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O lucrativo mercado da beleza

Já são quase 6 mil lojas voltadas para o setor de produtos de estética no DF, um aumento de mais de 50% entre 2013 e este ano. Chegada de marcas estrangeiras empolgam tanto os profissionais que atuam na área quanto os consumidores ávidos por novidades.
A empresária Tatiane Coutinho mantém em casa uma grande quantidade dos mais diversos produtos de beleza: compras de até R$ 2 mil mensais.
Por; Camila Costa - Correio Braziliense

De olho na fatia mais vaidosa de consumo do Distrito Federal, empresários do setor têm apostado em marcas de peso do ramo da beleza. O nicho está cada dia mais acessível, amplo e lucrativo. De esmaltes a produtos para cabelo, passando por maquiagens, há opções para todos os bolsos e gostos. Para se ter ideia da expansão do segmento, de 2012 para 2013, segundo dados do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), o número de empresas ligadas à beleza e à estética cresceu 50,9% no DF, passando de 3.936 para 5.956.

O mercado aquecido atrai marcas famosas como a Sephora, que deve se instalar ainda este ano no DF. Disputará uma clientela cada vez mais exigente com a MAC, a Contém 1g, O Boticário e Quem disse, Berenice?. Para o mercado de profissionais da área, a notícia significa um avanço do setor. “Acho que sentiram o boom desse mercado. É muito bom tanto para quem trabalha com isso, quanto para quem é leigo”, opinou a maquiadora Olívia Menezes Barbosa, 29 anos. 

De acordo com a União dos Empresários do Mercado da Beleza (Unibele) do DF, o consumo na área de serviços de estética está acima da média nacional. Gira em torno de 40% do salário de uma pessoa. Ou seja, cada brasiliense vaidoso, seja ele narcisista ou apenas mais preocupado do que outros com a beleza, gasta boa parte do dinheiro com cremes, maquiagem e perfumes. 

A estimativa para 2014, segundo o presidente da Unibele, Valteni Souza, é que o setor movimente R$ 55 bilhões até o fim deste ano. “É o mercado que mais cresce no mundo. Está cada dia mais forte, e os projetos nesse ramo não param”, afirmou. Valteni administra a Hair Brasil Brasília, maior feira de produtos de beleza da capital. Só perde para a Hair Brasil São Paulo, responsável por receber 97 mil profissionais no ano passado. O próximo passo será a criação de um polo industrial de cosméticos. “O crescimento (do setor) no DF é de 10% a 12% (ao ano). E será ainda maior”, avaliou.

Dados da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihepec) reforçam a visão do representante da Unibele. A entidade afirma que, desde 2012, quando fizeram um levantamento específico, o segmento de beleza no Brasil é favorecido pelo aumento da renda per capita que, segundo a Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) do governo federal, aumentou 32% na última década. Os números dispararam e, hoje, o Brasil está entre os principais consumidores desses produtos e serviços (confira quadro).

Franquias
Quanto maior a procura do cliente, mais o mercado precisa estar preparado para atender a demanda. Com quase 50 anos no ramo, uma das maiores redes de perfumarias do DF amplia, cada dia mais, o número de franquiados. Tudo para atender uma clientela que não poupa gastos com a beleza — chega a desembolsar até R$ 5 mil semanalmente com perfumes, maquiagem e etc. “Temos clientes que ficam em lista de espera por novos produtos”, diz a diretora das lojas Lord em Brasília, Adriana Karina Ricci. “Beleza é um vício. A progressão é exatamente essa: começam usando pouco, um produto mais barato. Conhecem outros mais caros, veem que fazem efeito, ficam mais bonitas. E, consequentemente, compram mais”, acrescenta.

A empresária Tatiane Marins Coutinho, 28 anos, se enquadra neste perfil. Viciada em beleza, na prateleira de casa, guarda uma quantidade incontável de itens: batons, cremes para a pele, para o cabelo, esmaltes. Um custo alto para se manter impecável: de R$ 1 mil a R$ 2 mil por mês. Mas ela garante que tudo isso vale a pena. “Tem dias que estou mais pra baixo e, só de passar um batom, um blush, já muda o astral. Estar bonita é uma questão de estado de espírito”, observa. Ela conta que o marido não mede elogios. “Ele diz que já acordo como uma diva. O que tenho não é para mostrar para ninguém. É por satisfação própria”, defende. 


“Estamos em um pique neste mercado há uns quatro, cinco anos em franco crescimento. Temos clientes — cerca de 15% deles, por exemplo — que investem R$ 2 mil por semana, e ainda ficam em lista de espera por novos produtos”


Adriana Karina Ricci, diretora de uma loja de perfumes e cosméticos

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