia solar fotovoltaica, como política pública estratégica para o
desenvolvimento econômico, social e ambiental, contribuindo para diversificar a
matriz elétrica, gerando milhares de empregos, reduzindo a queima de
combustíveis fósseis, ampliando a liberdade do consumidor, estimulando a cadeia
produtiva, reduzindo perdas e trazendo economia para os cidadãos, as empresas e
os governos. A opinião é de Ronaldo Koloszuk, presidente do Conselho de
Administração da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar).
(*) Circe
Cunha – Coluna “Visto, lido e ouvido” – Ari Cunha (In memoriam) – Charge: do Junião - Foto: Letícia Carvalho/G1- casadoceara.org.br -
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