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Manifesto por mais Brasília

Manifesto por mais Brasília

*Por Francisco Maia

Não é novidade para quem vive, trabalha e ama Brasília se deparar com críticas à cidade devido a simbologia institucional que a cidadecarrega, por ser o centro da administração pública federal. Brasília não é criticada, na maior parte das vezes, por seus aspectos urbanísticos ou características naturais. Tampouco por uma suposta falta de receptividade por parte de seus afáveis e receptivos cidadãos. As mais ácidas críticas se referem a uma imagem institucional que Brasília possui no imaginário brasileiro, justamente por ser o centro maior do poder em suas diferentes instâncias e esferas.

Analisando friamente, entendemos que estas críticas são dirigidas aos princípios e valores que vigoram nas estruturas de poder, ou seja, não são inerentes a Brasília ou a seus cidadãos. Por isso, quando ouvimos um novo slogan como este “Menos Brasília e Mais Brasil”, já sabemos a que se refere. Neste caso, mais Brasil é mais amor à bandeira, e menos Brasília é uma forma de nos associar aquilo que há décadas provoca repulsa nos brasileiros, como a corrupção, o clientelismo, o patrimonialismo, o espírito de corpo e outras mazelas que bem conhecemos.

Entender os porquês de uma campanha permanente para a construção de uma imagem distorcida de nossa cidade deveria nos impelir a agir no sentido contrário. Quem vive aqui sabe o quanto essa imagem nefasta afeta a autoestima e o sentimento de pertencimento de uma população que já chega a 3 milhões de pessoas, a terceira metrópole do país em números absolutos. É preciso olhar para Brasília com outros olhos, que não os do preconceito.

Nos últimos anos, a Fecomércio-DF vem trabalhando, entre outras tantas frentes, pela valorização e a promoção de iniciativas, ideias e projetos que colocam Brasília entre as cidades mais modernas e inovadoras do Brasil. Isso é o reconhecimento da vocação que a cidade tem para inspirar quem aqui vive ou nos visita. Tanto que, em 2017, foi apontada pela Unesco (ONU) como cidade integrante da Rede de Cidades Criativas, na companhia de Berlim, Shangai e Montreal, entre outras. Exatamente 30 anos depois de ter sido escolhida Patrimônio Cultural da Humanidade pela mesma Unesco, a única cidade modernista e planejada a fazer parte deste rol.

A essência de uma cidade norteia seu desenvolvimento e identidade. Nossa essência, na cabeça de alguns, é política, e assim estes resumem Brasília. Eu digo o contrário. A essência de nossa cidade é inovação e modernidade, solidariedade e brasilidade. Uma cidade que nasceu moderna para todos os brasileiros, que representa nossa esperança inabalável no futuro.Por isso, defendo um slogan alternativo: Mais Brasília é Mais Brasil. A ideia que Brasília representa o Estado está equivocada. O Estado, obviamente, transcende às cidades. E Brasília tem muito a contribuir para o projeto de país que tanto queremos.

À frente da Câmara de Hospitalidade e Turismo da Fecomércio-DF vimos vários projetos transformadores e inclusivos, que têm na economia criativa o combustível para novas propostas de arranjos produtivos que geram oportunidades de trabalho. Isso é Mais Brasília na prática, oferecendo uma resposta à crise que dá sinais de saída e preparando terreno para novos tempos de crescimento.

Mais Brasília é a cidade que cresce fortalecendo a musculatura dos setores de serviços e comércio. Nosso aeroporto é o segundo em movimento e o primeiro em eficiência. Temos centros comerciais e de serviços para todos os gostos. Brasília é uma referência regional para o consumo. O mesmo acontece na educação. São dezenas de universidades e faculdades formando novos e melhores profissionais a cada período.

Mais Brasília é mais Brasil. A dependência econômica do setor público realmente sempre foi muito determinante na capital federal, que nos últimos anos vê deslanchar projetos que visam atrair indústrias de tecnologia identificadas com a nova economia. Procurar alternativas e diversificar a matriz produtiva é ser Mais Brasília.

Do ponto de vista cultural, Brasília é riquíssima. Todo o maravilhoso mosaico cultural brasileiro se encontra aqui: os ritmos, as cores, os sabores, os amores. Ser Mais Brasília é celebrar a riqueza multicultural do Brasil. Nós, os representantes do segmento empresarial, estamos vigilantes e atentos para defender e construir a marca de cidade Sempre Monumental, pautada nos reais valores locais. Uma defesa intransigente e que não se faz só, mas de braços dados com o Governo do Distrito Federal e com todos os que amam a cidade. É dessa maneira que vamos promover e trabalhar pelo crescimento de Brasília. Mostrando nossa pujança e combatendo a visão preconceituosa; incentivando quem empreende e acredita na cidade. E todos os brasileiros sairão ganhando com isso. Afinal, Mais Brasília é Mais Brasil.

(*) Francisco Maia - Presidente da Fecomércio-DF – Foto/Ilustração: Blog/Google 

1 Comentários

  1. Não é a "Cidade de Brasília" que deve crescer! Ela seria (como de fato é< indutora do crescimento do interior do Paíz. A transferência da Capital se deu com a consolidação de um Projeto Urbanístico inovador e de grande significado urbanístico de autoria do Mestre Lucio Costa, vencedor do Concurso Nacional levado a efeito pela Novacap, Comapnhia criada para esse fim. E o que balizava o concurso? A criação do Plano Pilôto para uma população de 500 000 a 800 000 habitantes.Cidade de cunho Administrativo para conter os Serviços Públicos do Governo Federal com seus servidores e familiares e aqueles que seriam necessários ao funcionamento da cidade. Brasília não deveria "crescer" além disso! Os atraídos pela proximidade da Capital deveriam objeto de um Plano Regional que impedisse que o crescimento se desse no entôrno imediato do Plano Piloto , como vem sendo feito, destruindo a estrutura do Plano, hoje tombado.A conurbação das Cidades Satélites e o crescimento desmedido de habitações que hoje envolvem o Plano desvirtuam-no irremediavelmente!Brasília continua a ser considerada uma cidade como convencional,que cresce sem planejamento. Torço que, pelo menos,o Eixo Rodoviário Residencial não seja conspurcado. Que se mantenham incólumes as diretrizes do Plano Piloto de uma nova forma de viver! Sou repetitivo nestas considerações, mas alguém que trabalhou no Desenvolvimento do Plano junto com seu autor não pode ficar silente em denunciar o que ocorreu e continua ocorrendo com a Capital do Pais, uma "Civitas" e não uma simples "Urbes"como vem sendo conduzida

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