Deputada Distrital Liliane Roriz ataca mudança no gabarito de terrenos ( Tombamento )
A deputada distrital Liliane Roriz (PSD) criticou o governo do Distrito Federal por conduzir, segundo ela, de forma unilateral os projetos que ameaçam ou ferem o tombamento de Brasília como Patrimônio Cultural da Humanidade. Um deles é a mudança nos gabaritos dos terrenos localizados nos setores hoteleiros Sul e Norte, proposta apresentada pela Secretaria de Habitação, Regularização e Desenvolvimento Urbano (Sedhab) ao Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília (PPCUB). Presidente da Comissão de Assuntos Sociais da Câmara Legislativa, a parlamentar promete cobrar esclarecimentos do governo sobre o projeto.
“Defendo o desenvolvimento responsável de nossa cidade, sem o engessamento rigoroso, que é o que prevê o nosso tombamento. Mas sou contrária a qualquer tentativa de se impor a vontade de poucos sem que ouçam a realidade de muitos”, justificou. Para Liliane (foto), soa estranho o governo querer, sem justificativa clara, interferir em área de grande especulação imobiliária, “sem se atentar às questões graves, como a falta de estacionamento e o inchaço no centro da cidade”.
A expectativa do GDF é de que a mudança do gabarito aumente o potencial construtivo dos 20 lotes nas Quadras 2 e 3 do Setor Hoteleiro Norte e na Quadra 3 do Setor Hoteleiro Sul. Se isso acontecer, de acordo com a proposta, os hotéis passarão de três andares e 13,5 metros de altura para 10 pavimentos. “Os hotéis pequenos foram planejados para oferecerem um serviço mais barato ao turista. O governo pensou nisso também?”, questionou ela.
901 Norte
Segundo a distrital, a ideia de alterar os gabaritos dos hotéis surgiu na mesma época do debate sobre a construção da quadra 901 Norte. “Queriam erguer a 901 a todo custo sob a justificativa de que faltavam leitos para hospedar o turista na copa. A mudança do gabarito foi apenas uma uma solução encontrada naquele momento que supriria essa demanda”, lembrou a parlamentar. Para Liliane, o governo precisa encontrar a solução definitiva em conjunto com a sociedade civil organizada. “Nenhum governo pode decidir de forma unilateral”, criticou.