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Sem apoio para as cirurgias, pacientes sofrem com o descaso no HRAN

Em uma das maiores unidades de saúde do Distrito Federal, o Hospital Regional da Asa Norte (Hran), não faltam instalações adequadas para fazer cirurgias. Mas mesmo assim, quem precisar do procedimento pode enfrentar uma grande dor de cabeça até conseguir atendimento. Isso porque cirurgias estão sendo adiadas e até canceladas por falta de servidores técnicos em enfermagem. O governo, porém, sinaliza que em breve novos profissionais tomarão posse.

A denúncia recebida pelo Jornal de Brasília é de que aproximadamente 40% das salas de cirurgia estão inutilizadas por falta de equipe. Pelo menos 200 técnicos em enfermagem saíram do hospital por licença médica, aposentadoria ou transferência, mas ainda não houve reposição. “Isso ocorre em outros hospitais regionais também. Tem profissionais sobrando na cidade, mas falta captar esse pessoal por meio do concurso público”, explica Gutemberg Fialho, presidente do Sindicato dos Médicos (Sindmédico-DF).

É papel dos técnicos em enfermagem dar o suporte necessário ao médico no momento da operação. “Cirurgia é uma coisa dinâmica, a cada hora é solicitada uma coisa. O cirurgião está com a roupa esterilizada, luvas, e não pode sair do posto para buscar algo que pode estar na área contaminada. Sem esses profissionais, a gente não trabalha”, explica um médico, que preferiu não se identificar.

O mesmo profissional, que faz o relato de forma anônima, reclama da falta de estrutura para um bom trabalho. Segundo ele, os médicos, que se prepararam até dez anos para a profissão, são obrigados a ficar parados sem poder trabalhar, devido à falta de suporte dos técnicos. tal inteiro que tem médicos, pessoas que querem fazer um bom atendimento, no entanto existem empecilhos que fazem com que as coisas não aconteçam”, denuncia.

Os médicos, que agora têm o expediente controlado por meio de ponto eletrônico, consideram que a gestão tem sido ineficiente nesse sentido. “A capacidade do hospital não está sendo 100% utilizada por deficiência de recursos humanos, de gestão e políticas públicas. Quem fica com a culpa são os profissionais”, dispara Gutemberg Fialho, do Sindmédico-DF.

Imprevistos que atrasam os trabalhos

Mais uma vez, quem mais sai prejudicada é a população. Usuária do Sistema Único de Saúde, Maria do Carmo conta que o marido, Antônio das Neves, teve de retirar pedras da vesícula no Hran e esperou meses para ser operado. “Ele começou a sentir as dores, marcou a consulta, fez os exames e ficou correndo atrás. Toda vez que vinha tentar marcar era um problema. Davam esperanças para ele, mas não dava certo, sempre falavam que era algum imprevisto”, lembra a dona de casa.

DEFICIÊNCIAS

As irmãs Karla Marques e Sabrina de Araújo fizeram juntas a cirurgia bariátrica no Hran, para redução de estômago, no ano passado. Todo o processo, desde o acompanhamento psiquiátrico e nutrição, durou dois anos. “A média de espera é essa mesmo, porque temos que chegar a um peso ideal para fazer a cirurgia. Mas espaço para fazer a operação tem. O que acontecia às vezes era falta de material, de técnico de enfermagem ou anestesista”, diz Karla.

Versão Oficial

De acordo com a Secretaria de Comunicação do GDF, os novos técnicos em enfermagem tomarão posse em 1º de novembro, e nos dias 4 a 6 passarão por curso. Depois é que passarão a atuar nas unidades de saúde. O Hran possui oito centros cirúrgicos, três centros obstétricos, três blocos cirúrgicos auxiliares, todos em funcionamento. Atualmente, a unidade conta com 812 técnicos em enfermagem. A média diária de cirurgias é de 45 procedimentos .
Fonte: Da redação do clicabrasilia.com.br - Júlia Carneiro

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