Senador do Distrito Federal pelo PSB classifica como "casuísmo" atitude de partidos de tentar barrar a criação de nova legenda de Marina Silva; para Rodrigo Rollemberg, a nova sigla é legítima e deve ter os mesmos direitos das demais siglas; visto como possível seguidor de Marina, senador Cristovam Buarque (PDT-DF) declarou que tem "dúvidas" sobre a necessidade da criação de uma nova legenda
Em discurso nesta segunda-feira (18), o Senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) defendeu a legitimidade do novo partido político criado pela ex-senadora e ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva, o Rede Sustentabilidade. No entender, do senador socialista, a agremiação deve ter os mesmos direitos dos partidos já em funcionamento. "Renovação é importante. Defendo que parlamentares e setores da sociedade tenham liberdade de criar seu próprio partido", afirmou.
Rollemberg disse ter ficado "assustado e surpreso" ao tomar conhecimento de que parlamentares de diversos partidos já estariam articulando alterações na legislação com o objetivo de dificultar o processo de criação da Rede Sustentabilidade.
Segundo o senador, o intuito dessas mudanças seria aumentar o número de assinaturas de eleitores necessário para a criação de um partido político ou impedir que a nova legenda consiga tempo de propaganda eleitoral gratuita em rádios e TVs. "É um gesto de casuísmo que não pode ser suportado, é um casuísmo intolerável. Nós do PSB não compactuamos com qualquer medida de restrição à liberdade de organização partidária", pontuou.
Em aparte, o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), disse não concordar com os argumentos de Rollemberg, embora tenha prometido "meditar' sobre a linha de raciocínio do senador pelo DF. O parlamentar tucano lembrou que o tempo que cada partido tem à sua disposição no rádio e na TV e o seu acesso ao Fundo Partidário refletem o resultado das urnas. Assim, redistribuição desse tempo, favorecendo uma nova agremiação iria de encontro à vontade do eleitor.
"Foram os eleitores que deram a cada um dos partidos o tamanho das bancadas que têm. De modo que é uma decisão tomada democraticamente pelo eleitorado essa do tamanho de cada bancada e, por via de consequência, o tempo de televisão e de rádio", acentuou.
Também em aparte, Cristovam Buarque (PDT-DF) disse que o país precisa de uma "reforma política mais ampla e radical", e afirmou ter dúvida se a criação de um novo partido será positiva para o Brasil.
(Agência Senado)