Mayra Alice conta que conheceu
muitos amores em Brasília, que construiu muitos afetos. “A minha história só
existe graças a essa cidade, que não foi um amor à primeira vista, mas, com
certeza, é um amor para a vida toda”, confessa.
Mayra
Alice e seu amor incondicional pela Asa Sul. Servidora pública, a mulher de 36
anos deu uma chance para a cidade e curtiu “nos melhores lugares que alguém
poderia curtir”, tipo Espaço Cultural Renato Russo, bares da Asa Norte,
festinhas da UnB…
37 dias para os 60 anos de Brasília
Em homenagem à capital federal, formada por gente
de todos os cantos, a Agência Brasília está publicando, diariamente,
até 21 de abril, depoimentos de pessoas que declaram seu amor à cidade.
“Eu nasci em Brasília, mas fui criada em outro
lugar. Então, eu sei como os, digamos, forasteiros se sentem. Pois quando
voltei, eu era uma.
Brasília pode ser um lugar frio. Todo esse
concreto, todo esse planejamento, esses espaços verdes – porém vazios – entre
uma quadra e outra… acho que isso causa um certo distanciamento entre as
pessoas. Um desconforto.
E cada um vem de um canto, né? Tem isso, também.
Cada um com seu jeito. Por um tempo, todo esse frio e essa distância me fizeram
querer ir embora daqui. O que eu mais queria era ir para outro canto, para
qualquer lugar.
Mas a vida
acontece apesar da gente, através da gente. Eu dei uma chance pra cidade (ou a
cidade deu uma chance pra mim?) e aqui eu conheci os melhores amigos que alguém
pode ter.
Mas a vida acontece apesar da gente, através da
gente. Eu dei uma chance pra cidade (ou a cidade deu uma chance pra mim?) e
aqui eu conheci os melhores amigos que alguém pode ter.
E a gente curtia nos melhores lugares que alguém
poderia curtir: Beira, Libanus, Espaço Cultural Renato Russo, complexo de bares
da Asa Norte, festinhas da UnB, cinema no Pátio Brasil, boliche no ParkShopping
e os shows de rock na Concha Acústica, no Nilson Nelson e no Skate Park.
Perambulei muito pela W3 Sul – entre as paradas de
ônibus, a escola e as casas de amigos –, o que gerou em mim um amor
incondicional pela Asa Sul. Não há igreja mais linda que a Igrejinha da 308,
cachorro-quente mais saboroso que o da 213 Sul, torta alemã melhor que a da
Praliné.
Aqui eu conheci tantos amores, construí muitos
afetos. E desfiz alguns, porque faz parte. A minha história só existe graças a
essa cidade, que não foi lá um amor à primeira vista, mas, com certeza, é um
amor para a vida toda.”
Mayra Alice Morais, 36, servidora pública, moradora
de Águas Claras- Depoimento concedido ao jornalista Freddy Charlson
- Foto: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília
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BRASÍLIA 60 ANOS