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A GUERRA FRIA DO VÍRUS (*Victor Dornas)

A Guera fria do Vírus - Victor Dornas (*)

Na data de hoje, 21 de março, o governo estadunidense realizou uma coletiva oficial para divulgar ao mundo os impactos econômicos decorrentes da crise viral e as medidas tomadas para contê-la. Donald Trump e Mike Pence parabenizaram os pequenos empresários locais por iniciativas coerentes com o momento e como isso tem auxiliado a pormenorizar o estrago inevitável e reforçaram a estratégia bem sucedida da clausura. 

Uma das falas mais interessantes do presidente estadunidense a meu ver foi a seguinte: "Nós temos a maior economia do mundo, portanto podemos nos recuperar. Eu não quero que se gaste com ações. Recomendo que seja proibido que se compre ações da própria empresa para aumentar de valor."

A manobra referida por Trump na qual um investidor adquire ações de sua própria empresa para maquiar uma situação de mercado é comum e confesso que nunca entendi, aliás, como especulações assim são permitidas. 

A questão é a seguinte. Nenhuma palavra foi proferida nessa coletiva acerca das polêmicas falhas da ditadura chinesa em supostamente não apenas manter ocultado o problema por meses, mas também teria ameaçado cidadãos chineses que ao menos tentaram nos alertar acerca do potencial do problema. 

A verdade é que não se sabe até então a verdadeira extensão da culpabilidade, imprudência ou negligência do governo chinês. Tudo isso está sendo tratado nos bastidores, porém, diferentemente do governo brasileiro que age muitas vezes por impulso, a inteligência dos EUA avalia o melhor momento e a forma correta de adentrar ao assunto de maneira pública, ainda que seja notório que crimes foram cometidos neste acobertamento. Até mesmo uma figura excêntrica como o Trump tem seus limites numa democracia amadurecida, porém, ele está em ano eleitoral.

"Eu não sei se vocês sabem, mas eu fui o primeiro a fechar as fronteiras", vangloriou-se Trump, ao ser indagado pela imprensa. 

Na era da informação a publicidade dos atos públicos ganha um valor imensurável, assim, o que acontece nos bastidores atualmente é uma corrida bilionária pela cura da doença. A politica não é tão humana como a maioria imagina. Na política as vezes se decide sobre o pior. Se decide por exemplo sobre o destino de milhões de civis numa guerra. Por mais que, no debate informal de celebridades que se digladiam em redes sociais em busca de seguidores rentáveis, a política até pareça algo acessível, ou palpável aos meros mortais, o fato é que existe uma distância enorme entre aquele que manda e o outro que obedece. E aquele que manda busca agir na frieza da racionalidade. 

Assim, sabe-se que aquele governo ou nacionalidade que disser ao mundo: “Nós temos a cura” terá também um ganho geopolítico que definirá uma série de questões políticas em ano eleitoral da maior economia do mundo. Um verdadeiro “Game of Thrones” acontece nos bastidores, onde não há povo e tampouco valores morais. Apenas estratégia.

O vírus em si, sabe-se que não é dos mais resistentes. Infectologistas asseveram que sua constituição é muito simplória inclusive. O problema foi o ineditismo, talvez ocasionado por uma mutação repentina nascida num problema de insalubridade e costumes exóticos antigos. O novo covid é sensível a medidas básicas de higiene. 

A camada de gordura que o protege é facilmente rompida com uso de sabão, como qualquer outro vírus análogo. Assim, infere-se que a cura não deve demorar muito mais e penso que apenas com a cura as pessoas voltarão novamente à rotina usual sem temor. Não se trata de uma doença de velhos, como irresponsavelmente se difunde. Trata-se de um vírus que ataca os pulmões com bastante velocidade e implica em crise de pneumonia. 

A corrida pela cura agora está no obstáculo dos testes protocolares, porém em virtude da cisão geopolítica atual tenham certeza de que raramente vemos tantos governos convergidos num mesmo objetivo. A política realmente não é para os mais sensíveis. Mas nós, os números, dependemos dela para continuarmos desejando melhores estatísticas.


(*) Victor Dornas – Colunista do Blog do Chiquinho Dornas – Foto/Ilustração: Blog-Google


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