(Clique p/aumentar)
Em pé de guerra com a presidente Dilma Rousseff, por quem reclamam que foram ignorados durante todo o governo, parlamentares da base aliada descontam as insatisfações assinando um requerimento que pede a criação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito para investigar os gastos para a Copa do Mundo de 2014.
O requerimento de instalação da CPMI, ao qual o Diário do Poder teve acesso, revela que, das 159 assinaturas recolhidas na Câmara, 60 são de deputados governistas. No Senado, das 24 assinaturas, oito foram de aliados dissidentes (confira a lista aqui). São necessárias 171 assinaturas de deputados e 27 de senadores para protocolar o documento.
Da base, assinou o requerimento o líder do PR, Anthony Garotinho (RJ), junto a metade da bancada republicana, além do PDT, PSB, PP, PSD, PRB, PSC e PTB. O PMDB do vice Michel Temer, braço direito do PT no governo, também garantiu sete assinaturas ao documento. A maioria enfrenta briga estadual com o PT para as eleições de 2014.
No Senado, apoiaram a CPI os pedetistas Zeze Perrella (MG), Cristovam Buarque (DF), Pedro Taques (MT) e a senadora Ana Amélia (PP-RS). Membros de grupo dissidente do PMDB na Casa também deram aval à comissão de inquérito. São eles: Clésio Andrade (PMDB-MG), Jarbas Vasconcelos (PE), Roberto Requião (PR), Pedro Simon (RS).
Conforme o Diário do Poder antecipou ontem, a presidenta Dilma incumbiu a ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) de disparar telefonemas e pressionar os parlamentares a retirarem assinatura do requerimento que cria a CPI. O governo teme que a investigação dos gastos da Copa, um dos principais motivos da onda de protestos no país, gere mais desgaste a sua popularidade e dificulte a reeleição em 2014.
Segundo o deputado Izalci (PSDB-DF), autor do requerimento, as assinaturas foram recolhidas em apenas duas sessões. Além de irregularidades no uso de recursos públicos nas obras de infraestrutura da Copa, estimados em 28 bilhões, a CPMI investigará também a Copa das Confederações, preliminar do certame mundial.
Ana Paula Leitão-Claudio Humberto (Diário do Poder)