Ordem para acelerar obras - Ibaneis
Rocha e o vice-governador, Paco Britto, visitaram ontem o viaduto da Galeria
dos Estados
O governador Ibaneis Rocha (MDB) tem pressa para
cuidar de edificações em situação de emergência no Distrito Federal. Ontem, o
emedebista visitou as obras do viaduto sobre a Galeria dos Estados, que desabou
em fevereiro do ano passado, e anunciou que criará um programa de
monitoramento, com a participação de secretarias e outros órgãos do governo, a
fim de acompanhar permanentemente as estruturas. Ele garantiu rapidez para
cuidar dos problemas.
O foco são as edificações classificadas com riscos
estruturais em relatório do Tribunal de Contas do DF (TCDF) divulgado em
dezembro de 2018 (leia Para saber mais). De 12 pontes e viadutos vistoriados,
nove apresentaram necessidade de intervenções imediatas. “A partir da próxima
semana, junto à Secretaria de Obras, à Novacap e ao DER, vamos visitar todos os
viadutos apontados no relatório”, afirmou.
Algumas ordens de serviço para dar início a
processos licitatórios de obras e de serviços de manutenção em tesourinhas,
pontes e viadutos do Plano Piloto foram assinadas por Ibaneis recentemente.
“Temos de dar vida a esses espaços, que envelheceram muito rápido. Ao longo de
50 anos, nenhuma manutenção foi dada e, hoje, existem muitas dificuldades. A
cidade está prestes a cair, como caiu na Galeria dos Estados”, justificou.
Estão previstos R$ 20,4 milhões para a revitalização das tesourinhas do Plano
Piloto, de outros dois viadutos sobre a Galeria dos Estados e de viadutos na
via N2.
Ibaneis quer agilizar as obras no viaduto da
Galeria dos Estados para garantir que a entrega seja feita até março. Em
dezembro, o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) informou ao Correio que a
conclusão estava prevista para 1º de março. Ontem, Ibaneis disse que o término
deve ocorrer até o fim daquele mês. Segundo o governador, a Via Engenharia,
responsável pela recuperação da estrutura, pretendia estender o prazo de
conclusão para maio. “A nosso pedido, a empresa se comprometeu a agilizar o
cronograma. Vão trabalhar em dois turnos e também colocar mais pessoas para
atuar aqui”, disse.
De acordo com o secretário de Obras, Izídio Santos,
ainda em janeiro, a empresa responsável pela obra no Eixão Sul deve começar a
erguer os pilares. “Isso vai mostrar bastante serviço. Mesmo assim, muita coisa
foi feita, apesar de não estar visível à população. A fundação está pronta,
assim como 28 estacas tubulares. Vamos aumentar o ritmo para concluir a obra no
prazo em que o governador estabeleceu”, ressaltou.
Demolição
O chefe do Palácio do Buriti mostrou-se
insatisfeito com as decisões tomadas pela administração anterior em relação ao
viaduto da Galeria dos Estados. “Essa obra sai mais cara do que se tivesse
colocado tudo no chão e feito novamente. Seria mais fácil reconstruir do que
incorporar uma obra nova dentro de uma antiga. Da maneira como ela está sendo
feita, existe desperdício de recursos públicos e de mão de obra”, criticou. A
decisão de não demolir completamente a estrutura foi amparada por avaliações
feitas pelo GDF, órgãos do setor e especialistas.
Um relatório assinado pelo engenheiro e professor
da Universidade de São Paulo (USP) Pedro de Almeida recomendou a manutenção do
tabuleiro central, parte da estrutura em cima da qual os veículos trafegam no
Eixão. O estudo foi encomendado pelo Conselho Regional de Engenharia e
Arquitetura do DF (CREA/DF). Mas análises da Universidade de Brasília (UnB)
recomendaram ao GDF a demolição total das estruturas. O relatório afirmava que
o grau de deterioração da estrutura era “muitíssimo crítico”.
Para saber mais - Alerta do TCDF
Há quase um ano, quando o viaduto no Eixão Sul
sobre a Galeria dos Estados desabou, veio à tona um relatório divulgado em 2012
pelo TCDF. O documento revelava a necessidade de reparos urgentes em 13 pontes
e viadutos da capital federal. O trecho do Eixão que caiu era um dos pontos que
precisava de manutenção. O incidente acendeu um sinal de alerta sobre as outras
12 estruturas, e o tribunal fez mais uma avaliação das edificações em 2018. O
novo documento mostrou que a situação continua delicada: nove pontes e viadutos
ainda apresentam defeitos. São pelo menos 15 problemas, como marcas de
infiltração e de oxidação do aço e da estrutura — duas questões consideradas
por avaliação da UnB como os principais motivos do desabamento no Eixão
Sul.
Susto
O viaduto da Galeria dos Estados, que possibilitava
o trânsito sob o Eixão Sul, no centro de Brasília, cedeu em 6 de fevereiro de
2018. O acidente abriu uma cratera em duas pistas do Eixão Sul, e um bloco de
concreto caiu sobre carros estacionados sob o viaduto, que facilita o acesso
aos Eixinhos, ao Setor Comercial Sul e ao Setor Bancário Sul. Ao menos quatro
carros foram esmagados. Um restaurante também foi danificado. Não houve
vítimas.
Alexandre de Paula – Augusto Fernandes – Foto: Ana Rayssa/CB/D.A.Press –
Correio Braziliense
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