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Concebida sob o olhar sonhador do ex-presidente Juscelino Kubitschek, Brasília acaba de completar os 25 anos da conquista do título de Patrimônio Cultural da Humanidade, concedido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e a Cultura (Unesco), em 1987.
Tenho criticado, ao longo dos anos, a destinação da Esplanada dos Ministérios para a realização de eventos. Ela é utilizada indiscriminadamente como palco para os mais diversos tipos de festas, manifestações e exposições. Por um lado, há os que defendam a utilização do espaço como fomento à cultura, mas, particularmente, acredito que os malefícios são inúmeras vezes maiores do que o simples fato de trazermos mais lazer à sociedade.
Na última virada do ano, não poderia ser diferente. Uma grande festa foi proporcionada, com várias atrações e os moradores do Plano Piloto e do entorno compareceram em peso. Apesar da grande alegria trazida pela festa aos brasilienses, fiz questão de registrar, no dia seguinte, a total depredação, praticamente em todos passeios, meios fios, gramados e placas de sinalizações.
Moradores e turistas, que ali passaram nos dias que procederam o evento, sentiam de longe o mau cheiro deixado por toda sujeira e pelos banheiros químicos. Os canteiros e arbustos completamente destruídos. Um vandalismo total.
Cartão postal conhecido mundialmente, a Esplanada dos Ministérios definitivamente não foi planejada para servir de palco para qualquer tipo de evento. O IPHAN- Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - quer dar "ordem" na Esplanada, impedir que lá se façam eventos, mas encontra uma curiosa resistência por parte do GDF e Promotores de eventos que se preocupam somente em chamar atenção para a popularidade pessoal e financeira.
Pretendo com esta matéria chamar atenção das autoridades responsáveis para que cuidem melhor de nosso patrimônio. Lembrá-los de que Brasília foi e é uma cidade planejada, com espaço suficiente para todos os tipos de eventos, sejam eles religiosos, cívicos ou comemorativos. A Esplanada é nosso cartão postal, guardiã das sedes mais importantes do país, e não deve ser disponibilizada tão facilmente para sua depredação.
Além de outros locais vagos e disponíveis, como o estacionamento do Estádio Mané Garrincha, existe um belíssimo projeto de Oscar Niemeyer e Lúcio Costa para a construção de um local apropriado e destinado exclusivamente para eventos de grande vulto, ao lado do Teatro Nacional. Estamos diante de uma solução perfeita para que a Esplanada seja devidamente preservada, sem a necessidade de se proibir os eventos. Mas, agora, cabe apenas ao Governo do Distrito Federal a tarefa de se concluir tal projeto e seguir com a preservação da cidade.
Copas de futebol chegando, turistas do mundo inteiro, é uma boa oportunidade para deixar Brasília linda e com sua Esplanada exuberante!
(Chiquinho Dornas)
Chiquinho me desculpe mas culpar as festividades do final de ano por essas "depredações" é inacreditável vindo de você uma pessoa que sabe que aqueles caminhos no gramado estão assim há anos faz parte dos caminhos feitos por quem utiliza a esplanada e as calçadas estão sim precisando de uma reforma, mas não foram depredadas agora, realmente estou surpreso com essas fotos e suas afirmações! por favor verifique isso com quem usa a esplanada no dia a dia e vc vai ver que está sendo injusto.
ResponderExcluirConcordo plenamente com a reportagem. Seria injusto culpar apenas a falta de manutenção da Esplanada, sendo que a depredação feita por eventos desse porte são infinitas vezes mais prejudiciais do que o uso diário de pedestres. Uma coisa é uma coisa, e outra coisa é outra coisa. O fato de se pedir a manutenção da Esplanada, não retira a responsabilidade dos governantes e dos empresários por todo o estrago deixado. E mais, se as pessoas são a favor de festas na Esplanada, nada mais justo que se defenda também a construção de um local apropriado para tais eventos. As festas não param, e a Esplanada continua preservada. O que me espanta, são pessoas instruídas continuarem defendo essa falta de respeito com nosso patrimônio. Mas no Brasil é assim, cada um defende o seu próprio interesse e esquece de lutar pelos interesses da coletividade. Parabéns pela reportagem, Chiquinho! Apoio 100%!
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