Em visita de dois dias a Pernambuco, onde colheu assinaturas para formação da Rede de Sustentabilidade - conseguindo, inclusive, as do governador do estado e também presidenciável, Eduardo Campos (PSB), e do Arcebispo da Arquidiocese de Olinda e Recife, Dom Fernando Saburido -, a ex-senadora Marina Silva afirmou que o governo da presidente Dilma Rousseff ainda não tem uma marca e que tem sido caracterizado pelo retrocesso na área ambiental.
Marina afirmou ainda que as facilidades para a criação do PSD e os obstáculos que vem sendo imprimidos à formação da Rede denotam casuísmo, ofensa a princípios democráticos e à ética da circunstância.
A ex-senadora lembrou que a presidente dá prosseguimento à política de desenvolvimento social do ex-presidente Lula e à de estabilidade econômica do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
— O governo Dilma só tem retrocessos na agenda ambiental. Torço para que corrija esses erros. Qual seria agora o grande avanço? Manter a estabilidade econômica, a justiça social e a sustentabilidade. Esse é o próximo desafio — disse.
Ela acha que o "atraso" pode comprometer a credibilidade e o destino da atual gestão:
— O atraso pode comprometer ganhos passados. Uma governabilidade mantida às custas de distribuição de cargos faz com que o governo fique engessado e ande com a agenda para trás — acusou.
Nesta quarta-feira, ela ainda se reúne com lideranças evangélicas e simpatizantes da Rede. Em Pernambuco, a Rede colheu, até o momento, 12 mil das 300 mil que Marina afirma já ter conseguido no Brasil.