A Secretaria de Obras e o Consórcio Novo Terminal, responsável pela construção da Rodoviária Interestadual de Brasília, tem 30 dias para apresentarem defesa no processo do Tribunal de Contas do Distrito Federal. Os auditores avaliaram a monumento pronto e encontraram uma grande lista de irregularidades.
Segundo os técnicos, vários pontos do projeto não foram cumpridos ou o material previsto no orçamento inicial foi trocado por outros de qualidade inferior, o que fez com que a construção do novo terminal rodoviário "não ficasse exatamente como foi prevista no papel".
O primeiro deles é a falta de engenheiros da Secretaria de Obras na fiscalização da construção e os relatórios de acompanhamento do projeto. Segundo o TCDF, faltam ainda normas de acessibilidade, o Habite-se e as planilhas que comprovem os gastos reais do terminal, que foi entregue à população em 2010.
Os auditores constataram que o número de pias e vasos sanitários nos banheiros é menor do que previsto no projeto, as divisórias dos sanitários deveriam ser de granito e as torneiras de metal cromado.
O número de cadeiras na sala de embarque também está longe da prometida: seriam 350 assentos e atualmente os passageiros só contam com bem menos que a metade, cerca de 160. A quantidade de lojas abertas (18) ainda não alcançou o número prometido (33), e as que funcionam cobram valores caros para lanches e refeições.
A falta de vagas públicas também está entre as irregularidades apontadas pela corte de contas. A promessa do Consórcio Novo Terminal era entregar 204 vagas e hoje os motoristas disputam apenas 55. As demais vagas são todas pagas e o valor é considerado alto pelos usuários.
A Rodoviária Interestadual de Brasília abriu depois que a estrutura da antiga Rodoferroviária foi transferida. O projeto inicial previa um custo de R$ 54 milhões, mas os auditores não conseguiram apurar o valor real gasto com a obra.
Brasília 247