Sob a ótica política, arrisco um palpite: PT e PMDB são as duas siglas que mais sofreram desgastes. O PT por ter sido guindado ao maior cargo do país e ter deixando as coisas correrem soltas, fechando os olhos para a maior onda de corrupção que os brasileiros presenciaram. Tudo subfaturado com fortunas sendo construídas em poucos anos. Os outrora professores e profissionais liberais petistas, passaram de cerveja em botecos a consumidores de vinhos caros e fumando charutos havana em restaurantes que jamais tinham sonhado frequentar. A burocracia petista torrando dinheiro do contribuinte com os cartões corporativos, viajando de primeira classe e hospedando nos hotéis mais luxuosos do planeta, às custas do povo. Enquanto isso, saúde, educação, infraestrutura e segurança piorando a cada dia.
O que a dupla PT-PMDB e aliados fazem? Constrói estádios faraônicos super, super faturados como o do Distrito Federal que vai, no final das contas, de acordo com especialistas, atingir a estratosférica soma de R$1,7 bilhão. Já tem gente especulando que, até o ano que vem, o custo total com a construção destes estádios, vai beirar aos R$ 28 bilhões. É para o povo sorrir ou chorar? Não adiantou o PT cooptar os pelegos da CUT, lideranças da UNE ou controlar todos os sindicatos do país. O povo cansou de promessas e manipulação midiática, de bolsas tudo. No próximo ano teremos mais uma rodada eleitoral, quando suas excelências vão tentar mais uma vez enganar a torcida prometendo “mudar o país”.
Alguns deputados do PMDB estão preocupados com esta parceria. O partido é o grande avalista do PT no Congresso, e também está à frente de vários ministérios e empresas do governo federal. Mais do que irmãos siameses, PT e PMDB estão colados um ao outro, respirando o mesmo ar e consumindo o mesmo alimento. Como explicar à população de que o partido é diferente se o vice-presidente da República é peemedebista e os presidentes das duas casas no Congresso também? Por mais esforço que façam, o PMDB com seu histórico de lutas pela redemocratização do país, dificilmente vai ter argumentos convincentes de que “estamos ajudando a construir um Brasil mais justo” no recado de suas pílulas televisivas no ano passado. Que justiça social é essa? Distribuir bolsa tudo?
Um exemplo visível é o do governo do Doutor Agnelo Queiroz que não consegue sair das cordas, por mais esforço que faça seus índices de aprovação nunca ultrapassam os 18%. E para piorar, ainda joga para escanteio o principal parceiro vice-governador Tadeu Filippelli. Tudo indica que ele vai ficar falando sozinho com o PT e meia dúzia de partidos inexpressivos. Só um milagre para salvar a reeleição de Agnelo nesta quadra de acontecimentos. O brasiliense é politizado e tem o privilégio de conviver com a informação antes que ela chegue aos telejornais ou ser impressa. Talvez por isso o Doutor Agnelo não consegue sensibilizar o eleitor, mesmo gastando mais de R$ 160 milhões por ano em propaganda.
Pós dois anos e meio de governo, o PT de um modo geral e em particular no DF, continua levando tudo na base da conversa. Enquanto isso, os serviços públicos, a cada dia piorando além da disparada da inflação e o endividamento da classe média. Esta regressão pode afundar o sonho de reeleição da presidente Dilma Rousseff e também de Agnelo Queiroz. Que o diga o brasiliense que mostrou sua indignação com seus governantes assim como quase 100 outras cidades brasileiras. Dificilmente o PT do DF consiga recuperar o prestígio de outros tempos, principalmente quando estourou o escândalo Caixa de Pandora. Este milagre não vai mais se repetir e o Doutor Agnelo tem um telhado de vidro frágil que o horário eleitoral vai desnudar na campanha. Quem viver, verá.
(Wilson Silvestre)